Mais Alma que Corpo
Por marcelo moreira grilo | 22/07/2010 | PoesiasLidos os capítulos da minha vida. O mundo conspira contra a minha existência desesperada. Nas minhas cicatrizes as lembranças da noite. Embriagado! Chapado! Louco! Minha intuição é amaldiçoada pela minha desconfiança e dúvida. Minha razão é o meu tormento. Passo por ruas escuras onde gatos perambulam. Eles caçam! Eles vigiam! Há sempre alguém nos vigiando. Preciso de alguns inimigos ou não teria amigos. Acredito na amizade, portanto tenho. O que me espera lá fora? Será que o "certo" e o "errado" realmente existe? Posso eu... devo eu ter outra vida? Sou humano demais. A tristeza é ser desumano. Nenhum bicho tem o direito de sofrer mais que o homem. No entanto os bichos sofrem! nas mão dos homens. Nascemos, vivemos e morremos na dor. Talvez devamos sofrer. A dor do corpo machuca menos que a dor do espírito. Vejo nos sonhos o meu destino. Faço do meu futuro o meu maior pesadelo. O conformismo e a repetição nasceram com os filhos de Deus. Os rebeldes são os filhos do Diabo. O inferno me surge como um arco-íris em chamas. De um lado a vontade. De outro a liberdade. O que me impede?! E o tédio aumenta. E o calor não diminui. O sacrifício é necessário. Todo mundo precisa falar. Poucos merecem serem ouvidos. Escrevo a alucinação dos meus pensamentos e exorcizo a minha sandice. Me deparo com mendigos na rua, verdadeiros Cristos, quase sempre com um sorriso na face, a real pobreza nobre de uma cidade. Desejo o desconhecido do meu mais profundo ser. Odeio o mundo que escolheram para a gente viver. Rostos bonitos, corpos bonitos... cérebros estragados. A humanidade é feita de aparências! Muitos espertos. Escassez de gênios. Acredito na expansão da consciência. Espero em êxtase pela a extinção da raça humana. Até quando eu vou ter que aguentar esta criatura estranha que todos chamam de Vida? É preciso morrer para a mente acordar. A morte da vida estabelecida é o despertar das quimeras.