LÍNGUA PORTUGUESA X LÍNGUA DE SINAIS: EM MEIO A COMUNIDADE SURDA

Por ELISON FERREIRA ALVES | 05/10/2016 | Educação

Elison Ferreira Alves*

RESUMO: A intenção principal é descrever as reflexões de cunho pessoal sobre a importância que a língua de sinais e o envolvimento paralelo da língua portuguesa, relacionando a importância para a pessoa surda, buscando leituras de leis e artigos sobre educação aplicadas a pessoas surdas retratado seus aspectos históricos, legais dos princípios mundiais às práticas atuais, se referendado teóricos e sobre os paradigmas que a inclusão das pessoas com necessidades educativas especiais, destacando as pessoas com surdez. Além de apresentar as dificuldades que as pessoas surdas encontram para interagirem com as demais pessoas sem a utilização da língua de sinais.

Palavras-chave: Pessoa Surda. Inclusão. Surdez. Língua de Sinais.

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*Graduado em Licenciatura Plena em Letras.

*Pós-graduado em Metodologia de Língua Portuguesa e Literatura

*Pós-Graduado em Práticas Pedagógicas Aplicadas a Pessoas com Necessidades Educativas Especiais com Ênfase em LIBRAS.

 E-mail: elison.letras@hotmail.com

ABSTRACT

SUMMARY: The main intention is to describe the reflections of personal touch on the importance of sign language has to the deaf person, seeking readings of laws and articles on education applied to deaf people portrayed their historical, legal aspects of global principles to current practices if countersigned theoretical and on the paradigms that the inclusion of people with special needs, highlighting people with deafness. In addition to presenting the difficulties that deaf people are to interact with others without the use of sign language.

Keywords: deafhood. Inclusion. Deafness. Sign language.

INTRODUÇÃO

A educação de surdos é marcada principalmente por não oferecer educação a essas pessoas surdas, ou seja, a pessoa surda era excluída da educação, era considerado um ser incapaz de aprender, pelo fato de não poder escutar consequentemente não falar e esse argumento foi mantido durante muito tempo até que surgissem modalidades aplicadas à comunicação de pessoas surdas o que marca a inclusão das pessoas com surdez.

A inclusão possibilita que as pessoas com deficiência auditiva ocupem por direito seu espaço na sociedade, onde possam ter a liberdade de interagirem uma com as outras, possam ter direitos de escolha, direito e deveres com qualquer outra pessoa considera da normal, tendo em vista que a sociedade ainda passa pelo processo de conscientização e que a inclusão de pessoas com necessidades especiais ainda é de forma lenta, mas que já se torna realidade.

Uma das formas de inclusão para pessoas surdas foi o surgimento da língua de sinais, que promoveu a comunicação de pessoas surdas entre si e com pessoas ouvintes que conhecem a língua de sinais.

No Brasil a língua de sinais é conhecida como Língua Brasileira de sinais (LIBRAS) é uma língua utilizada pela maioria da comunidade surda do Brasil e tem seu reconhecimento no país através da lei 10.436 de 2002 e pelo decreto de Lei 5626 de 2005.

Apesar de muitas pessoas imaginarem que a comunicação feita pelos surdos, são uma forma de mímica ou gestos quaisquer que tentem uma comunicação mais aproximada do que se quer transmitir, isso é extremamente incorreto, pois, a Libras possui uma estrutura gramatical própria e com níveis linguísticos comuns a qualquer outra língua, o que faz dela uma língua oficial.

Para comunicar-se com uma pessoa surda, não basta apenas conhecer a Libras, mas também ter clareza e objetividade na escolha dos sinais a serem utilizados, haja vista, que a libras ainda estar em um processo de evolução e seus sinais precisam estar em sintonia com a mensagem a ser transmitida. 

OS SURDOS NO PASSADO

Na antiguidade as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência ou algo de estrando que a burguesia não aceitasse ou pensasse ser errado, para tanto, todas eram sacrificadas, e esses indivíduos que eram considerados incapazes de raciocinar não tinham direito a vida onde eram levados à sentença da morte, assim, as crianças que nascessem com algum tipo de deficiência não tinham o direito à vida.

Os Surdos eram encarados como seres incompetentes. Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa crença, comum na época, fazia com que, na Grécia, os Surdos não recebessem educação secular, não tivessem direitos, fossem marginalizados (juntamente com os deficientes mentais e os doentes) e que muitas vezes fossem condenados à morte (WALLES, 2005).

No Egito, as pessoas com deficiência eram levadas ao sacrifício e dadas ao farão como veneração em um tipo de ritual sagrado. Na Roma em anos de 335, a.C as pessoas com deficiência passaram a ter o direito a vida, mas, não tinham ainda, o direito de entenderem que eram seres que podiam raciocinar, de que aprenderiam através do estudo ou prática de alguma atividade como qualquer outro.

Segundo Goldfeld (1997):

A crença de que o surdo era uma pessoa primitiva fez com que a ideia de que ele não poderia ser educado persistisse até o século quinze. Até aquele momento eles viviam totalmente à margem da sociedade e não tinham nenhum direito assegurado. A partir do século dezesseis têm-se notícias dos primeiros educadores de surdos (GOLDFELD, 1997, p. 89).

Desta maneira, só a partir de séc. XVI que começou a surge ideias que possibilitassem a educação de surdos, onde essas pessoas pudessem se comunicar com as demais e assim tivesse o direito à vida.

