IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA NA TOMADA DE DECISÃO ESTUDO DE CASO JOFUCA (SU), LDA (2019-2021)

Por Felisberto Agostinho Aguiar Muanha | 31/07/2024 | Educação

INTRODUÇÃO

Atualmente é possível perceber as diferentes mudanças que ocorrem no cenário econômico, provocado por diversos fatores, que dentre eles podemos destacar, o processo de globalização, alterações na legislação fiscal, tributária e na taxa de juros, que podem afetar direta ou indiretamente o sistema financeiro das empresas.

Pode-se dizer que existe uma vulnerabilidade no sistema financeiro das empresas, uma vez que essas mudanças poderão influenciar direta ou indiretamente nos seus negócios e aumentar a concorrência entre as empresas.

Diante das considerações apresentadas percebe-se que os gestores deverão estar preparados para lidar com essas situações, tendo em vista que a empresa poderá correr sérios riscos de liquidez, e consequentemente poderá ter dificuldade em obter resultados econômicos capazes de subsidiar essa liquidez (PASSAIA, 2014).

A análise da situação financeira numa dada empresa visa, dentre várias funções, ajudar na tomada de decisões por parte dos gestores, acionistas da empresa, bem como, fornecedores, clientes, instituições de crédito e outros utilizadores.

Desta feita, de acordo com Neves, J.C das (2004), as demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da empresa para prestar contas e levar informações sobre o aspecto económico-financeiro aos acionistas, credores, governo e outros interessados, e apresentam informações úteis que revelam suas operações durante um determinado período de tempo, e quando analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e fracos encontrados na realização da sua actividade quer operacional quer não operacional.

Ainda, que as demonstrações financeiras sejam os instrumentos utilizados pela contabilidade para expor a situação económico-financeira da empresa e prover aos diversos utentes internos e/ou externos as informações que servem de base para a tomada de decisões (BREIA, A. et al. 2014).

Os rácios económicos e financeiros são uma representação de extrema importância, pois ajudam os gestores e outros utilizadores da informação financeira a conhecerem o seu posicionamento financeiro durante um determinado horizonte temporal.

A análise dos rácios económicos e financeiros, segundo muitos estudiosos, é tão antiga quanto à própria contabilidade. É através da análise dos rácios que podemos identificar os pontos críticos dentro da organização e apresentar imediatamente um esboço das prioridades para solucionar problemas.

Problemática

O problema é constituído por um conjunto de questões lógicas e delimitadas que se colocam ao tema, tendentes a encontrar através das hipóteses, uma solução e esclarecimento do mesmo. Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontarmos e pretendemos resolver (GIL (2010, p 12).

Para elaboração da presente monografia, formulou-se a seguinte questão: Qual é a importância da análise financeira na empresa?

Hipótese

  •  : A Análise financeira é importante porque espelha a situação real da empresa;
  •  : A Análise financeira em si só, não espelha a situação real da empresa.

Variáveis

  • Independentes: Demonstrações financeiras;
  • Dependente: Rácios económicos e financeiros.

Objectivo geral

O objectivo deste trabalho é demonstrar a importância da análise dos rácios económicos e financeiros nas empresas.

Objectivo específicos

  • Apresentar a fundamentação teórica sobre as demonstrações financeiras;
  • Descrever a análise teórica sobre rácios económicos e financeiros nas empresas;
  • Apresentar a análise e interpretação dos resultados da empresa JOFUCA (SU) LDA, no período de 2019 a 2021.

Metodologia de investigação

Segundo a descrição de Gil (2010, p 16), a metodologia é o estudo dos métodos, isto é, o estudo dos caminhos para se chegar a um determinado fim com o objetivo de analisar as características dos vários métodos indispensáveis tais como: avaliar capacidade, limitações e críticas aos pressupostos quanto a sua utilização.

A mesma pode ser dividida em vários métodos até chegar num determinado objectivo e neste trabalho, abordaremos os seguintes métodos:

Método descrito, serviu de base neste processo de investigação científica de modo a facilitar o informando a receber detalhadamente o assunto em questão, desde o ponto básico até o mais complexo.

Método comparativo, advém da investigação de indivíduos, classes, fenómenos ou factos, com vistas ressaltar as diferenças e as similaridades entre eles. Este método vai ajudar-nos a analisar e comparar as demonstrações de resultados e os balanços de cada ano e depois ter uma ideia sobre a estrutura financeira da empresa (equilibrada ou não). Gil (2010, p16).

Método de exploração, tem como objectivo identificar o problema, suas características e comparar os quocientes obtidos por um período determinado de tempo em balanço real. Por meio da mesma, busca-se conhecer com maior profundidade o assunto de modo a torna-lo mais claro ou construir questões importantes para a conclusão da pesquisa. (GIL (2010, p 12).

Instrumento de investigação

Para a realização da pesquisa de investigação utilizamos os seguintes instrumentos:

  • Balanço patrimonial;
  • Demonstrações de resultados.

Tratamento dos dados

Os dados foram tratados da seguinte forma:

  • Cálculos manuais;
  • Tabelas;
  • Gráficos.

Justificativa do tema

A motivação para a escolha deste tema justifica-se pela necessidade que as empresas têm em analisar a sua situação económica e financeira, para a tomada de decisão. Permitindo a elaboração de diagnósticos, para o bom aperfeiçoamento do controlo financeiro e o crescimento empresarial.

Assim, não se pretende esgotar o tema, mas sim, torná-lo percetível aos interessados em ampliar seus conhecimentos teóricos e práticos na temática da análise dos rácios económicos e financeiros das empresas.

Importância do tema

Este tema é importante porque permite analisar a situação económica e financeira de uma empresa durante um determinado período de tempo.

Ela ajuda os gestores na tomada de decisões a curto, médio e longo prazo. As mesmas não ajudam só os gestores na tomada de decisões, mas também os investidores, o estado, credores, clientes e fornecedores, ou seja, os utentes da informação financeira.

Delimitação do tema

O nosso tema delimita-se no estudo da importância dos rácios económicos e financeiros para a tomada de decisão, com estudo de caso na JOFUCA (SU) LDA.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho encontra-se constituído pelos seguintes capítulos:

Capítulo I – Análise Teórica dos Rácios Económicos E Financeiro Nas Empresas. Este capítulo aborda noções gerais sobre a temática das demonstrações financeiras, começando por realçar a origem e evolução das demonstrações financeiras, conceito, estrutura das demonstrações financeiras e demais teorias relacionadas às demonstrações financeiras.

Capítulo II – Fundamentação Teórica dos Rácios da Análise Financeira. O presente capítulo descreve os métodos de análise dos rácios económicos e financeiros.

Capítulo III – Análise e interpretação dos resultados da empresa. Este capítulo dedica-se ao caso prático da empresa JOFUCA (SU) LDA, para se poder constatar e analisar como é feita na prática a análise dos rácios.

 

                                                                                                                

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE ANÁLISE FINANCEIRA

Este capítulo aborda alguns aspectos fundamentais e importantes sobre a análise

financeira, tais como: o historial, conceitos, importância, objectivo e papel da análise financeira, falamos também das demonstrações financeiras.

1.1. Breve Historial da Análise Financeira

Por volta de 1913, começa a se despertar atenção sobre depósitos bancários em relação ao exigível, em 1915 determinava o Federal Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) a liberação de crédito apenas as empresas que apresentassem declarações escritas e assinadas de seus activos e passivos (SILVA e SÁ, 2011).

Entretanto, as demonstrações financeiras eram preparadas inadequadamente, não havia uniformidade nas disposições e na termologia, nem na classificação das rúbricas.

Desta forma em 1918, buscando solucionar esta situação, o Banco Central dos Estados Unidos apresentou um livreto que incluía formulários padronizados para balanços e demonstrações de lucros e perdas, e um esboço de procedimentos de auditoria e princípios de preparação de demonstrações financeiras.

1.1.1. Conceito da Análise Financeira

Segundo Silva (2008, p. 181), podemos conceituar análise financeira como um exame das informações obtidas por meio dos documentos contabilísticos ou demonstrações financeiras, com o intuito de compreender a avaliação de aspectos como:

  • A capacidade de pagamento da empresa por intermédio da geração de caixa;
  • A capacidade de remunerar os investidores gerando lucros em níveis compatíveis com suas expectativas;
  • O nível de endividamento, motivo e quantidade do endividamento;
  • As políticas operacionais e seus impactos na necessidade de capital de giro da empresa.

Para Neves (2003, p. 36), análise financeira também pode ser definida como o processo baseado no conjunto de técnicas que tem por finalidade de avaliar a situação económica e financeira da empresa.

Podemos estruturar a análise financeira da empresa de várias maneiras. Uma delas diz respeito ao foco do interesse, se voltada ao curto ou longo prazo, a de curto prazo prioriza o uso de medidas e indicadores de desempenho que medem a capacidade de pagamento e o nível de risco associado ao negócio ou actividade. Já o foco de longo prazo valoriza os quocientes ligados a rentabilidade e lucratividade da empresa ou empreendimento (Ibidem, 2003, p. 36).

Reforçando ainda Neves (2003, p. 37), diz também, que apurar ou calcular rácio é uma tarefa bastante simples, tendo em vista que as fórmulas já se encontram padronizadas o que se precisa é meramente um conhecimento de matemática básica ou financeira e saber classificar ou extrair as contas dos documentos contabilísticos (demonstração dos resultados, balanço e demonstração do fluxo de caixa).

Portanto, a análise financeira avalia a situação financeira da empresa recorrendo ao uso de técnicas e métodos próprios que permite interpretar o estado financeiro da empresa e adoptar medidas para situações futuras.

1.1.2. Responsável da Análise Financeiro

Para Brealey e Myers (1998, p. 7), o gestor financeiro é geralmente a pessoa mais directamente responsável pela obtenção de financiamentos, gestão de tesouraria, relações com bancos e outras instituições financeiras, e pela garantia de cumprimento de todas as obrigações para com os investidores que possuem títulos emitidos pela empresa.

