Lula elegeu um poste. Terá o poste luz própria?

Por Félix Maier | 18/11/2010 | Política

Félix Maier



Lula é, inegavelmente, o principal responsável pela eleição de Dilma Rousseff à presidência da República. Relegando o papel de presidente do Brasil a segundo plano e sendo, nos dois últimos anos, cabo eleitoral de Dilma 24 horas por dia, atropelando a compostura e a ética, tratorando a Justiça Eleitoral, Lula conseguiu transformar um poste na primeira presidente do Brasil.



É verdade que a oposição de mentirinha ajudou sobremaneira o projeto lulano ? uma oposição que os petistas sempre pediram ao diabo. O PSDB deixou para apresentar o candidato tucano na 25ª hora, junto com um vice desconhecido. Enquanto isso, Lula viajava a todos os cantos do País, antecipando a campanha eleitoral, em palanques sem fim, levando o poste a tiracolo, apresentando-o como seu substituto. A cada multa recebida pela Justiça Eleitoral, Lula desdenhava das leis, assim como desdenha das leis qualquer marginal preso em Bangu I e, aos poucos, conseguiu que o crescimento de intenção de votos da candidata se tornasse irreversível até a vitória final.



O erro maior de José Serra, no início da campanha eleitoral na TV, foi elogiar Lula, ao invés de tentar desconstruir sua imagem. A desculpa era que "Lula é meu amigo". Assim, o povo entendeu bem o recado: por que votar em Serra e não na preferida de Lula? No Rio Grande do Sul, operou-se, nestas eleições, um bem-sucedido ato de desconstrução da governadora Yeda Crusius, levado a cabo pelo antigo ministro da Justiça, Tarso Genro, pela Polícia (Política) Federal, com apoio irrestrito da cooptada RBS, a TV local. Embora Yeda tivesse sanado as finanças públicas do Estado e não tivesse sido condenada em nenhuma instância, o ato mafioso petista de inventar corrupções sem fim no governo local elegeu Tarso Genro governador do Estado, ainda em primeiro turno, provando a máxima nazista de que uma mentira contada mil vezes se torna verdade. O "fascismo guasca" ? no dizer do jornalista Diego Casagrande ? voltou com força total ao Rio Grande depois do triste episódio de perseguição a jornalistas e intelectuais promovida pelo governo petista de Olívio Dutra.



Dilma Rousseff não ter vencido já no primeiro turno foi apenas um detalhe, seja pela ascensão de Marina Silva na reta final, seja pelas denúncias feitas contra Erenice Guerra, a substituta de Dilma na Casa Civil, que utilizava o poder da pasta para fazer lobby econômico para seus filhos. Estranho foi o PSDB não tentar desconstruir a biografia do poste. Em nenhum debate Serra apertou a moleira de Dilma no que diz respeito a mitos e mentiras propalados por Lula e por ela própria. Para começar, Serra não lembrou aos eleitores a verdadeira face de Dilma, não aquela falsa face da cirurgia plástica e do botox, e maquiada para as imagens da campanha, mas a face de uma mulher mentirosa.



Nenhuma palavrinha foi dita por Serra sobre o passado terrorista de Dilma na violenta VAR-Palmares, quando o objetivo da luta armada não era devolver a democracia ao Brasil ? como afirma a maior mentirosa do Brasil ? mas transformar nosso País numa ditadura comunista, nos moldes de Cuba.



Dilma postou no site oficial da Casa Civil que tinha os títulos de mestrado e doutorado pela Unicamp. Mentira!



Dilma afirmou que o dossiê feito contra FHCannabis (aquele que, hoje, prega a descriminalização da maconha) e Dona Ruth Cardoso foi a pedido do TCU e, depois de ser desmentida por aquele órgão, disse que era apenas para alimentação de um banco de dados. Mentira! Como se sabe, o ato criminoso foi realizado logo depois das denúncias do uso abusivo de cartões corporativos feito pela cúpula petista enquistada no poder.



Dilma garantiu que nunca havia se encontrado no Palácio do Planalto com Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, a quem havia pedido para "aliviar" as investigações contra um filho de José Sarney. Mentira! Além de mentir, mandou apagar as imagens colhidas pelas câmaras de TV. Por que acreditar nesta mentirosa, que mente tanto ou mais que seu Chefe, quando diz que foi torturada durante o governo dos militares?