O filósofo grego Sócrates perguntou ao seu discípulo Hermógenes: “Suponha que nós não tenhamos voz ou língua, e queiramos indicar objetos um ao outro. Não deveríamos nós, como os surdos-mudos, fazer sinais com as mãos, a cabeça e o resto do corpo?” Hermógenes respondeu: “Como poderia ser de outra maneira, Sócrates?” (CRATYLUS DE PLATO, DISCÍPULO E CRONISTA, 368 a.C).

Através da língua de sinais que os surdos passaram a desenvolver uma linguagem e poder se comunicar com os outros surdos, assim a língua de sinais tornava-se importante para a vida das pessoas surdas, onde conquistavam o direito de se comunicarem.

LINGUA DE SINAIS

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

A língua brasileira de sinais (LIBRAS) teve a sua origem através da língua de sinais francesas e foi daí espalhando-se por diversos países que possuía pessoas com surdez.

Apesar de vários países utilizarem a língua de sinais, ela não é universal e contem diferenças entre si e cada país formula seus sinais com base em sua cultura nacional. Assim como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região, denominando assim, como regionalismo.

A Língua Brasileira de Sinais é a língua oficial dos surdos no Brasil e esta garantida pela lei 10.436, de 24 de abril de 2002 e é interessante notar também

que quase todos os Estados brasileiros já possuem uma lei que defende língua de sinais e a torna de uso oficial nestes Estados.

A oficialização da língua de sinais a nível nacional, é garantida pelo Congresso Nacional em 1996 através do decreto:

  Art. 1º - A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 26-B:

"Art. 26-B - Será garantida às pessoas surdas, em todas as etapas e modalidades da educação básica, nas redes públicas e privadas de ensino, a oferta da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, na condição de língua nativa das pessoas surdas".

O decreto governamental 5.626 de 22 de dezembro de 2005 no capítulo VI é decisivo em afirmar que as instituições de ensino devem proporcionar tradutor/intérprete aos alunos surdos ou profissional adequado que possar interagir com a educação dos alunos surdos:

A maioria das pessoas, não estão preparadas para lidar com indivíduos que possuam alguma deficiência, para tanto, o primeiro meio de causar uma interação inclusiva, é buscando conhecimento na área que lhe foi apresentado, nesse caso trataremos do intérprete de LIBRAS. O intérprete de LIBRAS, serve para causar intermediação entre aluno e professor, interpretar e traduzir os trabalhos dos surdos. O surdos sente muita dificuldade com a língua portuguesa, ocasionado pelo fato de não ouvirem, seu conhecimento sobre nosso dicionário e muito limitado, podendo trocar ou não saber algumas escritas, sendo que o tradutor de LIBRAS devera auxilia-lo para que o professor compreenda-o. O Instituto Nacional de Educação de Surdos explica que:

Os intérpretes devem ter fluência na Língua Brasileira de Sinais, assim como ela é usada pelas pessoas surdas e ter também boa fluência em Língua Portuguesa. Geralmente, intérpretes com nível de escolaridade alto têm melhores condições de produtividade. A atuação dos intérpretes deve estar centrada no atendimento a todas as pessoas surdas que necessitam romper os bloqueios de comunicação com o objetivo de integrar surdos e ouvintes, facilitando a comunicação entre ambos. Frequentemente, os intérpretes são solicitados para intermediar a comunicação de surdos e ouvintes em encontros, reuniões, cursos, palestras, debates, entrevistas, consultas, audiências, visitas, etc., além de participarem do processo de integração escolar do aluno surdo. (ACERVOS DO INES)

            A maioria das pessoas, não estão preparadas para lidar com indivíduos que possuam alguma deficiência, para tanto, o primeiro meio de causar uma interação inclusiva, é buscando conhecimento na área que lhe foi apresentado, nesse caso, trataremos do intérprete de LIBRAS. O intérprete de LIBRAS serve para fazer uma intermediação entre aluno e professor, interpretar e traduzir os trabalhos dos surdos.

Os surdos sente muita dificuldade com a língua portuguesa, ocasionado pelo fato de não ouvirem, seu conhecimento sobre o dicionário da língua portuguesa é muito limitado, podendo trocar ou não saber algumas escritas, sendo que o tradutor de LIBRAS deverá auxilia-lo para que o professor compreenda-o. O Instituto Nacional de Educação de Surdos explica que:

Os intérpretes devem ter fluência na Língua Brasileira de Sinais, assim como ela é usada pelas pessoas surdas e ter também boa fluência em Língua Portuguesa. Geralmente, intérpretes com nível de escolaridade alto têm melhores condições de produtividade. A atuação dos intérpretes deve estar centrada no atendimento a todas as pessoas surdas que necessitam romper os bloqueios de comunicação com o objetivo de integrar surdos e ouvintes, facilitando a comunicação entre ambos. Frequentemente, os intérpretes são solicitados para intermediar a comunicação de surdos e ouvintes em encontros, reuniões, cursos, palestras, debates, entrevistas, consultas, audiências, visitas, etc., além de participarem do processo de integração escolar do aluno surdo. (ACERVOS DO INES)

A presença do interprete é muito importante para que o aluno surdo entenda e tire eventuais dúvidas durante os mais diversos eventos que acontecem junto a pessoas ouvintes.

Na comunicação da língua de sinais, o auxílio do interprete é um papel muito importante, pois pode orientar e interpretar a comunicação entre colegas surdos e ouvintes e de utilizar a comunicação multimodal, ou seja, usar diversos canais de comunicação para garantir a compreensão de significados, orientar o surdo na organização de suas atividades acadêmicas junto ao professor de sala de aula, assegurando-se de que houve entendimento por parte do aluno surdo.