Conforme Sá (2011, p. 26), ao gestor financeiro compete-lhe não só analisar o impacto das decisões operacionais na tesouraria, mas igualmente as políticas de financiamento e de investimento que se referem a médio/longo prazo, isto é, à continuidade da empresa e sua sustentabilidade.

Quando alguém nos diz que o gestor financeiro é o elemento fundamental dentro de uma empresa, somos levados a perguntar: mas e os demais sectores, são de pouca importância? Todos os sectores são importantes dentro de uma organização, desde o faixeiro até o director-presidente.

O que acontece, no entanto, é que o gestor financeiro desempenha uma função um tanto mais útil: ele gere as finanças da organização e isso é uma tarefa bastante difícil e complexa. Na verdade, todos nós desempenhamos até certo ponto o papel de gestores financeiros, pois ganhamos os nossos custosos rendimentos e os gerimos da melhor forma possível para que não precisemos pedir dinheiro emprestado a ninguém ou para que possamos aplicar as sobras da maneira mais eficiente.

O gestor financeiro faz exactamente isto. É um profissional que cuida das finanças de uma empresa, honrando os compromissos nas datas dos vencimentos, captando recursos quando é preciso a um custo mais baixo ou ainda, o melhor, aplicando as sobras nos investimentos mais atraentes, antevendo as possibilidades de investimento em novos projectos. Como se vê, não é uma função fácil.

O maior desafio do gestor financeiro é conciliar bem, e muito bem, o equilíbrio entre a liquidez e rentabilidade. O item liquidez é a capacidade da organização de estar sempre com as suas finanças oxigenadas para que nunca faltem recursos na hora de honrar os compromissos.

Para isso, ele deverá usar o fluxo de caixa, onde projectará todas as entradas e saídas de recursos, tendo uma visão de curto, médio e longo prazo do fluxo monetário da empresa. Com o fluxo de caixa, ele poderá verificar quando faltará capital disponível para a empresa e com isso, tomar as devidas providências.

No que diz respeito à rentabilidade, é a capacidade de o gestor financeiro investir recursos, do sistema do fluxo de caixa, em outro tipo de bem (estoque de mercadoria) e conseguir fazer com que este estoque se transforme em dinheiro, novamente, e retornem, com os lucros desejados, para dentro do sistema do fluxo de caixa.

1.1.3. Importância Da Análise Financeira

Segundo Padoveze (2008, p. 190), a análise financeira é importante na avaliação sobre a empresa, por ter finalidade de detectar os pontos fortes e os pontos fracos do processo operacional e financeiro da empresa, objectivando propor alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores da empresa.

Ou seja, uma análise desenvolvida com base em dados contabilísticos confiáveis reduz o grau de incerteza que ocorrem da ausência de referenciais quantitativos, ela analisa os resultados e possibilita a correção da rota da empresa, sendo, portanto, uma ferramenta que auxilia na avaliação da empresa.

Segundo Marion (2006, p. 25), a análise financeira de empresas é muito importante para quem está interessado em relacionar-se com uma empresa. O mesmo autor diz também que análise financeira se tornou um instrumento de grande importância, utilizada com objectivo de adquirir conhecimentos sobre a empresa.

Portanto, com base na referência de alguns autores citados neste ponto, podemos dizer que a análise financeira é muito importante por ter uma finalidade de reconhecer os pontos fortes e os pontos fracos no processo de exploração e financeira da empresa, e ajuda tomar conhecimento do estado da empresa.

1.1.4. Objectivos da Análise Financeira da Empresa

A análise financeira tem como objectivo analisar o desempenho histórico da empresa e avaliar a sua saúde financeira, para que esta alcance o objectivo pretendido e a sua sobrevivência no seu ambiente concorrencial. Como todas empresas actuam num dado contexto sectorial, também se pode verificar se esta se encontra dentro dos parâmetros médios do sector, e qual o grau de comprimento dos objectivos traçados.

No mesmo sentido Benzinho et al. (1995, p.11), a análise financeira tem como objectivo o tratamento dos dados de contabilidade e económicos, referentes à empresa e ao sector.

Sempre que a gestão quer tomar decisões de ordem financeira, nomeadamente investimentos e meios de financiamento, é necessário conhecer a situação financeira da empresa.

Para reconhecimento desta situação a gestão terá de recorrer ao auxílio da função financeira através de uma análise financeira que englobará o seguinte:

  • Estudo da estrutura do activo;
  • Financiamento autofinanciamento, enfim.

O objectivo final da análise económico-financeira é auxiliar os administradores a realizarem um planeamento consistente, pois agir sob tentativas de erros e acertos, por suposições, pode resultar em graves consequências.

 

 

1.2. Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras constituem importantes instrumentos fornecedores de subsídios para que as análises financeiras sejam realizadas. Segundo Morais e Lourenço (2003, p. 27), demonstrações financeiras é uma representação estruturada da posição financeira e das transacções desenvolvidas por uma entidade que deverá ser preparada, com o objectivo de proporcionar informação sobre a posição financeira, desempenho e fluxos de caixa da entidade que seja útil para um vasto conjunto de utilizadores na tomada de decisões económicas.

A demonstração financeira é um processo indispensável para a avaliação de empresa no âmbito de fusão, aquisição e de restruturação em geral, uma vez que através deste mecanismo obtêm-se informações históricas sobre capacidades de pagamento, endividamento, rentabilidade e rotatividade.

Martins et al. (2011, p. 33), afirma que é importante organizar documentos organizativos da informação relevante para a tomada de decisão de um investimento, sendo os principais: o plano global de investimento e o plano global de financiamento.

No plano global de investimento estão agregados todos os activos que uma empresa se propõe a adquirir no âmbito de um projecto de investimento e que se dividem em: activo corpóreo, activo fixo incorpóreo, juros e encargos financeiros durante a fase de investimento, e investimento em fundo de maneio.

O plano global de financiamento apresenta normalmente duas origens de fundos: o capital próprio e o capital alheio. A soma destas duas fontes de financiamento deve assegurar a cobertura da totalidade do investimento.

De acordo com o PGC (aprovado pelo decreto nº 82­\2001, de 16 de Novembro, p.17) as demonstrações financeiras são representações financeiras esquematizadas da posição financeira e das transacções de uma entidade. São, por esta razão, úteis, como forma de proporcionar informação acerca da posição financeira, desempenho e alterações na posição financeira de uma entidade a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

As demonstrações preparadas com este propósito vão de encontro às necessidades comuns da maioria dos utentes, mas não proporcionam toda informação de que estes possam necessitar para tomarem as suas decisões uma vez que:

  • Retratam efeitos financeiros de acontecimentos passados;
  • Não proporcionam necessariamente informação não financeira.

Portanto, as demostrações financeiras são instrumentos que servem de suporte de análise financeira.

1.2.1. Documentos Base da Análise Financeira

Toda informação necessita de documentos que servem como suporte físico para a validação da mesma. Neste caso para a obtenção das informações contabilísticas não se foge a regra, tendo igualmente alguns documentos específicos que se apoiam a contabilidade das empresas.

Esses documentos são analisados em termos monetários dos fluxos de bens e serviços transaccionados dentro da empresa entre estas e outros agentes económicos.

De acordo com o PGC (2001), a provado pelo decreto nº82/2001, de 16 de Novembro, os documentos que servem de base da análise financeira de uma empresa é o balanço, demonstração de resultado, demonstração de fluxos de caixa e as notas explicativas de contas.

Neste trabalho iremos nos basear apenas na análise do balanço e das demostrações dos resultados.

Desta forma podemos dizer que cada uma destas demonstrações financeiras dá-nos a respectiva comparação do seguinte segundo o plano geral de contabilidade:

  • Balanço: dá-nos a posição financeira da empresa;
  • Demonstração de resultados do exercício: indica o desempenho financeiro da empresa;
  • Demonstração de fluxos de caixa: indica as alterações na posição financeira da empresa.

Estes documentos segundo Carvalho (2011, p. 8), têm em vista o controlo de três aspectos muito importantes que são:

  1. Liquidez que é a capacidade de converter activos em meios monetários de forma a satisfazer as necessidades financeiras de curto prazo e as obrigações para com terceiros;
  2. Solvabilidade que é a condição financeira em geral a médio e longo prazo, reflectida na relação entre suas dívidas e seus capitais próprios;
  3. Rentabilidade que é a capacidade para gerar lucros permanentes ao longo de um período de tempo.

São elaborados em ano civil (365), e devem informações acerca da posição financeira, das alterações desta e dos resultados das operações, para que sejam úteis a investidores, e outros utentes, a fim de investirem racionalmente, concederem crédito e tomarem outras decisões.

1.2.1.1. Balanço

Segundo Silva e Sá, (2011), o balanço é um quadro onde está registada o activo, o passivo e a sua diferença que se designa por situação líquida, A-P = SL. Os activos e os passivos são agrupados e totalizados por categoria de acordo com a sua natureza. Essas categorias chamam-se contas do activo e contas do passivo.

No mesmo sentido Nabais e Nabais (2013, p. 37), diz que o balanço é um quadro que contém informação referente a determinada data, acerca dos recursos (activo) que a empresa utiliza e da forma como estão a ser financiados pelos titulares da empresa (capital próprio e por terceiros- passivo).

Segundo o plano geral de contabilidade (2001, p. 22), o balanço é constituído pelas seguintes classes:

  • Activo (activos não correntes, activos correntes);
  • Passivo (passivos não correntes, passivo correntes) e capital próprio.

Existem vários tipos de balanço tais como: O balanço patrimonial, contabilístico, financeiro e funcional. Ao longo deste trabalho iremos abordar dois tipos de balanço que são: Balanço patrimonial e funcional.

  • Balanço patrimonial

Segundo Gitman (2004, p. 38), representa a demonstração resumida da posição financeira da empresa em certa data.

A demonstração confronta os activos da empresa (o que ela possui) com suas fontes de financiamento que podem ser dívidas (obrigações) ou património (o que foi fornecido pelos proprietários).

Através do conceito mencionado por Gitman (2004, p. 39), entende-se que o balanço patrimonial representa os saldos de todas as contas que integram o património da empresa em determinada data.

