LIVRE ARBÍTRIO NÃO TÃO LIVRE ASSIM
Por GUILHERME ALMEIDA | 06/10/2010 | FilosofiaPrudência sempre fez parte da minha vida.
Muitas coisas fazem parte da nossa vida. O segredo está em, aproveita-las na hora certa e na medida certa.
Sempre tive varias escolhas na minha vida, e o mais importante, total liberdade para, escolhe-las.
Sempre com boas leituras. Conhecendo lugares onde antes, só tinha visto em livros de história. E sempre mantendo a curiosidade em tudo, pois, a gente nunca sabe demais e, nunca é muito querer saber mais.
Eu posso dizer que pela soma de coisas e momentos da minha vida até hoje já acontecidos, tive uma vida feliz. Até agora!
Sei muito mais da vida do que aparentemente pareço saber, disso tenho certeza, e isso mais pela liberdade de poder escolher o que fazer, no que botar fé, no que acreditar no que apostar pra minha verdadeira felicidade. Isso da uma, certa segurança de escolha, deixa mais seletiva as alternativas até que se chegue a uma resposta baseadamente, correta, daquilo que se foi proposto.
Uma das grandes felicidades do homem é ter amizades. Tantas delas se criam e tantas se perdem, por pensar ser e não era.
A felicidade tanto só, quanto compartilhada, sempre vem da ausência, da abstinência de algo vital da vontade de poder. Quando se percebe, que estava feliz, o momento de breve deslumbre, já fora passado. Por isso se tem a idéia de que a busca da felicidade esta na adição de pequenos acontecimentos, muitas vezes imperceptíveis.
É um grande erro humano buscar a felicidade como algo permanente e duradoura por muito tempo. E uma luz imensa quando se tem uma noção de que isso é verdade.
Cria-se até um conforto. Conforto este que, os indivíduos buscam de varias maneiras e formas.
Através de conhecimentos, amigos, familiares e religião.
No entanto, este último pra mim, me parece, esta busca, um pouco de ignorância, inocência, e até medo, decorrentes de que se tendo a idéia de que se vai morrer, o temor ao desconhecido, e da própria falta de liberdade para um simples pensamento, devido a esse imperialismo pregado pelas entidades religiosas de dominação e submissão, de escravidão, de rebanho, fazendo com que, se agarrem naquilo que lhes dão um certo tipo de conforto-escravo, como gosto de colocar.
Por que conforto-escravo?
A religião pra mim, não faz o mínimo sentido. Significa servidão, abstinência, obediência, temor, adoração, entrega (um tanto paradoxal), a algo que não se tem idéia alguma, tanto quanto qualquer tipo de divindade existente, de que se prove uma existência de que, alguém, um supremo ser, nos criou e tudo que há a sua volta, se fez em propósito disso, e em que, as pessoas esperam e oram na volta e na busca desse deus.
Penso eu que o ser humano, não consegue viver na liberdade do livre pensamento, sempre buscando algo para comandar-lhes, já que, ser livre, significa assumir a responsabilidade pra si próprio. Creio eu que nem todas as pessoas têm essa coragem de responder por seus próprios atos. Sempre busca alguma coisa pra seguir; pais, avós, ídolos, deuses, etc.
A cada dia, torna-se mais e mais complicado andar sozinho através, do mundo desconhecido, e navegar nessa nave imensurável que é a terra, nesse ainda mais imensurável infinito.
Creio mesmo que há mais medo, do que realmente adoração divina.
E creio também que, aquele que se libertar, realmente pra ser livre e buscar, tornar-se "escravo" da construção de perguntas, mesmo com a falta de respostas, e sempre indagando, o desconhecido, e não buscando respostas prontas, em rituais religiosos de qualquer espécie por medo, será como se as luzes se acendessem e o verdadeiro espetáculo estivesse pra começar. Quando assumirmos nossas responsabilidades, teremos o livre arbítrio, para que possamos perceber que, até chegar a "escolha", e todas as idéias até chegar em tal "escolha", passou por um comando de existência própria, sem influencias, a não ser de si mesmo. Aí sim, começaremos tudo novamente.
Mas será que mesmo o "livre arbítrio", não sofre influencia até que se chega na proposta da escolha da idéia final?
Será mesmo que temos essa liberdade de pensamento para o livre pensar sem receber pontos marcantes de acontecimentos, e nisso, ainda, somos persuadidos por um conjunto de argumentos que vão formar nossa idéia atual de "livre arbítrio"?
Para mim, até o livre-pensar, que penso não ser tão livre assim, antes de se tornar a proposta de uma idéia, e chegar à idéia em si, sofre com certeza influencias exteriores para que se molde tal idéia.
Então, concluí-se não ser tão livre assim. Talvez a liberdade esteja na percepção dessas idéias e no não fechamento dos olhos da mente para com a liberdade e nem mesmo por tais influencias.
Seria uma tolice negar que o livre pensamento não sofre influencias.
Pois, tudo sofre influencia de alguma forma. Cabe a nós, termos a liberdade da escolha para absorvermos o melhor possível de cada influencia externa, e também que percebamos isto.
Para tornarmos isso nosso caráter, nossa busca, nossas "escolhas", nossa essência, nosso "eu".
Todos falam do "eu" como se esse "eu" tivesse a liberdade de optar por decisões por si só. Acho um engano inconsciente, como deixei relatado anteriormente as influencias que esse "eu" sofre para ser formado.
Por isso acho eu, que, por hora, a única liberdade que temos é a de tentarmos perceber o que realmente nos influencia, daí sim podemos começar a ter uma percepção de livre pensamento, do "eu" comandante, do "filtro" de idéias que, subtraem influencias conforme nos é favorável.
Peças importantes deste mecanismo; o "filtro", a percepção de que este "filtro" existe, e a vontade do poder de escolha.
Para perceber a existência deste "filtro", creio ser preciso ter um "eu" muito mais forte que a vontade do poder, porque a vontade do poder de escolha vai depender de como esse "filtro" vai operar. E para que não sejamos pego de surpresa por más influencias, temos que perceber a existência deste "filtro". Por isso creio que pode haver algo a mais nas pessoas que tem essa percepção de que, ela é influenciável, que pode escolher por quem ou o que o influenciará, e com isso chegar, na sua idéia final.
Mas como ter um "eu" independente, sendo ele totalmente moldado por agentes exteriores?
As pessoas com bons "filtros", digamos assim, parecem ter mais facilidade na moldagem do "eu". Pessoas com um "filtro" nulo, são como marionetes, parecem serem outras pessoas. Ás vezes até conseguimos enxergar as outras pessoas que o influenciaram, no mesmo.
Esse "eu", pode não ser algo isolado em sua própria essência, mas quando se filtra bem o bombardeio de idéias que recebemos cotidianamente, conseguimos perceber sua existência, sua influencia recebida, descobrindo assim sua moldagem, e conseguimos deste modo, ter o melhor poder de escolha, para nossa complexa liberdade existencial.