Nada do que foi listado acima foi perguntado por Serra a Dilma, na TV, nem sobre a denúncia do banco alemão KfW contra a própria Dilma e seu homem de confiança Valter Cardeal. Nada foi perguntado por Serra sobre a quebra do sigilo fiscal feita por petistas, envolvendo nomes de caciques tucanos, além de sua própria filha, Verônica Serra. Por que Serra se calou a respeito da extensa ficha criminal do poste?



Foi ótimo ter havido o 2º turno. Isso obrigou o poste a substituir os sapatos de salto alto por simples sandálias. Acuada pela imprensa, Dilma se comprometeu com a liberdade religiosa e a liberdade de imprensa, além de manter a estabilidade econômica iniciada por Itamar Franco e mantida por FHC e Lula.



O 2º turno trouxe à tona a questão do aborto, sempre defendido pelo PT e por Dilma. O poste, em clara demonstração de oportunismo eleitoral, desdisse o que havia afirmado no passado e se comprometeu a não enviar ao Congresso legislação sobre a matança indiscriminada de inocentes. O mesmo oportunismo viu-se na Basílica de Aparecida, no dia da Padroeira do Brasil, em 12 de outubro, quando Dilma tentou mostrar o lado beata que nunca existiu. Tanto isso é verdade que o poste, ao ser questionado posteriormente sobre a fala de Bento XVI sobre o aborto, quando já estava em situação confortável nas pesquisas, com 15 pontos de dianteira sobre Serra, disse apenas que isso "é crença dele".



O poste ainda não recebeu a faixa presidencial, porém os desdobramentos políticos estão se antecipando. Durante a campanha eleitoral, o STM proibiu a Folha de S. Paulo de ter acesso à ficha criminal de Dilma, dos tempos de terrorismo, assim como o Arquivo Nacional se negou a fornecer dados do poste a pesquisadores, o que provocou a renúncia do historiador Carlos Fico, do Memórias Reveladas (melhor seria denominar o órgão petista, que tem também um site, de Memórias Ocultadas). Porém, passada a eleição, o Petistério Público entrou imediatamente com ação contra os "torturadores" de Dilma Rousseff, em ato de puro revanchismo, já que o STF se posicionou recentemente sobre a Lei da Anistia, de que ela vale tanto para "terroristas", quanto para "torturadores", por ter sido "ampla, total e irrestrita". Na verdade, trata-se de um ato covarde de ódio contra as Forças Armadas, especialmente contra o Exército Brasileiro.



O Exército, por sua vez, em ato de vil subserviência ao poste governamental que iniciará o governo em 1º de janeiro de 2011, modificou seu site, no dia 3 de novembro do corrente ano, retirando os links que faziam menção à Revolução Democrática de 1964. Como se fosse possível apagar a História recente do Brasil, esquecer aquele movimento cívico-militar que tirou o Brasil da balbúrdia promovida pela dupla carbonária Jango-Brizola, que interrompeu o projeto de comunização do País, desbaratou grupos terroristas e elevou o Brasil à 8ª economia do planeta em apenas uma década (antes, éramos a 46ª economia).



Os mais de 43 milhões de eleitores de José Serra não se cansam de perguntar: terá o poste luz própria ou será iluminado, nos próximos quatro anos, pela lanterna da "luluzela" (*)? Terá o poste luz própria ou servirá apenas como ponto de urina da cachorrada composta pelos radicais do PT, que sonham em implantar no Brasil o projeto cubanochavista denominado Plano Nacional de Direitos Humanos ? 3 (PNDH-3), que pretende abolir a propriedade privada, enterrar a liberdade de imprensa e impor o aborto livre no Brasil, além de promover outros atentados contra a democracia?



Um bom início de governo Dilma seria enterrar de vez esse nefasto PNDH-3. Mas, terá coragem para tanto, já que foi ela própria que pariu o monstro na Casa Civil?



Não fique triste, caro leitor: a volta da CPMF está garantida...



(*) "Luluzela" é a combinação das palavras "Lula" com "vuvuzela", aquela corneta de corno que infernizou os estádios de futebol na última Copa do Mundo, na África do Sul. Ou seja, "luluzela" é aquela voz gutural conhecidíssima, feita de cachaça e cuspe grosso, que espero não ouvir nunca mais.