Limite de Detecção?
Por Luiz Felippe Salemi | 24/07/2009 | ArteLimite de detecção?
Toda técnica analítica possui uma quantidade ou concentração mínima do analito que pode ser detectada.Isso remete a um conceito oriundo das medições quantitativas da química analítica, o limite de detecção. Mas o que vem a ser isso?
O que é o limite de detecção?
É a menor quantidade ou concentração de um analito que pode ser estabelecida como diferente, admitindo-se um intervalo de confiança, em relação a um branco (um material similar a amostra em termos composição exceto pelo fato do analito estar ausente). Uma definição de limite de detecção amplamente encontrada na literatura é a concentração do analito que produz um sinal que excede em três vezes o desvio padrão do sinal obtido ao passar o branco. Assim, o limite de detecção é uma função do número de vezes que submeteram o branco a análise já que o cálculo do desvio padrão depende desse fator.
Como pode-se notar, devido à natureza estatística que há no cálculo do limite de detecção, há ocasiões em que o analito está ausente na amostra e, no entanto, é considerado como presente (situação denominada "falso positivo"). Em outras, o analito está presente, mas é considerado como ausente (situação denominada "falso negativo"). Devido a isso, amostras com concentrações do analito iguais ou próximas à do limite de detecção são consideradas como tendo determinação imprecisa. Essa incerteza faz com que tomemos a decisão de não quantificarmos o analito a menos que sua concentração esteja bem acima do limite de detecção. Dessa questão, origina-se o termo "limite de quantificação" que pode ser definido como a concentração do analito que produz um sinal que excede em dez vezes o desvio padrão das medições do branco. Assim, essa concentração é dita como a menor concentração do analito que algum cientista deve considerar como segura na sua determinação. Desse modo, devido ao cálculo estatístico necessário para a obtenção do limite de detecção, ele não deve ser entendido como uma concentração única, mas sim uma faixa de concentrações que gera incerteza na determinação analítica.
Produzido a partir de:
WEHRY, E. Quantitative Measurements. In: SETTLE, F. (Ed.). Handbook of Instrumental Techniques of Analytical Chemistry. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1997. p.73-80.