 

Tabela nº 0.1 Estrutura do Balanço Patrimonial

Activo

Capital próprio ou passivo

 

Capital alheio ou passivo

 

Fonte: Nabais e Nabais (2013).

  • Balanço funcional

O balanço funcional pode ser visto como um método de análise, através do qual se obtém indicadores considerados significativos, como o fundo de maneio, necessidades de fundo de maneio e tesouraria líquida.

O balanço funcional é visto como uma “fotografia” das aplicações de fundos e dos recursos que se relacionam com o ciclo financeiro da empresa e resultam do conjunto das correcções efectuadas no balanço contabilístico.

Sua estrutura é baseada nos conceitos de equilíbrio financeiro e cíclos financeiros.

Tabela nº 02. Estrutura do Balanço Funcional

Descrição

Ano n

Ano n+1

Capital próprio

+ Capital alheio estável

= Capitais permanentes

- Activo fixo

= Fundo de maneio (c)

Clientes

+ Existências

+ Adiantamentos a fornecedores

+ Estado e outros entes públicos (a receber)

+ Outros devedores de exploração

= Necessidades cíclicas (a)

Fornecedores

+ Adiantamentos de clientes

+ Estado e outros entes públicos (a pagar)

+ Outros credores de exploração

= Recursos cíclicos (B)

 

 

(A-B) necessidades em fundo de maneio (D)

 

 

(C-D) tesouraria líquida

 

 

 

 

Fonte: Breia A. (2014).

 

 

1.2.1.2. Demonstrações dos Resultados

Segundo o PGC (2001, p. 23), demonstração de resultado é uma demonstração contabilística destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações de uma entidade.

A demonstração de resultados explica ou demonstra (tal como o próprio nome indica) como é que a empresa gerou o resultado líquido[1] de um determinado período económico. A demonstração de resultados contém informações sobre o desempenho operacional da empresa do período (um trimestre ou um ano). A demonstração do resultado é constituída pelas seguintes classes:

  1. Proveitos – Aumentos dos benefícios económicos, durante o período, na forma de influxos ou, melhorias de activos ou diminuições de passivos que resultem em aumento dos capitais próprios, que não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio;
  2. Custos – Diminuição nos benefícios económicos, durante o período, na forma de exfluxos ou perdas de valor de activos ou no aumento de passivos que resultem em diminuição dos capitais próprios, que não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio.

Segundo o plano geral de contabilidade (2001, p. 24), a demonstração de resultados deve obedecer a um dos modelos constantes abaixo mencionados:

  • Demonstração de resultados por natureza (DRN)

Para Carvalho (2011, p. 31), a demonstração dos resultados por natureza, é um mapa discriminativo dos resultados da empresa, em que nos dá informação sobre o desempenho de uma empresa.

Para Costa e Alves (2001, p.133), a demonstração de resultados por natureza, é a demonstração financeira que apresenta os resultados das operações de uma empresa, durante um determinado período em que os custos e as perdas, os proveitos e os ganhos são classificados de acordo com as respectivas naturezas:

A tabela da página a seguir, mostra a estrutura da demostração de resultados por natureza

Tabela nº 03. Estrutura da Demonstração de Resultados por Natureza

Descrição

Ano n

Ano n+1

Receitas brutas de vendas e serviços

(-) Deduções, descontos Cedidos, devoluções.

(-) Impostos sobre vendas

= Receita líquida

(-) Custos dos produtos vendidos e dos serviços Prestados

= Lucro bruto

(-) Despesas de vendas

(-) Despesas administrativas

(-) Despesas financeiras líquidas

 (+) Outras receitas operacionais

= Resultado operacional

(-) Despesas não operacionais

(+) Receitas não operacional

= Lucro antes de imposto de renda

(-) Provisão para imposto de renda

= Lucro líquido antes de participação e contribuições

(-) Participações

(-) Contribuições

= Lucro líquido do exercício

 

 

Lucro por acção

 

 

 

Fonte: MIEZE (2015).

 

  • Demonstração de resultados por função (DRF)

Segundo Costa e Alves (2001, p. 137), a demonstração de resultados por função é a demonstração financeira que apresenta os resultados das operações de uma empresa durante um determinado período em que os diversos custos (gastos) são classificados de acordo com a sua função como parte do custo das vendas e das actividades de distribuição ou administrativas.

Neste tipo de demonstração de resultados os custos e proveitos são agrupados por funções, evidenciando os custos das funções clássicas da empresa: produção, distribuição e administração financeira.

A DRF consiste, fundamentalmente, na reestruturação dos rendimentos e gastos, de modo que facilite a análise económica e financeira e, sobretudo, a análise do risco.

 

 

 

Tabela nº 04. Estrutura da Demonstração de Resultados por Funcional

Descrição

Ano n

Ano n+1

Vendas + prestações de serviços

- Custos Variáveis Operacionais

= Margem de contribuição

- Custos Fixos Operacionais

= Resultados operacionais

+ Resultados Financeiros

= Resultados correntes

+ Resultados Extraordinários

= resultados antes de impostos

- Imposto sobre Lucros (IRC)

= Resultado líquido do exercício

 

 

 

 

Fonte: Costa e Alves (2001, p. 137),

 

1.2.2. Característica ou Qualidade da Informação Financeira

Ao elaborar as DFʹs, os gestores poderão ser confrontados com preconceitos, má interpretação ou mesmo inexactidão. Para minimizar estes e outros riscos, as demonstrações devem ser preparadas e apresentadas com base em conceitos, normas e princípios contabilísticos geralmente aceites (PCGA's). As DF's devem proporcionar informações que retratam de forma verdadeira e apropriada a posição financeira e de resultados, e que sejam credíveis e úteis para determinar a verdadeira eficiência da gestão dos recursos económicos e financeiros.

Assim, As demonstrações financeiras proporcionam uma qualidade essencial de informação que é a de ser qualitativas e devem satisfazer algumas características que segundo Costa et al. (2001, p. 120) são:

  1. Compreensibilidade – A informação financeira proporcionada pelas demonstrações financeiras deve ser rapidamente compreensível pelos utilizadores, o que pressupõe que estes tenham não só um conhecimento razoável dos aspectos empresariais, económicos e contabilísticos como também vontade de estudar a referida informação com a necessária diligência.
  2. Relevância – A informação é relevante quando se torna necessária para a tomada de decisões por parte dos utentes. A relevância influencia as decisões económicas dos utentes ao ajuda-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar, ou corrigir, as suas avaliações passadas.
  3. Fiabilidade – Segundo o plano geral de contas de Angola, (2001, p.67), informação é fiável na medida em que não enferme de erros materiais e de preconceitos, devendo para tal:
  • Representar fidedignamente os resultados e a posição financeira da entidade;
  • Reflectir a substância económica das operações e outros acontecimentos;
  • Ser neutra, ou seja, não deve influenciar a tomada de decisão ou de um juízo a fim de atingir um resultado ou efeito predeterminado;
  • Ser prudente, isto é resultar do uso de um determinado grau de precaução, no exercício de incerteza, tais como activos ou os proveitos não serem sobreavaliados e os passivos ou os custos não serem sobreavaliados.
  • Ser completa em todos os aspectos matérias.
  1. Comparabilidade – Para Borges e Rodrigues (2010, p.146), os utentes devem ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma empresa através do tempo, afim de nelas identificarem tendências na posição financeira e no desempenho.

Portanto para comparabilidade deve-se ter em conta a divulgação e a quantificação dos efeitos financeiros de operações e de outros acontecimentos registando de forma consistente pela empresa e durante a vida, para se identificarem tendências na posição financeira e nos resultados das suas operações.

1.2.3. Destinatário e Responsável da Informação Financeira

Segundo Borges et al. (2002, p. 13), a informação constitui um activo intangível conducente à criação de conhecimento, factor cada vez mais determinante no desenvolvimento e sucesso das empresas. A análise interessa a um vasto universo de utentes, embora com interesses e intensidades diferentes.

No mesmo sentido, para Borges e Rogério (2010, p 138), os utentes das demonstrações financeiras incluem-se os investidores actuais e potenciais, empregados, mutuantes, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governo e seus departamentos e o público.

  1. Investidores: os investidores estão interessados na informação que lhes facilite determinar a capacidade de a entidade pagar dividendos;
  2. Empregados: os empregados e seus grupos representativos estão interessados na informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores e a avaliar a capacidade de a entidade proporcionar remuneração, benefício de reforma e oportunidades de emprego;
  3. Mutuantes: os mutuantes estão interessados na informação que lhes permite determinar, se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos;
  4. Fornecedores: os fornecedores e outros credores comerciais estão interessados na informação que lhes permitam determinar se as quantias que lhes são devidas serão pagas no vencimento;
  5. Clientes: os clientes têm interesse na informação acerca da continuidade de uma entidade, especialmente quando dela estão dependentes. É o que se passa relativamente a empresas que fornecem determinados bens e serviços.
  6. Governo e seus departamentos: o governo e seus departamentos estão interessados na alocação de recursos para regularem as actividades das entidades, determinar as políticas de tributação e com base para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes;
  7. Público: as entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar uma contribuição substancial à economia local de muitas maneiras incluindo o número de pessoas que empregam e patrocinar comércio de fornecedores locais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DOS RÁCIOS DA ANÁLISE FINANCEIRA

2.1. Método Dos Rácios E Indicadores

Nabais e Nabais (2013, p.66) Um rácio, representa uma relação entre duas grandezas correlacionadas e típicas da situação, da actividade ou do rendimento efectivo ou orçamental de uma empresa real, ideal ou de uma média de empresas representativas de um sector ou segmento de actividade.

Gonçalves C. et. al (2013, p.305) afirmam que os rácios são uma técnica muito utilizada para a análise económica e financeira, porque traduz de forma simples indicadores importantes para a gestão. Permitem que mais facilmente se acompanhe a evolução histórica de uma empresa e a comparação com outras que atuam na mesma área de negócio.

