Liderança como chave para o sucesso

Por Francisco Iglesias Bretas | 22/11/2016 | Crescimento

Os preceitos da liderança devem ser diferentes de tudo que porventura, vincule a posição de uma pessoa a um status de poder autoritário. Liderar é dentre muitas coisas, servir, e, portanto, você deve servir seus liderados, familiares, filhos, esposa ou esposa, se sacrificar por eles, desenvolvendo para isso habilidades para conduzir sua autoridade com influência, motivando-os sempre. Praticar autoridade com base na influência é hoje uma atividade essencial e faltante na grande maioria das pessoas, enquanto Mães, Pais, Gestores, Administradores, etc. 

Seja sutil. Chame a atenção no reservado e elogie em público. Valorize as ideias por mais ilógicas que pareçam ser para você. Vincule o sucesso de um ao sucesso de todos. Pratique a escuta ativa, em outras palavras, coloque-se no lugar do outro. Para liderar é necessário exercer o poder, no entanto, o autoritarismo deve ser extirpado e substituído por preceitos mais eficazes com foco em relações mais humanas. Em um passado não muito distante, as pessoas preferiam manter seus familiares ou liderados,subjugados, achando que assim, seria mais fácil sua manipulação através da intimidação e do autoritarismo. Ainda hoje nos deparamos com este tipo de postura, no entanto, quem tenta se firmar como chefe, seja no âmbito pessoal ou profissional, utilizando-se dessa filosofia, com certeza está fadado ao fracasso. 

Você deve estar se perguntando por que usei no parágrafo acima a palavra “chefe” ao invés de líder já que estamos neste artigo, abordando os conceitos da liderança: boa pergunta, na verdade quis provocar com este termo uma outra reflexão: Um líder é aquele que orienta sua prole, família e/ou equipe na vivência diária, incluindo a realização de um trabalho ou atividade, que trabalha os pontos fracos das pessoas a sua volta, exaltando seus pontos fortes, ao contrário do “chefe”, que na primeira dificuldade ou obstáculo, acha mais fácil abandonar ou ignorar, manda fazer e ao ser questionado muitas vezes de como será feito, não tem a menor paciência de explicar ou orientar no “como fazer” ou “como proceder”. 

Liderar, é basicamente ser capaz de cativar as pessoas e as atrair para perto de si. O ser humano em geral se sente bem diante de um comando humanitário, eficaz, planejado, justo e organizado. Para exercer liderança é preciso ser, antes de mais nada, justo, e para ser justo, você precisa se comunicar bem, além de outras coisas é claro. Você deve saber influenciar as pessoas para que elas trabalhem a seu favor, entusiasticamente, visando o bem comum. 

Bom, falamos até aqui sobre os preceitos da liderança, como exercermos o poder de forma adequada visando o bem comum das pessoas à nossa volta, como criar uma sinergia e ao mesmo tempo diversidade no ambiente em que convivemos diariamente, como encorajar pessoas, dentre outras coisas. No entanto, de nada serve tudo isso se você não tiver Ética! Se o poder é amoral, ética, é moral e falta de ética é imoral. Ser ético é bom, ser correto é bom, não só gera mais sucesso como também valoriza sua reputação. Sua reputação é tudo, dê sua vida por ela, ou seja, seu nome é uma das poucas coisas que talvez, você não perca nunca! Construir uma boa reputação é algo extremamente difícil, levamos anos ou até mesmo décadas para construí-la e um pequeno deslize, pode colocar tudo isso a perder. 

Se você não consegue cumprir um prazo ou entregar algo que se comprometeu, seja honesto e diga que não dá, pois, agindo assimvocê conseguirá, com certeza, abrir outras possibilidades. Agora, será que ser ético é falar que você consegue cumprir um prazo ou entregar algo com o que se comprometeu, mesmo sabendo que não dá? É correto isso? Definitivamente não. Isso é imoral e vai contra os princípios da ética e do relacionamento transparente. 

A comunicação é o oxigênio das relações interpessoais. É de suma importância que a comunicação obtenha um alto nível de compreensão e clareza em todas as suas formas e durante todo o diálogo.

Certa vez em uma reunião, interrompi uma pessoa três vezes enquanto falava algo muito importante. Ao final da terceira vez que a interrompi, essa pessoa simplesmente deixou de falar e me cedeu espaço para expor minhas ideias e foi o que fiz. Porém,me senti naquele momento, um pouco constrangido, com a sensação de que havia perdido algo muito importante na fala daquela pessoa, talvez uma oportunidade ou até mesmo uma solução para o problema que estávamos vivenciando. Ao final da reunião, procurei essa pessoa com o intuito de me retratar e foi quando ela me disse: “Sinceramente isto não me incomoda Francisco, mas tenho receio das mensagens que você transmite às pessoas com quem se relaciona no seu dia a dia, quando as interrompe dessa maneira. ” O engraçado é que já haviam me dito isso em oportunidades passadas, o que chamo de feedbacks pontuais. Quando interrompemos as pessoas no meio de uma frase, enviamos algumas mensagens negativas, dentre elas: 

Se você me interrompeu, é porque não estava prestando muita atenção no que eu dizia, uma vez que seu cérebro estava ocupado com a resposta. 

