LOGÍSTICA DE TRANSPORTE: A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA

Por Weverton Alves Lachini | 03/11/2016 | Adm

RESUMO

A logística é uma definição que possibilita a efetivação das metas estabelecidas pela empresa e, sem ela, não existe uma maneira de se realizar esses objetivos de forma apropriada. O nascimento da logística é militar, criada para posicionar os recursos corretos, no local e hora certos com o objetivo de vencer as guerras. Ao longo de alguns anos, as operações logísticas estavam relacionadas a obtenção de materiais, estoques e distribuição. A meta principal da logística fazer com que fiquem disponíveis mercadorias e atividades no local e momento onde são necessários. Há três elementos que são essenciais para o funcionamento do transporte: custos, velocidade e consistência. O transporte desempenha uma grande função social, eles possibilitam a locomobilidade das pessoas. O setor de rochas ornamentais brasileiro é umas das áreas que também dependem muito do transporte. O artigo em questão busca analisar a relação entre a teoria e a prática sobre a Logística de Transporte através de uma pesquisa em três empresas de mármore e granito.

1 INTRODUÇÃO

A logística como componente constituinte das organizações faz parte de suas estratégias tal como de suas finalidades. Ohmae (1998) declara que a empresa, antes de determinar uma estratégia relacionada à concorrência, deve distinguir quais são suas verdadeiras necessidades, tendo como meta as exigências dos seus clientes, e, os meios acessíveis para satisfazê-las. Neste sentido, o olhar estratégico requer mais do que prontidão no atendimento do cliente, entretanto também induz o empenho de ofertar serviços adicionais e com custo associado (BOWERSOX, 2001).

A estratégia pode ser caracterizada como uma rota ou uma ação desenvolvida com a finalidade de alcançar, de forma diversificada e arrojada, os objetivos, desafios e metas definidas, na mais favorável posição da empresa de acordo com seu ambiente, uma vez que nele encontram-se as condições que não são controláveis (OLIVEIRA, 2013).

O transporte é caracterizado como um dos principais serviços da Logística de Distribuição, sendo relacionado aos custos de fluxo e a disponibilidade de mercadorias ou atividades (FLEURY et al. 2012). Erros na aplicação ou na organização do transporte podem provocar percepções negativas da qualidade aos clientes, bem como abalar o seu contentamento. Em nível universal, segundo salientam Wang e Lei (2012), o transporte passa por consequências devido as tendências mundiais como o valor do combustível, que demandam maior efetividade e versatilidade no fluxo internacional de cargas.

O setor de rochas ornamentais brasileiro é umas das áreas que também dependem muito do transporte tanto do local de extração para a indústria quanto da indústria para o consumidor final. O artigo em questão busca analisar a relação entre a teoria sobre a Logística de Transporte e a prática da mesma através de uma revisão bibliográfica e uma entrevista em três empresas.

2.LOGÍSTICA 

2.1 Pequeno Histórico

De acordo com Novaes (2007), a logística possibilita a efetuação das metas estabelecidas pela empresa e, sem ela, não existe uma maneira de se realizar esses objetivos de forma apropriada. Esta é elaborada por meio de três procedimentos: transportar, distribuir e armazenar, a união dos três procedimentos com um grande gerenciamento integrado constrói o conjunto intitulado logístico, se não existir uma gestão totalmente integralizada pode ocorrer uma divergência de informações que resulta em impasses e custos altos na execução da operação.

Segundo Gomes & Ribeiro (2004), a palavra logística tem sua origem no vocabulário francês loger, que possui o significado de “alocar”. As atividades logísticas começaram na Grécia Antiga, por meio das dinâmicas militares com o intuito de aprovisionamento das tropas, com alimentos, armas e medicamentos, na escala e momento corretos. No século XVIII, o aprendizado logístico foi inserido nas escolas dos EUA, tendo seu inaugural tratado científico em 1917, através do livro Logística Pura: A Ciência da Preparação para a Guerra.

Para Novaes (2007), ao longo de alguns anos, as operações logísticas estavam relacionadas à obtenção de materiais, estoques e distribuição, sendo caracterizadas como ações de apoio, que não acrescentavam valor algum ao produto, e eram abordadas exclusivamente como um meio de custo, não motivando nos pareceres estratégicos da empresa. Com o decorrer dos anos, compreendeu-se que além de trazer a garantia da mercadoria no local pretendido pelo cliente, era preciso reduzir os gastos implicados na operação, possuir um produto com qualidade e dispor de conhecimentos que possibilita o acompanhamento da mercadoria ao decorrer da operação, provocando assim o contentamento do cliente.