A análise financeira através de rácios, só tem sentido se existir uma base de comparação, porém sabe-se que a escolha de um padrão é sempre difícil. Uma análise coerente é a comparação com o histórico, concluindo-se assim se a evolução tem sido favorável ou desfavorável (NEVES,2004, p.126).

Segundo Nabais e Nabais (2013, p.11), há inúmeros rácios ou indicadores a considerar e o seu estudo comparativo deve ser feito:

Relacionando vários rácios e indicadores;

Comparando no tempo os mesmos rácios ou indicadores;

Comparando a nível sectorial os rácios ou indicadores.

Para Fernandes et al,(2019, p.69),existem regras básicas para a utilização correta e eficaz dos padrões de comparação dos rácios sendo relevante:

  • Considerar que cada caso é um caso, independentemente de tendências anteriores conhecidas;
  • Procurar utilizar mais do que um padrão de comparação;
  • Garantir a fiabilidade das fontes de recolha de informação de modo a garantir o correcto enquadramento da empresa em análise.

O método dos rácios, é um instrumento de apoio que permite estudar a evolução da situação económica e financeira da Empresa, consiste em estabelecer relações entre os dados fornecidos pelo balanço e a demonstração de resultados após a sua preparação para análise. Essa relação pode ser expressa sob forma de quociente ou percentagem.

2.2. Importância dos Rácios

A aplicação do método dos rácios nas empresas é de extrema importância, pois permite verificar a situação económica e financeira da empresa e permite salientar importantes dados contabilísticos que nem sempre são percebidos através do exame dos respetivos valores absolutos.

Os rácios são assim um valioso instrumento de apoio para sintetizar os dados e avaliar o desempenho económico – financeiro das empresas, já que permitem acompanhar a sua evolução ao longo de vários anos e proceder as comparações entre empresas do mesmo sector de actividade (NEVES, 2003, p.69).

No entanto, a utilização deste método só terá sentido se os elementos contabilísticos disponíveis permitirem o seu cálculo em períodos sucessivos e actividades da empresa, utilizando sempre os mesmos critérios quer na preparação e correção de contas, quer no respetivo conteúdo e critérios valorimétricos.

O objectivo do rácio é conseguir uma informação distinta e complementar da informação contida nos valores absolutos e com evidente utilidade para a análise económica e financeira da empresa. Os rácios podem relacionar entre si dados quantificados do balanço, da demonstração de resultados ou dados da demonstração dos resultados e do balanço, (SILVA,2011, p.169).

2.2.1 Vantagens e Limitações Dos Rácios

Contudo, como qualquer outro instrumento, a utilização de rácios tem vantagens e limitações.

Segundo Neves (2002, p.212), as essenciais vantagens que se pode enumerar à utilização de rácios são:

  • O diagnóstico financeiro elaborado a uma empresa é feito com base no triângulo de liquidez, rentabilidade e estrutura financeira que tem subjacentes rácios;
  • A informação usada encontra-se de uma forma resumida e objetiva;
  • É possível obter conclusões com base em dados quantitativos;
  • Permite compreender qual a rentabilidade, a solvabilidade, a liquidez e o equilíbrio financeiro da empresa;
  • Possibilita a realização de comparações na mesma empresa durante um período de tempo e/ou entre empresas diferentes num mesmo espaço temporal.

As principais limitações são:

  • Os rácios refletirão possíveis erros presentes nas demonstrações financeiras;
  • Dificuldade em definir limites do indicador, o que torna a análise mais subjetiva;
  • A prática de políticas contabilísticas diferentes em empresas do mesmo setor, levará à obtenção de rácios desfigurados;
  • O cálculo dos rácios é efetuado tendo por base informação passada devido à complexidade de obter cash-flows futuros.

Nabais e Nabais (2013, p.67) descrevem as seguintes limitações dos rácios:

  • Relacionam dados quantitativos e não consideram factores qualitativos;
  • Não existem definição normalizada de cada rácio e varia com o analista;
  • São influenciados pela sazonalidade da actividade e os seus montantes dependem dos critérios de amortização e de valorimetria;
  • São permeáveis pela inflação;
  • A sua interpretação está condicionada pelo sector e pela conjuntura económica;
  • O rácio, individualmente, apresenta pouco interesse;
  • Podem falsear comparações quer com rácio de empresas similares quer com rácios sectoriais, se têm por base diferentes práticas contabilísticas.

2.3. Classificação dos Rácios

Existem diversas classificações que são definidas em função da natureza das grandezas que entram na composição dos rácios.

Desta forma, Fernandes et al (2019, p.70), classifica os rácios da seguinte forma:

  • Rácios financeiros;
  • Rácios económicos;
  • Rácios econômico-financeiros;
  • Rácios de funcionamento ou de actividade;
  • Rácios técnicos;
  • Rácios de desempenho bolsista.

Tendo em conta os objectivos definidos neste tema, limitamo-nos  apenas em abordar três rácios, a saber:

  • Rácios financeiros;
  • Rácios económicos;
  • Rácios econômico-financeiros;

2.3.1. Rácios Financeiros

Os rácios financeiros, são instrumentos práticos para resumir um grande número de dados financeiros e para comparar o desempenho das empresas. Os rácios financeiros ajudam a fazer as perguntas certas; raramente fornecem respostas.

Apreciam o equilíbrio das massas patrimoniais do balanço, relacionando grandezas destas demonstrações financeiras.

Neste ponto vamos nos situar mais no estudo de estrutura de capital e na  análise da liquidez.

2.3.1.1. Estrutura de Capital

A estrutura de capitais de uma empresa é o resultado da forma como esta financia suas actividades. As empresas são constituídas de bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos constituem o seu activo, e as obrigações o seu passivo. Antes de fazer qualquer investimento em bens e direitos, os quais constituem o activo, ela necessita obter os recursos, que ficam registrados no passivo.

Segundo o analista financeiro Sá A. Lopes, afirma que toda aplicação em bens, direitos ou custos que beneficiarão exercícios seguintes é Investimento. O ativo representa o investimento total. Em qualquer investimento efectuado existe uma origem de recursos mostrada pelo passivo. Essa origem constitui o financiamento.

No entanto, para a obtenção desse valor monetário, para pagar o investimento, a empresa pode lançar mão de duas fontes bem distintas de financiamento: uma denominada como recursos próprios e a outra de recursos de terceiros. Sobre essas duas fontes de financiamento, podem se fazer as seguintes distinções:

  • Os próprios podem ser fornecidos pelos sócios que compõem o capital social ou nominal, ou serem gerados dentro da empresa (lucros).
  • Os de terceiros derivam-se de empréstimos cujos efeitos são bens (fornecedores) ou dinheiro (financiadores).

Os recursos próprios aparecem no balanço patrimonial das empresas são registrados como património líquido, subdivididos em capital social, reservas e lucros ou prejuízos acumulados. Sobre o património líquido (PL), que representa os recursos próprios.

2.3.1.1.1. Rácio de Endividamento

Determina a dependência da Empresa face ao capital alheio. Representa assim, a proporção do Passivo no total das fontes de financiamento da empresa.

O nível de endividamento pode, tipicamente, variar entre zero e um ou 100%.

Contudo um excessivo peso do capital alheio no financiamento da empresa pode colocar em causa a sustentabilidade dos encargos financeiros com o financiamento.

 

Não descurando as características especificas de cada empresa, consideram-se aceitáveis situações em que o valor do rácio de endividamento se situa entre 50% e 60%.

2.3.1.1.2. Composição do Endividamento

A composição do endividamento, conforme Pereira da Silva, “indica quanto da dívida total da empresa deverá ser paga no curto prazo, isto é, as obrigações que vencem durante o próximo exercício, comparadas com todo o conjunto de obrigações da empresa”[2].

 

A interpretação do índice de composição do endividamento é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores. Ou seja, se a dívida é elevada, a situação é extremada se esta dívida está concentrada no curto prazo, pois a pressão pela liquidação dos débitos é intensa.

 A razão é que quanto mais dívidas para pagar no curto prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos.

Este índice mostra as características do endividamento quanto ao vencimento das dívidas. É preciso, portanto, conhecer a estrutura geral da empresa quanto à participação de capitais de terceiros, sua capacidade de geração de recursos e mesmo sua condição de renovar a dívida de curto prazo junto aos credores. Para a aplicação da fórmula, aqui também utilizaremos o número extraído dos demonstrativos.

2.3.1.1.3. Imobilização do Patrimônio Líquido.

A interpretação do índice de imobilização do patrimônio líquido é no sentido quanto maior, pior, mantidos constantes os demais fatores.

Cabe destacar que o índice de imobilização envolve importantes decisões estratégicas da empresa, quanto à aquisição, aluguel ou leasing de imóveis, máquinas e equipamentos. São esses investimentos que caracterizam o risco operacional da empresa.

 

De acordo com Costa e Alves (2001, p. 137), os principais pontos a serem observados pelo analista, com relação ao índice de imobilização, são:

  • “Como variou o patrimônio líquido no período: lucros, prejuízos, aportes de capital, cisões, fusões e incorporações;
  • Ocorrências de reavaliações de ativos no período: nos casos de reavaliações, há aumento no activo não circulante e no patrimônio líquido pelo mesmo valor, porém em termos de índice podem gerar variações;
  • A participação de cada um dos blocos (investimento, imobilizado e intangível) no ativo não circulante;
  • Os investimentos em coligadas e controladas devem ser especificados e as respectivas empresas, analisadas. É sempre bom conhecer a razão estratégica de tais investimentos;
  • Os outros investimentos, como obrigações e incentivos fiscais, se relevantes, devem merecer cuidado;
  • Quanto ao imobilizado, é necessário conhecer a idade dos equipamentos, o grau de modernização, a localização das unidades fabris e o critério de depreciação;
  • Dependendo do tipo de atividade, o analista deve solicitar os detalhes que julgue importante em cada caso, podendo abranger inclusive o nível de utilização da capacidade de produção, contratos de leasing, os terrenos adquiridos para construção de fábricas no futuro o que vai requer novos investimentos de capital)”.

2.3.1.1.4. Imobilização Dos Recursos Não Correntes (IRNC)

Este indicador demonstra qual o percentual de Recursos não Correntes que a empresa aplicou no Ativo Permanente.

