Mandato de Ban Ki-moon, o mais sangrento e pior humanamente

Por Lahcen EL MOUTAQI | 28/12/2016 | Crescimento

 O mandato do coreano Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas que se expira apenas dentro de uma semana, ele deixa o seu escritório em Nova York, depois de dez anos que passou no seu alto posto da ONU, ele será substituído nos primeiros dias de 2017, por um novo Secretário-Geral que ia assumir o maior gerenciamento dos processos da mais importante organização internacional no mundo,  lembrando que oito candidatos competiram para ocupar este cargo, incluindo, pela primeira vez duas mulheres, o Português Antonio Guterres foi escolhido em uma votação no Conselho de Segurança da ONU, aprovado pelos cinco principais países, em conformidade com a prática de oito sessões, segundo à tradição e de mais de setenta anos desta Organização internacional. Esta votação  dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança constitui uma condição, na qual não se ocorreu nenhum uso do veto contra a escolha do seu novo Secretário Geral da ONU.

Não há dúvida de que Ban Ki-moon deixará o seu alto cargo das Nações Unidas, mas também uns dos mais importantes dossiês tão assustadores, como relatos de longas batalhas e mortíferas como a  Guerra  na Síria e no Iraque, além das violências, das crises internacionais, das importantes divisões, das alianças contraditórias, das discordâncias, dos desafios fatais, beml como das lutas contra o sectarismo e o racismo, os quais provocaram as guerras étnicas desagradáveis.   O que deixará ao seu sucessor alguns dossiês espinhosos difíceis a resolver, e as questões impossíveis a gerir, pois o seu sucessor, consciente desta administração e da  sua magnitude e sua gravidade, imaginando tanta complexidade e contradição. A sua  multi-polaridade e seus atores vão formar suas bordas, o que o tornará incapaz de desmantelar os problemas e eliminar os riscos e a mitigação das questões, bem como a busca de apaiziguar o tamanho de tensão, em torno das diferentes partes do mundo, pois o seu posto do Secretário é suposto permitir a criação de soluções e de impor soluções, graças os seu prestígio no seio das Nações Unidas.

Há muitos dossiês que Ban Ki-moon deixou abertos para o seu sucessor, trata-se de dossiês  do tamanho do universo e do mundo, Isso resulta numa amplitude de movimento para a articulação de guerras,  de batalhas, de disputas e de conflitos armados, além de epidemias, de doenças, de pobreza, de fome e de desertificação, isso envolve também as questões ambientais e climáticas que refletem por sua vez um aumento assustador da temperatura e das taxas da poluição. Elas ameaçam as pessoas vulneráveis como as mulheres, as crianças e os velhos, isso se manifesta também nas esferas públicas que erigem uma construção tão complexa da democracia, da tirania dos golpes militares, dos regimes instáveis e da persseguição criminosa de guerra, diante disso os criminosos não devem escapar da justiça internacional, e ser punidos por seus crimes contra a humanidade, a civilização humana, a história mundial e as zonas arqueológicas.  O que leva a pensar ainda em como proteger o homem do extermínio étnico e do sectário, do assassinato, do racismo  e da descriminação religiosa, além das ondas de imigração e do asilo, do terrorismo e dos crimes de ocupação e de outros.

Os desafios que deixou Ban Ki-moon estão agora à espera para o novo Secretário-Geral, eles se estendem ao redor do mundo, como um todo, são desafios grandes e sérios, os quais necessitam de coragem e articulações conforme às experiências do passado, dos planos suspensos  por mais de dois mandatos e por mais de duas décadas. Seja na Africa do Norte, no Oriente Médio onde continuam os problemas desafiando a ONU: Estes dossiês parecem como explosivos de um vulcão, podendo derramar o sangue como rios a qualquer momento, tendo em vista a crise coreana, a mais intensa cujos riscos podem ser os mais altos, além das guerras da Rússia na Ucrânia, na Geórgia e na Crimeia. Todas estas ameaças representam uma séria instabilidade para a região, sobretudo para a Rússia e para a Europa Ocidental, perante tudo isso, as novas vozes em América se levantam em oposição ao acordo nuclear do Irã que recusa a aderir ao que foi acordado, enquanto outras partes buscam os meios para renegar a Convenção, ameaçando assim a usar a força para destruir o programa nuclear iraniano..

Será injusto considerar apenas este  homem o único responsável do derramamento de sangue, a reposta é não, porque muitos fatos ocorrem simultaneamente como os massacres decorrentes  de guerras , do tamanho do sangue derramado, das tensões e das batalhas, além das epidemias e das crises que se renovam, desestabilizando os principais países da região e do mundo; diante disso muitas partes levam a orientar as batalhas, a planejar e a dividir o mundo, provocando às injustiças  que  fazem do oprimido, demasiado fraco e elemento inocente, como uma ferramenta nas mãos do mundo imperialista que  ameaça e legitima todos seus crimes.

Talvez o desafio mais importante que deixará Ban Ki-moon para o seu sucessor é a questão palestina ainda mais complexa e difícil ao longo da idade desta organização internacional, ela assiste ao crime da ocupação israelense nos territórios palestinos,  confiscados, demolidos e destituídos de muitas de suas condições de sobrevivência, em detrimento dos interesses do ocupante que viola as santidades, matando e prisionando  milhares dos palestinos, através de ataques repetidas, de invasões devastadoras para as suas cidades e aldeias, impondo um cerco mortal base de leis militares e do arame farpado, além de muros e barreiras de portões de passagem, única relutância para impedir o regresso dos refugiados palestinos para suas cidades e aldeias de origem, e face às  condições israelenses de impor sua vontade, contra uma identidade nacional, uma história árabo-muçulmana, ou uma economia palestina nacional e infra-estrutura sólida.

Ban Ki-moon deixa o seu posto e a Faixa de Gaza continua sendo cercada, onde o povo sofre o flagelo do inimigo, vizinho, apesar do que causa o cerco em termos de fome, de doença,  de destruição  e do atraso.

O Sr Ban-Ki-moon tinha efetuado três visita-relâmpagas a estes campos, anotando os problemas e as preocupações, diante dos sofrimentos e das necessidades alarmantes, sem que o responsável tomasse nenhuma decisão, nem impor soluções para mudar a realidade. O máximo que ele fez foram as declarações para a media sobre o agravamento da situação na Faixa de Gaza, sob a margem de um desastre, e a espera que a comunidade internacional exerça pressão e cumprir seus deveres humanitários para com o povo palestino, pois esta situação alimenta o extremismo se não for condenado a entidade sionista e seu governo, e responsabilizando-o pelo que acontece nos territórios palestinos ocupados, na margem de um catástrofe

O sr Ban-Ki-moon deixa então o seu cargo, mas o que deve anotar foi e pela primeira vez como um Secritário da ONU conseguiu fazer uma declaração na qual ele sublinhou que "a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e a Jerusalém Oriental constituem umas partes integrantes de uma terra árabe ocupada desde 1967," chamando a entidade israelense para se retirar das terras palestinas e reconhecer o direito do povo palestino, talvez esta declaração foi o mais sério, ousado e perigoso na história da ONU, que se contentou de expressar  apenas  a preocupação, mas sem levantar a voz  e condenar a política israelense.

Lahcen EL MOUTAQI