MARGINAIS: nada que é dourado permanece.
Por Gildo Henrique de Azeredo | 26/03/2016 | ArtePeça teatral "MARGINAIS: nada que é dourado permanece".
Tendo como pano de fundo a construção de Brasília, no início do período militar, na segunda metade da década de 1960, quando a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) ainda recrutava mão de obra de todas as partes do Brasil, principalmente do Nordeste e de São Paulo, todos envolvidos em trabalhos pioneiros em todos os setores de serviços. Uma época em que operários se amontoavam em galpões ou em vilas improvisadas, enquanto funcionários dos três poderes, banqueiros e ricos comerciantes se instalavam em bairros onde a qualidade de vida era um contraste com a miséria periférica.
Assim era formado o que hoje conhecemos como Núcleo Bandeirante, antes chamada de Cidade Livre, porque não eram necessários projetos para as casas e a aglomeração era favorecida com a isenção de impostos, mas não se davam títulos de propriedade. Logo o lugar ficou marcado como um centro de marginais, com brigas de rua frequentes.
Enquanto isso, a juventude da classe média e rica se divertia em clubes considerados “Classe A” e viviam em confortáveis apartamentos ou mansões próximas ao Lago Sul. Acontece que esses “filhinhos de papai” provocavam os pobres que chegavam à nova capital em busca de concretizar velhos sonhos. Este é o tema desta peça.
Os livres são os moradores da Cidade Livre e os sulistas são os residentes Próximos ao Lago Sul. Os três irmãos órfãos da história são candangos vindos de bairros pobres de São Paulo, enquanto outros personagens do grupo são oriundos de outras regiões do país
(Uma adaptação do livro "The Outsiders", de Susan E. Hinton).