 

Toda a discussão feita no índice de Imobilização do Patrimônio Líquido pode ser retomada para a análise deste quociente. Porém, deve-se entender que agora estarão sendo considerados juntos aos valores do Patrimônio Líquido os do Passivo Exigível a Longo Prazo, haja vista que estes dois grupos de contas representam os Recursos não Correntes.

A comparação das aplicações fixas (Ativo Permanente) com recursos não correntes (Patrimônio Liquido + Exigível a Longo Prazo) é explicada por Matarazzo: “Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 10 ou 50 anos.

 Assim, não é necessário financiar todo o Imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dividas de longo prazo”[3].

Outro ponto importante deste índice é que ele não deve ser superior a 100%, para evitar que o passivo circulante (dividas de curto prazo) venha financiar parte dos investimentos permanentes, é bom que se tenha um excesso de recursos não correntes, em relação as imobilizações, destinado ao ativo circulante.

Essa parcela de recursos não correntes destinada ao ativo circulante é denominada de capital circulante líquido que Segundo Carvalho et al. (2002, p 156), representa “a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe para o seu giro e que não serão cobrados a curto prazo.

2.3.1.2. Rácios de Liquidez

Rácios de liquidez: são instrumentos que medem a capacidade que uma empresa possui para fazer frente as suas dívidas de curto prazo, quer dizer a capacidade potencial de pagar suas obrigações no período estabelecido. Estes rácios irão permitir aos analistas de crédito analisar a capacidade de reembolso dos empréstimos para um curto prazo.

Segundo Breia A. (2014, p.87), os rácios de liquidez tentam avaliar a capacidade de a empresa satisfazer compromissos exigíveis a curto prazo.

Quanto mais elevado for o valor do rácio, maior será a liquidez da empresa, isto é, de acordo com este modelo, maior será a probabilidade do credor de o curto prazo ser reembolsado pelo crédito concedido (CARVALHO et al., 2002, p.152).

Nabais e Nabais (2013, p.141) consideram existir quatro rácios de liquidez:

2.3.1.2.1. Rácio de Liquidez Geral

Quando a empresa possui um activo circulante e realizável em longo prazo para cada unidade de divida total”. Permite ao analista fazer análises de liquidez em relação ao activo circulante e realizável em longo prazo frente a certas quantidades de obrigações de curto e longo prazo. Dá-nos a conhecer a capacidade da empresa relativamente a liquidez de longo prazo.

2.3.1.2.2. Rácio de Liquidez Corrente

A liquidez corrente apresenta quanto de activo circulante está disponível para cada unidade de passivo circulante. Neste índice são considerados os valores a receber e também as existências.

Conforme Iudicibus (2010, p.94), é um indicador bastante divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação da liquidez da empresa. Quanto maior for à liquidez corrente, maior a capacidade da empresa de sanar suas necessidades.

Nabais e Nabais (2013, p.142) afirmam que o nível normal deste indicador se situa entre 1,5 e 2 este nível depende de vários factores como:

Do sector onde a empresa exerce a sua actividade. Em empresas cuja actividade exige stocks avultados, por exemplo, o nível médio sobe, e o contrário para as empresas que vendem com stocks baixos.

Da política de vendas da empresa, que para aumentar a quota de mercado, aumenta o crédito a clientes.

Do caracter sazonal da actividade.

Um indicador pode originar dificuldades de tesouraria, se a rotação das existências for baixa e se os débitos de clientes forem de difícil cobrança, um valor elevado deste rácio justifica-se com valores elevados de existências clientes e disponibilidade. Este facto sinónimo de investimentos poucos rentáveis, apesar de não haver qualquer dificuldade de fazer face aos compromissos no curto prazo.

 

2.3.1.2.3. Rácio de Liquidez Reduzida

Nabais e Nabais (2013, p.142) referem que este rácio mede a capacidade de a empresa solver as dívidas em curto prazo com recurso às disponibilidades e aos créditos concedidos em curto prazo. O nível médio aceitável é 1,1 dependendo igualmente dos factores anteriores.

2.3.1.2.4. Rácio de liquidez Imediata

Nabais e Nabais (2013, p.142) afirmam que a liquidez imediata mede a capacidade de a empresa solver os seus compromissos em curto prazo, recorrendo somente às disponibilidades.

Este indicador, é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, sendo que dinheiro parado não tem rentabilidade para empresa. Regra geral, o nível máximo aceitável é 0,9.

É normal em empresas bem geridas, contudo, depende igualmente do tipo de actividade da empresa e da rotação das mercadorias e da cobrança dos montantes dos clientes.

 

A tabela abaixo exposta mostra os parâmetros analíticos pré-estabelecidos para análise de desempenho financeiro da empresa:

Quadro nº 01. Parâmetros analíticos da liquidez

Liquidez corrente

Liquidez seca

Liquidez geral

Índice

Situação

Índice

Situação

Índice

Situação

 

 

 

 

 

 

> 1,50 < 2,00

Excelente

> 1,0 < 2,00

Excelente

> 1,0 < 2,00

Excelente

> 1,00 < 1,50

Boa

> 0,8 < 1,00

Boa

> 0,8 < 1,00

Boa

> 0,50 < 1,00

Regular

> 0,40 < 0,80

Regular

> 0,40 < 0,80

Regular

< 0,50

Ruim

< 0,40

Ruim

< 0,40

Ruim

 

Fonte: Passaia (2014)

2.3.2. Rácios Económicos

Os rácios económicos estudam a rentabilidade. Determinam em que medida os recursos postos a disposição da empresa são utilizados com eficiência, por forma atingir os seus objectivos.

Para Matarazzo (2010, p.162), os índices de rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito económico da empresa.

Gitman (2004, p.52) destaca que existem inúmeras medições de rentabilidade, ele acredita que: como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em relação a certo nível de vendas, a certo nível de activos ou ao volume de capital investido pelos proprietários.

Sem lucros uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com lucro, pois isso é visto como algo muito importante no mercado.

Neves (2003, p.201) define o rácio de rentabilidade como o indicador (expresso em %) da relação entre o resultado (Lucro ou prejuízo) e as vendas ou grandezas do capital.

Estão ligados a rentabilidade e lucratividade do negócio em diferentes períodos, este rácio é relevante pois ajuda a empresa analisar os ganhos provenientes de vendas, capital investido e activos em geral.

Ainda segundo Neves (2003, p.201), existem vários indicadores de rentabilidade, nesta secção interessa-nos apenas dois indicadores:

  • Rentabilidade das vendas;
  • Rentabilidade do activo;
  • Rentabilidade de capital próprio.

Os indicadores de rentabilidade, na análise empresarial apresentam os aspectos econômicos das empresas, são indicadores que mostram em percentual a situação económica da empresa, mostra qual foi a rentabilidade do capital investido.

 A seguir são apresentados os indicadores de rentabilidade.

2.3.2.1. Rentabilidade das Vendas

Demonstra quanto à empresa vendeu, em relação aos seus investimentos, e a rentabilidade que obteve na comercialização de mercadorias ou serviços durante o período analisado. Quanto maior o resultado, melhor.

2.3.2.2. Rentabilidade Bruta Das Vendas (RBV) ou Rácio De Margem Bruta (RMB)

A margem bruta é um indicador importante, porque avalia a capacidade de absorção dos gastos de estrutura. Quanto menor a margem bruta maior será o risco associado a descida das vendas. Isto é, dependendo dos gastos de estrutura e da maior ou menor flexibilidade de empresa (BREIA et. al 2014, p.139).

A margem bruta como uma percentagem das vendas informa-nos sobre a política e capacidade de gestão em vender os seus produtos acima do seu custo e reflete a política de preços seguida pela empresa, revelando a percentagem das vendas que sobram com vista a cobertura dos outros custos.

 

2.3.2.3. Rentabilidade Líquida do Activo (RLA)

Para PASSAIA (2014, p.39), este rácio mede a capacidade que todos os recursos investidos no activo têm em gerar um rendimento expresso em termos monetários, ou seja, reflete a capacidade que todos capitais postos a disposição da empresa têm de obter uma margem de lucro por cada unidade monetária investida.

Neste caso o analista está a considerar a rentabilidade líquida do activo. Apesar de este rácio ser muito utilizado, pensamos que o primeiro é mais útil no sentido de se poder distinguir entre os resultados da actividade e o impacto do financiamento.

 

O estudo da rentabilidade é condicionado por vários tipos de rentabilidade, que é necessário considerar sem levar em conta a origem dos capitais utilizados. O processo de avaliação de rentabilidade sobre o patrimônio líquido é apresentado na tabela a seguir.

Quadro nº 02. Avaliação de Resultados

Nível

Situação

 

 

Até 2%

De 2 a 10%

De 10 a 16%

Acima de 16%

Rentabilidade péssima

Rentabilidade baixa

Rentabilidade boa

Rentabilidade excelente

 

Fonte: PASSAIA, C, (2014).

2.3.3. Rácios Económico-Financeiros

Expressam relações económico-financeiras, e são construídos a partir de grandezas do balanço e das demonstrações de resultados (NABAIS; NABAIS,2013, p.68).

2.3.3.1. Rentabilidade dos Capitais Próprios

Mede o grau de remuneração dos sócios ou acionistas das empresas, avaliando assim o retorno do investimento proporcionado aos detentores do capital próprio.

Esta é uma medida de eficiência privilegiada para acionistas e investidores, permitindo perceber se a rentabilidade tem um nível aceitável quando comparada com as taxas de rentabilidade do mercado de capitais, para idênticos níveis de riscos (FERNANDEZ; et al,2019, p.206).

Este indicador é considerado muito eficiente, pois relaciona os lucros com os valores investidos.

 

Na óptica dos acionistas, interessa que o valor alcançado seja maior possível. Contudo, verifica-se que a rentabilidade determinada com base no balanço contabilístico não coincide com a calculada quando se considera a cotação das acções e os valores distribuídos.