2.2 Objetivos da Logística

Para Bowersox; Closs (2001), a meta principal da logística é fazer com que fiquem disponíveis mercadorias e atividades no local e momento onde são necessários. Estas definições básicas são aplicadas nas operações de empresas públicas ou privadas. Ballou (2006) ainda sugere que a logística é um campo administrativo; uma realidade econômica, pois tanto os bens quanto os clientes estão dispersos numa grande área geográfica, sendo este o grande impasse confrontado pela logística.

A logística tem por objetivo responder por toda a movimentação de uma empresa, começando pela entrada da matéria-prima até a entrega da mercadoria para o cliente final, promovendo reflexos otimistas de um ótimo planejamento, organização e controle (BALLOU, 2006).

Bowersox; Closs (1997), declaram que para uma boa gestão de um complexo logístico as empresas devem alcançar concomitantemente no mínimo seis objetivos operantes diferentes, desenvolvidos a seguir:

1) Resposta rápida:  tem a ver com a agilidade das empresas em contentar o seu cliente em pouco tempo. A tecnologia de informação proporcionou um grande progresso na entrega, derivando assim um melhor escoamento do estoque em excesso na empresa.

2) Variância mínima, onde alguma eventualidade prejudicará seu desempenho, resultando no atraso do recebimento de solicitações de clientes, entrega em localidade errada entre outros. Um recurso para este impasse seria a construção de um estoque de segurança, porém este procedimento tem um valor mais alto e não é o mais factível. O ideal é a aplicação de tecnologia de informação para um eficiente domínio logístico, portanto é fundamental a diminuição da variância.

3) Estoque mínimo o mais genérico é se falar de estoque zero, quanto mais reduzido o estoque melhor, porém deve ser bem determinado para que não abale a produção em si. O estoque também pode proporcionar um retorno mais favorável sobre o investimento quando provém de economia de escala na produção ou no abastecimento. Deve-se saber administrar e diminuir ao mesmo nível para alcançar as metas operacionais desejadas.

4) Na consolidação de movimentação, existe ganho referente ao custo de transporte. O mesmo está associado de maneira direta com a mercadoria, volume de carga e a distância. Uma vez que quanto maior o porte da carga e maior a distância trilhada, o custo unitário do transporte será inferior. Para conquistar esta gratificação é necessário o emprego de programas inovadores que tornem possível a concentração de pequenas cargas e uma movimentação estável.

5) Outra exigência também considerável para as metas operacionais é a questão da qualidade, tornando-se um comprometimento para o área industrial. Se um produto apontar alguma espécie de irregularidade ou problema não terá nenhum custo associado pela logística, uma vez que se teve o gasto para tal, não haverá retorno se por acaso aconteça um problema deste gênero. O retrabalho resulta em um custo suplementar para a empresa, pois o valor e o tempo já estarão computados na tarefa executada.

6) O objetivo final é o apoio ao ciclo de vida. Aproximadamente todas as mercadorias são vendidas com algum tipo de garantia por um determinado período. Este ainda salienta a importância do descarte dos materiais, e a responsabilidade e incentivo das empresas em fabricar e reciclar os materiais.

2.3 A logística de transporte 

Bowersox e Closs (2001), dizem que o transporte é o campo operacional da logística que localiza geograficamente o estoque. Várias empresas apresentam executivos encarregados pela área do transporte. Há três elementos que são essenciais para o funcionamento do transporte: custos, velocidade e consistência. Encontram-se também três formas básicas para atender as carências do transporte que são: privado, contratado e transporte comum. Uma união entre rapidez e consistência configura a concepção no que diz respeito a qualidade do transporte por parte do usuário.

Segundo os autores afirmam um planejamento de sistema logístico, deve-se equilibrar o custo de transporte e a qualidade do serviço, e que conhecer e administrar a combinação de transporte é uma incumbência básica da logística, pois em algumas situações um transporte lento e um custo reduzido pode ser conveniente, porém em outros contextos um transporte ágil pode ser a essência para se atingir as metas operacionais.

A área de transporte abrange uma posição de grande importância no andamento das mudanças trazidas pela globalização. O resultado dessas mudanças se revelará exatamente nos preços, pois um mercado central que provém sua oferta de várias fontes e que negocia o produto para muitos compradores estará menos exposto há alterações extremas nos preços (LOCKLIN, 1954; ITANI, 1995). Desta maneira a variação nos preços dos produtos é delimitada através das possibilidades de oferta, sendo de possível realização devido a eficiência de transporte.

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