Se você se recusa a ouvir o que eu tenho a dizer, não está valorizando a minha opinião. 

E por último, você deve acreditar que o que tem a dizer é muito mais importante do que o que eu tenho a dizer. 

Essas mensagens em geral são bastante desrespeitosas e jamais devemos enviá-las. 

Em uma outra ocasião, numa reunião semanal da equipe na qual pertencia em uma determinada empresa, nosso Líder estava proferindo algumas palavras importantes sobre Gestão, resultados da equipe, metas, etc. Nesta ocasião eu comecei a sentir uma sensação de ansiedade que sinceramente, me fez remexer na cadeira, meu coração começou subitamente a bater mais rápido e as palmas de minhas mãos começaram a suar. Em um primeiro momento, pensei que estava enfartando, mas depois veio outra sensação, a de que eu tinha uma contribuição a dar. 

Fiquei surpreso com a reação do nosso líder naquela ocasião, que parou o que estava dizendo e se dirigiu a mim perguntando: “Francisco, você está inquieto. Há algo que gostaria de acrescentar? ” Na hora, fiquei surpreso e pensando: como foi que ele adivinhou? Bom, fiquei alguns meses pensando naquele episódio tentando entender como ele havia percebido a minha necessidade naquele momento? 

Hoje, entendo o que aconteceu aquele dia. Ter vontade de falar é isso, é uma sensação muitas vezes prazerosa, porém confusa que nos traz certa ansiedade, fazendo com que nosso coração bata mais intensamente e por vezes também o suor nas mãos que vem a nos acometer. E um bom Pai, uma boa Mãe, um bom líder, sabe reconhecer isso quando acontece, até por que, a capacidade de observar é primordial para exercermos uma boa liderança. Enxergar o que muitos não conseguem por vezes enxergar, seja através de palavras, olhares, gestos ou ações. 

Paradigmas são padrões psicológicos, modelos ou mapas que por vezes usamos para navegar na vida. Nossos paradigmas muitas vezes podem ser valiosos e até salvar vidas quando usados de forma adequada. Mas todo cuidado é pouco pois podem se tornar perigosos se os tomarmos como verdade absoluta. Quando tomamos nossos paradigmas como verdade absoluta, temos o que chamamos de paralisia paradigmática, ou seja, passamos a não aceitar qualquer possibilidade de mudança. Pensando nisso, imaginemos a visão que uma menina vítima de um pai abusivo poderia desenvolver. Na certa ela desenvolveria a ideia de que os homens adultos não devem ser confiáveis. Enquanto criança ela se afastaria do pai, mas mantendo este paradigma na vida adulta, é provável que tenha grandes dificuldades em se relacionar com o sexo oposto. 

Um bom Pai, uma boa mãe e um bom líder, deve saber influenciar seus filhos, filhas e as pessoas a desafiarem seus paradigmas de forma a usufruírem adequadamente dos mesmos e se necessário, quebra-los em prol de um benefício comum. A mudança causa desconforto porque nos tira da nossa zona de conforto e muitas vezes, nos força a fazer coisas de modo diferente, o que em geral é bastante difícil. Quando somos desafiados, somos instigados a repensar nossas posições. 

Eu quero propor aqui um desafio para você refletir sobre a terrível responsabilidade que assumiu quando optou por ser líder. A você que se comprometeu voluntariamente a ser pai, mãe, esposo ou esposa, Gerente ou o que quer que seja. Pense no ambiente que seus liderados vivem grande parte do seu dia e que foi criado por você enquanto líder. Reflita sobre isso. Eu particularmente me surpreendo quase que diariamente pela forma displicente e em alguns casos até insolente com que alguns líderes desempenham essa responsabilidade, seja em casa, seja no trabalho. 

A verdadeira liderança é o exercício da influência sobre o outro e que é possível para todos, mas requer uma enorme doação pessoal. Uma habilidade é basicamente uma capacidade adquirida, ou seja, ela pode ser aprendida e desenvolvida por quem quer que seja, desde que tenha vontade e que pratique as ações adequadas. 

Então se liderar é influenciar, como podemos desenvolver essa influência?  A resposta é muito simples: levando as pessoas a fazer o que desejamos, em outras palavras, utilizando nossa habilidade para levá-las a fazerem de boa vontade o que queremos por causa de nossa influência pessoal. Isso é a verdadeira essência da autoridade. Como vimos no início deste artigo, praticar autoridade com influência.

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