A rentabilidade dos capitais próprios, como instrumento de análise interna pode ser decomposta de forma a avaliar a influência dos principais factores que contribuem para a formação do valor final da RCP.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO III – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA EMPRESA

3.1. Apresentação da Empresa

A JOFUCA (SU) LDA com sede em Luanda na Rua Margoso nº 35, Bairro: Prenda, identificada com NIF 5484012090, foi constituída por escritura de 25 de Maio de 2015 e matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Luanda sob nº 453/15, sendo objecto social, prestação de serviços, hotelaria e turismo, comércio geral a grosso e a retalho, indústria, pescas, agropecuária, agricultura e outras actividades que sejam permitidas por lei segundo sua constituição.

3.1.1. Objecto Social, Missão e Visão da JOFUCA (SU) LDA

A atuação da JOFUCA (SU) LDA. tem como base padrões éticos elevados e integridade máxima na prestação de contas e respeito pela Lei.

Objecto social da JOFUCA (SU) LDA - Actividade da empresa consiste na Prestação de Serviços de Reparação e manutenção de aparelhos de Refrigeração, no Geral (AC).

Missão - Temos posições de liderança nos diferentes segmentos de mercado em que operamos com soluções adaptadas às necessidades dos nossos clientes, colaboradores e fornecedores transformando desafios pessoais e institucionais em casos de sucesso, onde o presente acompanha a tecnologia do futuro.

Visão - Prestar aos nossos clientes e parceiros de negócio, serviços de excelência, com elevado sentido de integridade, ética, responsabilidade e profissionalismo, criando soluções que acrescentem valor, fazendo a ponte entre o presente e o futuro, com vista a sublinhar a marca JOFUCA (SU) como referência no mercado Angolano.

Valores da JOFUCA (SU) LDA

  • Excelência - Pautamos a nossa relação com clientes pela procura da excelência em tudo o que fornecemos, sejam produtos, serviços e qualidade de atendimento.
  • Ética e Trabalho de Equipa - Baseamos a nossas relações em fortes princípios de ética, mantendo sempre um diálogo aberto, honesto e de respeito entre colegas, clientes e parceiros de negócios.
  • Credibilidade - O posicionamento já alcançado no mercado permite oferecer uma relação de credibilidade tanto aos seus parceiros como aos clientes.
  • Fortes laços de solidariedade - Valorizamos a união e força positiva de cada colaborador, preocupando-nos com o seu bem-estar pessoal institucional e social, apoiando a sua plena integração e satisfação na empresa e na sociedade.
  • Forte Competitividade no Mercado e Foco no Cliente - Cientes de que a competitividade move o mercado, apostamos neste factor sem nunca perder de vista a excelência e a satisfação plena do cliente.

3.2. Organigrama da empresa JOFUCA (SU) LDA

A JOFUCA (SU) LDA, no seu topo é constituída por um presidente do conselho administrativo, administradores executivos, por diretores, e por departamentos.

O organigrama da JOFUCA (SU) LDA diferencia-se nos três níveis de unidades orgânicas (estratégico, intermédio e operacional) seguintes:

  • Director-Geral;
  • Direcções;
  • Departamentos.

Figura nº 01 - Organograma da empresa

 

Fonte: Empresa JOFUCA (SU) LDA.

Dentro do organograma, podemos desenvolver as funções e cargos que ocupam cada um dos membros, começando por sectores;

O Director Geral - Tem a função de elaboração das estratégias, como definir, supervisionar e orientar os executivos, quanto à directrizes a serem consideradas nas definições dessas estratégias, este órgão se incumbe em auxiliar a Sub-Direcção. Uma das principais atribuições que este sector tem, são aquelas em que se desenvolvem a formulação, o acompanhamento e avaliar todas as políticas institucionais da Direcção Geral, que envolvem os seus recursos humanos, recursos financeiros, as suas infraestruturas e o seu desenvolvimento físico. Logo, a política institucional é definida pela Direcção Geral.

Director Adjunto - São da responsabilidade do Director Adjunto, receber as orientações provenientes da Direcção Geral, para levar aos departamentos para execução das directrizes traçadas na organização.

Departamento de Recursos Humanos - A missão deste sector é de exercer as funções de planeamento e elaboração de políticas de recursos humanos da empresa, cabendo-lhe a solicitação da sua aprovação pelo Director Geral.

Departamento de Finanças e Contabilidade - Compete através de suas divisões e seções, organizar, controlar e executar as atividades referentes à administração financeira e contábil da empresa.

Departamento Comercial - Planejar e supervisionar as actividades da área comercial, visando atingir os objectivos da empresa relacionados com cumprimento das metas de vendas e prestações de serviço, atendimento ao cliente, participação de mercado, acções de Marketing e outros das politicas estabelecida.

Departamento de TIC Manutenção - Efectua a manutenção dos sistemas mecânicos, eléctricos e electrónicos do avião e respectivos componentes e reparações estruturais; procede à detecção de avarias, bem como à operação e ensaio de sistemas e processos especiais; pode realizar tarefas de controlo de qualidade e coordenar ou apoiar tecnicamente outros profissionais; elabora estudos com vista à análise e solução de problemas técnicos.

Tendo em conta que este trabalho tem como foco as demonstrações financeiras, faremos uma abordagem apenas da direcção financeira da empresa em análise.

O sector financeiro: assegurar a gestão dos activos mobiliários de acordo com os objectivos estratégicos definidos e disponibilizar os registos contabilísticos que satisfaçam as necessidades institucionais e de controlo da actividade da empresa.

Coordenar a gestão dos fluxos financeiros bem como o controlo e dinamização dos processos de cobrança e indeminizações decorrentes das actividades da empresa.

3.3. Actividades Económica da JOFUCA (SU) LDA

No ponto de vista financeira a actividade permite-nos avaliar o desempenho económico da empresa identificando de forma coerente e integradora os grandes factores que as influenciam avaliando a qualidade monetária de uma actividade em que o valor dos proveitos do negócio é superior aos gastos dos factores de exploração necessária para obter.

A seguir a presentaremos de forma suscinta o nível das actividades da empresa em análise.

Tabela nº 05. Actividade Económica da Empresa

Descrição

2021

2020

2019

RLE

3 887 698,02

1 755 984,91

2 459 603,33

 

Fonte: elaboração própria a partir das demostrações de resultados

Os dados apresentados mostram as actividades económicas da empresa durante o período de observação, em que o resultado líquido do exercício é valorimetrado com tendências crescentes. Podemos dizer que o nível de actividade em termos de resultados líquidos é aceitável, a situação é aceitável.

3.4. Estudo de Caso

Para um melhor entendimento é aqui apresentado as demonstrações financeiras da empresa em estudo, nos anos 2019 e 2021.

3.4.1. Colecta de Dados

A Análise financeiro é baseada nas seguintes demonstrações financeiras:

  • Balanço patrimonial;
  • Balanço funcional;
  • Demonstração de resultados por natureza.

Devido às restrições impostas, as estruturas de cada demonstração financeira serão apresentadas em anexos.

 

3.4.2. Sistematização dos Dados

Como já se referiu no capítulo anterior que análise financeira se refere como estão alocados os activos, que são bens e direitos, e também falar como estão compostas ou alocadas as origens dos fundos que são a situação líquida e os passivos ou obrigações da empresa. Nesta óptica, vamos apresentar a análise do equilíbrio financeiro nas duas visões.

3.2.2. Apresentação dos Relatórios Financeiros Da Empresa

Toda informação necessita de documentos que servem como suporte físico para a validação da mesma.

Neste caso para a obtenção das informações contabilísticas não se foge a regra, tendo igualmente alguns documentos específicos que se apoiam a contabilidade das empresas. Esses documentos são analisados em termos monetários dos fluxos de bens e serviços transacionados dentro da empresa entre estas e outros agentes económicos.

3.2.2.1. Balanço da JOFUCA (SU) LDA

Como já referimos no capítulo anterior que o balanço é um documento que retrata a situação patrimonial de uma empresa, numa determinada data, sendo composto pelo activo, passivo e pelo capital próprio.  O balanço apresenta a real situação da JOFUCA (SU) LDA no período em análise, constatou-se que de 2019 a 2021 os activos totais da empresa tiveram uma tendência crescente na ordem dos 233 900 944,63 Akz em 2021, 218 076 967,60 Akz em 2020 e 147 482 253,86 Akz em 2019 respetivamente.

Tabela n° 06. Balanço patrimonial da JOFUCA (SU) LDA

Balanço Patrimonial

2021

2020

2019

ATIVO

 

 

 

Activo não corrente

 

 

 

Total do Activo não corrente

17 603 963,68

16 398 078,10

31 330 078,11

Activo corrente

 

 

 

Total do activo corrente

216 296 980,95

201 678 889,50

116 152 175,75

TOTAL DO ATIVO

233 900 944,63

218 076 967,60

147 482 253,86

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

 

 

 

Capital próprio

15 344 904,58

12 053 525,30 

10 789 364,09

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO

15 344 904,58

12 053 525,30

10 789 364,09

Passivo

 

 

 

Passivo Corrente

217 556 040,05

205 023 442,30

135 692 889,77

TOTAL DO PASSIVO

218 556 040,05

206 023 442,30

136 692 889,77

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

233 900 944,63

218 076 967,60

147 482 253,86

 

3.2.2.2. Demonstração de Resultados da JOFUCA (SU) LDA

Os valores da tabela acima, mostram a actividade económica da empresa durante o período de observação, em que o resultado líquido do exercício é valorimetrado com tendências crescentes, a empresa sai de uma situação de resultados negativos, para resultados positivos e com tendência crescente.

Podemos dizer que o nível de actividade em termos de resultados é aceitável, a situação é aceitável.

