Linguística, cultura e sociedade.

Por Joel Junior | 09/03/2011 | Educação

A cultura é a principal causa da existência do estudo da linguística. Foi a partir dessa que se formou a linguagem, isto é, a comunicação, surgindo assim a língua, objeto de estudo da linguística.
Com o crescimento da humanidade, houve divisões de comunidades, gerando assim diferentes culturas, inclusive línguas. A cultura nada mais é que a forma de pensar de uma comunidade social, ou seja, um comum acordo entre seus membros. Assim aconteceu com a língua, mudanças que pudessem facilitar a comunicação. E isso foi tomando força, e assim ainda é. Cada país, apesar de falar um mesmo idioma, possui diferentes dialetos, isto porque as comunidades regionais são donas de sua própria cultura, envolvendo assim a fala. É então que a linguística entra em ação, para estudar o porquê dessas diferenças.
O Brasil é o principal exemplo da importância da cultura para o estudo da linguística. Há aqui uma pequena cidade do interior que tem uma cultura um tanto diferente: as crianças são alfabetizadas de modo convencional, mas também aprendendo as palavras com as sílabas de trás para frente, criando assim um novo dialeto. O estudo da linguista entra em ação e pesquisa essas ocorrências sociais.

A partir etimologia da palavra cultura que vem do latim "cultura", que significa cultivar o solo, cuidar, podemos definir cultura como o cuidado de uma comunidade em manter vivos seus costumes e crenças, cultivando diversos saberes plantados com esforço e enraizados pela paciência. Essa conquista de anos trouxe e ainda traz a cada diferente comunidade a força de cumprir um grande papel dentro da sociedade global: de compartilhar saberes e conhecimentos que se tornam infinitos, como crenças, costumes, línguas, etc. Isso contribui de forma significativa paras os estudos de ciências sociais.

A origem da comunicação verbal se deu pela necessidade que o homem tinha de interagir com sua espécie de forma mais promissora e eficaz. Assim, surgiu a língua, isto é o idioma. Todavia, este processo não foi fácil assim. Para que uma nova língua se forme, são levados em conta diversos fatores que se tornam decisivos e indispensáveis para que ela se desenvolva e se fortaleça, criando sua própria identidade.
Ao estudarmos sobre a história de uma língua do ponto de vista diacrônico, conhecemos esses fatores que levaram esta língua a se formar. O principal deles é a necessidade de comunicação, seguido pelo meio social, que envolve cultura, política, entre outros. Contudo, a formação de uma língua não depende incontestavelmente apenas da necessidade de comunicação. Na época das colonizações, os países colonizadores tentavam implantar a qualquer custo o sua língua nesta nova colônia, mesmo que lá já houvesse habitantes falantes nativos de outra língua. Formava-se assim uma nova sociedade, onde a política criada deveria ser obedecida de qualquer forma. Nascia então uma nova cultura social.
Para o fortalecimento de uma língua, outras tiveram de ser "enfraquecidas", isto é, a prática do glotocídio. Tentavam criar uma homogeneidade linguística que não deu certo, tornando-se uma irrisória utopia. Por mais que um mesmo idioma seja falado em um país, ali há diversas sociedades que criam seus próprios meios de comunicação verbal através desta língua, sendo ainda mais incisivas no fato de que não haverá jamais uma homogeneidade linguística.
A cultura tem relação total com o idioma. Os defensores da heterogeneidade linguística afirmam que a língua é o que há de maior valia na cultura de um povo, pois aquele idioma tornou-se forte naquele meio pela política que essa sociedade criou, seguida e transmitida por seus membros por gerações.