Marrocos, as reivindicações de Al Hoceima até onde?

Por Lahcen EL MOUTAQI | 06/06/2017 | Política

As manifestações sociais no Marrocos tomaram novas proporções; desde a morte contestada do jovem vendidor ambulante do peixe, Mouhcine Fikri, 28 de outubro de 2016, em Al Hoceima, região norte do reino. Isso alastra cada vez mais as ondas de violências e contestações. As quais començam a preocupar o Estado, chamando atenção da opinião regional e internacional.

Nasser Zefzafi, um homem de 39 anos, um habitante nativo de Al Hoceima, pretende incarnar esta luta, representando uma nova forma de oposição à ordem estabelecida.

Em suma, como em vários cidades, os acontecimentos de Al Hoceima são o resultado da governação política atual que não atende às aspirações dos jovens. Um povo marroquino que busca evoluir enquanto à governança se estagna em um esquima que durou séculos, com base na exploração e no Harka da rebelião (Siba).

Além disso, após a independência, os partidos políticos que emolduravam as populações; utilizando-a como a sua correia de transmissão e suas cisões, afastando-as de seus princípios.

Hoje os Marroquinos não se comparam aos seus antepassados, nem aos vizinhos, isso é apesar de uma educação defeituosa. Eles não querem esperar mais pela boa vontade dos governos que, salvo em raras exceções, gesticulam de manhã à noite para satisfazer seus próprios interesses ou de seus parentes, mais muito raramente dos governados.

As novas tecnologias de informação e de comunicação desvendam as manobras dos estranhos e da prontidão das reivindicações. Dainte disso, a população não suporta mais ser enfrentada diariamente, em uma batalha sem ganhar a menor migalha de seus direitos, universalmente reconhecidos. Cujo objetovo é tornar cidadão e ser o centro de todas as políticas públicas e os direitos respeitados.

Lutando para encontrar um transporte em comum que não seja um prego, e que contribui para a implementação de seu trabalho, chegar a sua escola ou ao seu hospital, hoje em dia, isso não existe e  desrespeita à dignidade humana.

Os marroquinos não suportam mais ser comparados a uma gestão govenamental que não leva ao bem-estar de suas populações, o que não se entende diante dos meios estabelecidos para bem gerir, mesmo se estes são limitados.

Este povo não suporta mais o isolamento e a negligência de muitas regiões, bem como o fardo da herança relativa à  divisão colonial de Marrocos; o qual privilegia os colonos franceses espanhoís. Sessenta anos após a independência do país, esta diferença existe ainda e protestada de forma intolerável.

Outra complicação é de ver  os líderes dos governos negligenciando conscientemente o interesse público, sem ter que prestar contas ou ser punidos. A população utiliza as redes sociais para exigir a demissão dos responsáveis, bem como o afastamento dos corruptos do poder, tendo em vista resgatar a confiança para a nação marroquina.

Os projetos grandiosos protestados a imagem de Hospitais de Cancer, universidade entre outros, os quais foram iniciados tardivamente ou não concluídos, o que leva a interrogar sobre a viabilidade e a responsabilidade pelo atraso ou a falha.

Assim são os motivos que levam as pessoas a sair nas ruas de Al Hoceima, enquanto os governos não tomem em conta às reivindicações de alguns lugares e rever a maneira de gerir seus interesses.A população de Al Hoceima continua a exigir os protestos, para garantir seus direitos elementares, os quais não podem de modo algum ser equiparadas à traição ao encontro de seu país, nem a separação. As intenções separatistas ou simplesmente para provocar a fitna sacrossanta. Isso tornou-se motivo de falar das reivindicações pacíficas e legítimas, e da prova da boa saúde de uma população inteira. Ela utiliza estas reivindicações para reclamar seus direitos mas sem demonizá-la ou reprimí-las. Sem que isso leva em violência, uma vez que todo mundo sabe que a violência sob diversas formas leva apenas a violência.

Desta forma só uma rectificação é séria, concreta e insegura da governação política, trata de apaziguar os espíritos e fazer realmente que o Marrocos entre no século XXI. Caso contrário, os distúrbios irão inegavelmente ao encontro das populações e dos governantes que perecem no seu autismo político.

A gestão correta dos protestos de Al Hoceima-passa por uma mudança da governação dos assuntos públicos e do pragmatismo político.

Lahcen EL MOUTAQI