Tabela nº 07. Demonstração de resultados por natureza

Demostrações de Resultados

2021

2020

2019

Custos e perdas

 

 

 

(A)

273 931 771,03

176 859 613,13

219 595 276,11

(C)

274 255 129,63

178 824 632,46

220 121 994,70

(E)

274 255 129,63

191 852 953,46

220 148 633,70

Imposto sobre Lucros

2 093 375,86

945 529,81

2 093 376,00

(G)

276 348 505,48

192 798 483,27

222 242 009,70

Proveitos e Ganhos

 

 

 

(B)

280 236 203,50

130 896 924,32

209 920 618,25

(D)

280 236 203,50

137 025 819,34

226 129 707,72

(F)

280 236 203,50

194 554 468,79

226 129 707,72

Resumo

 

 

 

Resultados operacionais                    (B) - (A)

6 304 432,47

(45 962 688,81)

(9 674 657,86)

Resultados financeiros          (D - B) - (C - A)

(323 358,60)

4 163 875,69

15 682 370,88

Resultados correntes                          (D) - (C)

5 981 073,87

(41 798 813,12)

6 007 713,02

Resultados antes dos impostos          (F) - (E)

5 981 073,87

2 701 515,33

5 981 074,02

Resultado líquido do exercício          (F) - (G)

3 887 698,02

1 755 984,91

2 459 603,33

Fonte: JOFUCA (SU) LDA

A demostração de Resultados apresenta a real situação da JOFUCA (SU) LDA no período em análise, constatou-se que de 2019 a 2021 os resultados líquidos da empresa tiveram uma tendência alternada na ordem dos 3 887 698,02 Akz em 2021, 1 755 984,91 Akz em 2020 e 2 459 603,33 Akz em 2019 respetivamente.

3.3. Sistematização, Análise e Interpretação de Dados

análise financeira como um exame das informações obtidas por meio dos documentos contabilísticos ou demonstrações financeiras, com o intuito de compreender a avaliação de aspectos como:

3.4.  Análise Dos Rácios E Indicadores

A análise dos rácios e indicadores, permitem verificar com maior clareza a situação econômico-financeira da empresa. Estes indicadores serão apresentados a seguir:

3.4.1. Indicadores de Liquidez

O gráfico abaixo exprime a posição financeira da empresa, avaliam a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato.

Gráfico nº 01. Rácios de liquidez

 

Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios Financeiros da JOFUCA (SU) LDA

 

3.4.1.1. Liquidez geral

Durante o período de observação (2019-2021) a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a curto e longo prazo), relacionando-se com tudo que já assumiu como divida a curto e longo prazo”, ou seja foi de 107%, 106% e 108% respectivamente.

Isto significa que em cada 1 monetária da sua dívida de curto, médio e longo prazo a empresa teve a capacidade de 1,07 Akz em 2021, 1,06 Akz em 2020 e 1,08 Akz em 2019. O resultado demonstra folga disponível para uma possível liquidação das obrigações;

3.4.1.2. Liquidez Corrente

Durante o período de observação (2019-2021) a capacidade de pagamento da empresa curto prazo, utilizando as existências, clientes e as disponibilidades foi de 99%, 98% e 86% respectivamente.

Isto significa que em cada 1 monetária da sua divida de curto, prazo a empresa teve a capacidade de 0,99kz em 2021, 0,98kz em 2020 e 0,86kz em 2019. Demonstra quanto a empresa possui de activo circulante para cada uma unidade monetária de passivo circulante.

3.4.1.3. Liquidez Seca

Na observação feita durante prazo da análise (2019-2021) a capacidade mais imediata de se pagar dívida com o disponível e duplicatas a receber, sem contar com a venda do estoque que ainda vai se tomar um disponível, utilizando as existências, clientes e as disponibilidades foi de 99%, 98% e 86% respectivamente.

 Isto significa que em cada 1 monetária da sua divida de curto, prazo a empresa teve a capacidade de 0,99 Akz em 2021, 0,98 Akz em 2020 e 0,86 Akz em 2019.

O índice de liquidez seca depende muito da interpretação, conhecimento e habilidade técnica de quem analisa, pois, uma visão pura e simples deste índice não pode servir como medida da capacidade de pagamento da empresa.

3.4.1.4. Liquidez Imediata

Na observação feita durante prazo da análise (2019-2021) Este índice representa o valor de quanto dispomos imediatamente para saldarmos nossas dívidas de curto prazo neste caso foi de 69%, 67% e 6% respectivamente.

Isto significa que em cada 1 monetária da sua divida de utilizando as disponibilidades foi de 0,69 Akz em 2021, 0,67 Akz em 2020 e 0,6 Akz em 2019.

3.4.2. Indicadores de Rentabilidade

A rentabilidade avalia a qualidade monetária de uma actividade em que o valor dos proveitos do negócio é superior aos gastos dos factores de exploração necessária para obter e determina-se sobre tudo em valores relativos.

Conforme referimos anteriormente, que os indicadores da rentabilidade estão divididos em três partes, a saber.

Gráfico nº 02. Rácios de Rentabilidade

 

Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios Financeiros da JOFUCA (SU) LDA

3.4.2.1 Rentabilidade de Vendas

A rentabilidade das vendas está constituída por quatro principais indicadores nomeadamente: rentabilidade bruta das vendas (RBV) ou rácios de Margem Bruta (RMB) neste trabalho iremos apenas analisar RBV- nestes anos apresentou a empresa manteve o nível durante todo período de observação.

Podemos afirmar que a empresa em cada 100 u.m das suas vendas obteve uma margem (venda) de 1 Akz em 2021, 2020 e 2019 respectivamente.

Isto significa que a empresa tem capacidade de vender os seus produtos ao nível dos seus custos e reflete a política de preços seguida pela empresa, revelando a percentagem das vendas que sobram com vista à cobertura dos outros custos.

3.4.2.2. Rentabilidade Dos Capitais Próprios

 Os indicadores de vendas líquidas calculados durante o período de análise foram de 25%, 15% e 23%. Isto significa que em 100 u.m das suas vendas líquidas a empresa obteve um lucro de 0,25 Akz em 2021, 0,15 Akz em 2020 e 0,23 Akz em 2019, este indicador mistura a eficiência das vendas na geração de lucros com o efeito dos financiamentos e da carga fiscal, este rácio está intimamente relacionado com o de rotação.

Uma baixa rentabilidade das vendas pode ser compensada por uma alta rotação de stock.

3.4.2.3. Rentabilidade Líquida Do Activo (RLA)

Os valores de retorno dos capitais próprios investidos, ao longo do período de observação tenderam positivamente em crescer, situando-se em seguintes níveis 2%, 1% 2% respectivamente nos três períodos observados.

Isto significa que em cada 100 u.m dos capitais investidos pelos accionistas, obtiveram um lucro de 0,2 Akz em 2021, 0,01 Akz em 2020 e 0,02 Akz 2019.

O ano 2020 teve um rendimento dos capitais próprios baixos porque nesse ano houve um aumento dos custos fixos em 1% e uma redução dos resultados financeiros, combinando com a diminuição dos capitais próprios através da redução do resultado de exercício.

O ano com melhor retorno dos capitais próprios foi em 2021, isto ocorreu devido a aumento dos resultados extraordinários e o baixo peso dos capitais próprios.

3.4.3. Estrutura de Capital

A estrutura de capitais da empresa apresenta os resultados da forma como ela financiou suas actividades económicas. Como exposto no gráfico abaixo.

 

Gráfico nº 03. Estrutura de capital

 

Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios Financeiros da JOFUCA (SU) LDA

3.4.1.2. Rácio de Endividamento

Determina a proporção de capital alheio utilizado no financiamento das actividades da Empresa, e pode ser obtido através da seguinte expressão de cálculo:

Ao longo do período em análise, a JOFUCA (SU) LDA apresentou um rácio de endividamento na ordem dos 93% em 2021, 94% em 2020 e 93% em 2019 conforme ilustra o gráfico acima; O que significa que em 2021 a empresa financiou-se com 93% de Capitais alheios, 94% em 2020 e 93% em 2019.

Podemos afirmar que a empresa se encontra em boa situação financeira, os valores encontrados são equilibrados, abaixo de 100%.

3.4.3.1. Composição de Endividamento

Ao longo do período em análise, a Empresa apresentou uma composição de endividamento na ordem dos 100% em 2021, 100% em 2020 e 99% em 2019 conforme ilustra a o gráfico acima;

 O que significa que em 2021 e 2020 a empresa financiou-se com 100% de Capitais alheios, e 99% em 2019.

Podemos afirmar que a empresa se encontra numa situação financeira boa mas não desejavel, o melhor seria que os valores encontrados estivessem, abaixo de 100%.

3.4.3.2. Imobilização do Patrimônio Liquido.

Índice de Imobilização do patrimônio líquido; de acordo com os dados apresentados neste índice IPL foi de 114% em 2021, 136% em 2020 e 8% também em 2019. Isto quer dizer que em cada 100 u.m do capital próprio aplicado no activo permanente foi de 0,1,14 Akz em 2021; 1,36 Akz em 2020 e 0,08 Akz para 2019. O ano com menor índice foi 2019.

3.4.3.3. Imobilização dos Recursos Não Correntes

Os dados deste índice indicam do IRNC calculado ao longo do ano nos seguintes níveis 107% em 2021, 124% em 2020 e 131% em 2019, o melhor ano foi 2019 por apresentar um IRNC menor em relação aos anos homólogos. Estes índices indicam o percentual de Recursos não Correntes que a empresa aplicou no Ativo Permanente.

 

3.5. Resultados da Pesquisa

Tendo feito análise e interpretação das DFʹs da JOFUCA (SU) LDA relativas aos exercícios de 2019 a 2021, apresentamos os seguintes resultados:

  • Liquidez

Em relação aos índices de liquidez, podemos observar que houve uma evolução dos mesmos, mostrando que a empresa aumentou a sua capacidade de pagar as suas dívidas no curto prazo.

  • Indicadores de rentabilidade

A rentabilidade avalia a qualidade monetária de uma actividade em que o valor dos proveitos do negócio é superior aos gastos dos factores de exploração necessária para obter e determina-se sobre tudo em valores relativos. Os indicadores referentes à rentabilidade do activo, mostram que a rentabilidade líquida tem apresentado uma evolução positiva nos últimos dois anos, o que confere a empresa a capacidade para remunerar os investimentos feitos em termos monetários. A rentabilidade dos capitais próprios apresentou uma evolução favorável, no período em análise, começando com um índice negativo de 23% em 2019, 15% em 2020 e 25% para 2021 respectivamente, este aumento deveu-se ao aumento acentuado dos resultados líquidos e diminuições nas reservas, sendo o ano de 2021 o ano com melhor retorno, onde em cada 100 Akz de capital investido a empresa teve um retorno de 0,25 Akz.

