Líder de confiança: de herói a vilão!

Por Adolfo Plinio Pereira | 19/11/2011 | Adm

Quando do início de um negócio, alguns colaboradores tornam-se muito importantes para o sucesso da nova organização. Especialmente pela dedicação ímpar e compromisso inquestionável com os objetivos propostos. Tal relevância de contribuição, com o passar do tempo, os transformam em pilares da organização. E assim, passam a fazer parte do “patrimônio” e são reconhecidos e queridos por muitos no ambiente de trabalho, em especial, por aqueles proprietários que reconhecem com gratidão o empenho destes colaboradores especiais. Contudo, estes ícones da história da organização precisam estar atentos.

Ao olharmos para o passado, constatamos que as organizações tornaram-se muito importantes a partir da Revolução Industrial. O Brasil, e tantos outros países que eram colônias, atrasaram o desenvolvimento industrial, com conseqüências sociais e econômicas. Ocorre que, após tantas mudanças, especialmente na economia, os países que até bem pouco tempo eram chamados simplesmente de subdesenvolvidos, começaram a se reorganizar e embrenharam no caminho do crescimento. Assim, seguiram um sentido contrário ao de algumas grandes potenciais que parecem ter esgotado, ou pelo menos, reduzido sua capacidade de produzir e consumir. Esta apatia econômica, aliada a um forte endividamento público, gerou expressiva crise econômica em países que eram unanimidades em termos de gestão pública e privada.

  E o que isso tem haver com nosso assunto? Bem, em primeiro lugar é que, em grande parte, os valiosos colaboradores do início da história das organizações brasileiras, especialmente das pequenas empresas familiares, tornaram-se chefes, líderes, gerentes, diretores nas organizações para as quais dedicaram parte considerável de suas vidas. E merecem ser reconhecidos como “heróis” é claro! Em segundo, é que este processo complexo de mudança na história que passou pela globalização, mudança de hábitos dos consumidores, estabilização da moeda, crescimento do mercado interno, conscientização ambiental e, em especial, avanço tecnológico, trouxe inúmeros desafios e inevitável necessidade de atualização profissional, aceitação e assimilação de novos processos. Mudanças nas máquinas, no software, no processo, na rotina, na educação, no controle de qualidade, na comunicação, nas instalações, nos produtos, enfim, em tudo.

Porém, não foram todos estes nossos queridos heróis que entenderam ou aceitaram esta desafiadora situação. Muitos sequer procuraram realizar um curso técnico ou superior, e ignoraram, conscientemente ou não, que tais conhecimentos seriam primordiais para continuidade de seu sucesso como líder.   

Os que desbloquearam suas mentes, tomaram atitudes e se entregaram ao processo com tranquilidade, solicitude e humildade, conquistaram ou aperfeiçoaram conhecimentos, estão se saindo muito bem. Mas os que passaram a bloquear as mudanças, dizendo frases do tipo: “o sistema anterior era muito melhor!”, “a nossa máquina era excelente, por que trocaram?”, “para que ficar ouvindo o empregado! Eu mando e acabou!”, “eu sempre fiz assim e sempre deu certo, para que mudar?”. Enfim, os que estão agindo negativamente, mesmo tendo uma bela história de contribuição, infelizmente, estão bloqueando o desenvolvimento da organização. O líder que não aceita as mudanças que rondam seu departamento pode sim, deixar de ser “herói” para se tornar um “vilão”, e talvez, ser mais lembrado pelo que fez de negativo do que pela sua histórica contribuição. A demissão, para estes casos, pode ser uma opção.

Portanto, fica o alerta ao líder antigo na organização: Você quer continuar sendo um verdadeiro super-herói ou vai se tornar um grande vilão para os que sempre confiaram em você? Quer saber o segredo? Aceite e abrace a mudança e revigore sua energia, como se sua história de sucesso estivesse começando hoje! Força herói!

Um abraço e até a próxima se Deus quiser!

 

Prof. Adolfo Plínio Pereira é consultor de empresas, palestrante e professor universitário de graduação e pós graduação – professoradolfo@terra.com.br