  • Estrutura de Capital

A estrutura de capitais da empresa apresenta os resultados da forma como ela financiou suas actividades económicas. Ao longo do período em análise, a JOFUCA (SU) LDA apresentou um rácio de endividamento na ordem dos 93% em 2021, 94% em 2020 e 93% em 2019 conforme ilustra o gráfico acima; O que significa que em 2021 a empresa financiou-se com 93% de Capitais alheios, 94% em 2020 e 93% em 2019.

Podemos afirmar que a empresa se encontra em boa situação financeira, os valores encontrados são equilibrados, abaixo de 100%. Composição de endividamento - Ao longo do período em análise, a Empresa apresentou um rácio de endividamento na ordem dos 100% em 2021, 100% em 2020 e 99% em 2019. Imobilização do Patrimônio Liquido- de acordo com os dados apresentados neste índice IPL foi de 114% em 2021, 136% em 2020 e 8% também em 2019. Imobilização dos recursos não correntes - os dados deste índice indicam do IRNC calculado ao longo do ano nos seguintes níveis 107% em 2021, 124% em 2020 e 131% em 2019, o melhor ano foi 2019 por apresentar um IRNC menor em relação aos anos homólogos.

CONCLUSÃO

Ao término deste trabalho investigativo que tratou do tema: a importância da análise financeira na tomada de decisão da empresa, depois de associar a teoria apropriada ao tema, o estudo de caso procurou analisar a importância da análise dos rácios económicos e financeiros da empresa JOFUCA (SU) LDA para atingir este objectivo recolhemos dos dados das demostrações financeiras da empresa e compilando em função da teoria económica para apurar os indicadores económicos e financeiros que deram base para fundamentação desta investigação.

Conseguimos através do estudo mostrar que as demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à tomada de decisões nas organizações, permitindo o conhecimento da situação financeira e económica, ou seja, são os instrumentos utilizados pela contabilidade para expor a situação económico-financeira da empresa e prover aos diversos utentes internos e externos as informações que servem de base para tomada de decisões.

A análise financeira avalia a situação financeira da empresa recorrendo ao uso de técnicas e métodos próprios que permite interpretar o estado financeiro da empresa e adoptar medidas para situações futuras.

Em relação aos índices de liquidez, podemos observar que houve uma evolução dos mesmos, mostrando que a empresa aumentou a sua capacidade de pagar as suas dívidas no curto prazo. A rentabilidade dos capitais próprios apresentou uma evolução favorável, no período em análise, começando com um índice negativo de 23% em 2019, 15% em 2020 e 25% para 2021 respectivamente, este aumento deveu-se ao aumento acentuado dos resultados líquidos e diminuições nas reservas, sendo o ano de 2021 o ano com melhor retorno, onde em cada 100 Akzs de capital investido a empresa teve um retorno de 0,25 Akz em 2021, a empresa financiou-se com 93% de Capitais alheios, 94% em 2020 e 93% em 2019. Podemos afirmar que a empresa se encontra em boa situação financeira, os valores encontrados são equilibrados, abaixo de 100%. Composição de endividamento - ao longo do período em análise, a Empresa apresentou um rácio de endividamento na ordem dos 100% em 2021, 100% em 2020 e 99% em 2019.

Desta feita, podemos concluir de maneira geral que os objectivos traçados foram totalmente alcançados, encontramos resposta à problemática desta pesquisa e a hipótese foi integralmente confirmada, a análise é importante porque ajuda os gestores a conhecer a situação da empresa, facilitando na tomada de decisões.

SUGESTÕES DA PESQUISA

Tendo em conta o tema, A importância da Análise Financeira para tomada de decisões e sendo que a empresa escolhida é reconhecida no mercado nacional e continuamente, sugerimos o seguinte:

  • Deve adoptar estratégias de contenção de custos operacionais de maneira a melhorar os resultados operacionais;
  • Deve proceder uma política de aumento dos capitais próprios através de um aumento do capital social;
  • A empresa deve manter o uso da análise financeira como técnica de apoio para controlar a sua situação económico-financeiro;
  • A empresa deve continuar com a estratégia de manter a sua capacidade de honrar os seus compromissos de médio e longo prazo;
  • Sugere-se ainda, para futuras pesquisas, um estudo a duas empresas que actuam no mesmo sector de actividade, fazendo comparações entre os indicadores e grandezas financeiros calculados.

Assim, aguardamos que os resultados obtidos reflitam a validade deste estudo em termos académicos e profissionais e que seja útil para todos aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos relacionados com a temática das demonstrações financeiras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Livros
  1. BENZINHO, J. et al. (1995).  Análise económica e financeira. Escolar.
  2. BORGES, A. R; ROGEIRO, R. (2010). Elementos de contabilidade geral. (25ª Ed).
  3. BORGES, A; RODRIGUES, A; MORGADO, J. (2002). Contabilidade e finanças para a gestão. (2ª Ed). Lisboa: Artes Gráficas, Lda.
  4. BREALEY, R. A; MYERS, STEWART C. (1998) Princípios de finanças Empresariais. (5ª Ed). Lisboa: McGraw-Hill.
  5. BREIA, A. et al. (2014). Análise Económica e financeiros: aspectos teóricos e casos práticos. Editor letras e conceitos, Lda.
  6. CARVALHO, J. E. (2011). Gestão de empresas (princípios fundamentais). (2ª ed). Lisboa: editora Sílabas.
  7. COSTA, C. B., E ALVES, G. C. (2001). Contabilidade financeira. (4º Ed). Rei dos Livros
  8. FERNANDES, C. Et al. Análise Financeira -Teoria e Prática, Lisboa, Edições Sílabo, Lda,5ª Edição,2019.
  9. GIL, Armando. Elementos de Investigação Científica. 1ª Edição. 2008
  10. GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 10ª Edição, Editora Adilson Wesley. 2004
  11. GONÇALVES C.et al. Relato Financeiro, Interpretação e  análise ,2ª Edição,2013.
  12. IUDICIBUS, SERGIO: MARTINS, ELISEU; GELBCKE, ERNESTO RUBENS. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. FIPECAFI, Ed. Atlas, 2010.
  13. MARION, J. C. (2006). Análise Financeira das Demonstrações Contábeis: contabilidade empresarial. (3ª Ed). São Paulo: Atlas.
  14. MARTINS, A. et al. (2011). Manual de Gestão financeira empresarial. (1ª Ed). Coimbra.
  15. MATARAZZO, DANTE CARMINE. Análise Financeira de balanços: abordagem gerencial. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
  16. MORAIS, A. I; LOURENÇO, I. C. (2003). Apresentação das demonstrações
  17. NABAIS, C. e NABAIS F. (2013). Práticas Financeiras I e II: Análise Económica e Financeira.Lisboa-Porto,9ª Ed. Lidel Edições Técnicas Lda.
  18. NEVES, J. C. (2003).  Análise financeira: Técnicas fundamentais. (14ª Ed). Texto: Lisboa, Portugal.
  19. NEVES, J.C das (2004)  Análise Financeira-Técnicas Fundamentais,1ª Edição, Lisboa Porto-Editoras, Lda.
  20. PADOVEZE, C, L. (2008). Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contabil. (5ª Ed). São Paulo: Atlas.
  21. PASSAIA, C, (2014). Análise Económica e Financeira com utilização de índices –Bacharel em Ciências contabilísticas, pela UNINOVA-Lisboa.
  22. SÁ S. (2011). Gestão Financeira: Análise de Fluxos Financeiros. (5ª Ed), Vida Económica.
  23. SILVA E. SÁ, (2011). Gestão Financeira-  Análise de fluxos financeiros,5ª Edição, Vida económica.

 

  1. Monografias:
  1. DJANDIRA DA CONCEIÇÃO VICTOR COSME CORREIA FATO e MENGI SO-FIA FUEMI NATAL (2018). Importância das demonstrações financeiras na tomada de decisão - Estudo de Caso: Empresa AIR JET (2013-2015)
  2. ODETH LONGO FERNANDES PANZO (2017). Análise do equilíbrio financeiro: estudo de caso, empresa UNICARGAS Monografia (Licenciatura em Gestão Financeira). Faculdade de Economia - Universidade Agostinho Neto – Luanda.

 

  1. Legislação
  1. PLANO GERAL DE CONTABILIDADE ANGOLANO (aprovado pelo decreto nº 82/2001, de novembro).


ANEXOS

Tabela n° 01. Balanço patrimonial da JOFUCA (SU) LDA

Balanço Patrimonial

2021

2020

2019

ATIVO

 

 

 

Activo não corrente

 

 

 

Imobilizações corpóreas

29 299 012,51

15 700 070,08

32 166 783,13

Imobilizações incorpóreas

1 868 547,90

195 768,02

10 670 547,90

Investimentos financeiros

502 240,00

502 240,00

502 240,00

Amortizações acumuladas

(14 065 836,73)

 

(12 009 492,92)

Total do Activo não corrente

17 603 963,68

16 398 078,10

31 330 078,11

Activo corrente

 

 

 

Contas a receber

52 681 973,11

24 856 282,60

107 568 186,10

Títulos negociáveis

12 650 000,00

0

0

Encargos a repartir por períodos futuros

1 015 000,00

38 619 048,00

0

Disponibilidades

149 950 007,84

138 203 558,90

8 583 989,65

Total do activo corrente

216 296 980,95

201 678 889,50

116 152 175,75

TOTAL DO ATIVO

233 900 944,63

218 076 968,60

147 482 253,85

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

 

 

 

Capital próprio

 

 

 

Capital

4 783 100,00

4 783 100,00

4 783 100,00

Reservas legais

726 670,66

556 293,88

507 113,56

Reservas de reavaliação

272 476,26

272 476,26

272 476,26

Reservas livres

5 674 959,64

4 685 670,25

2 767 070,94

Resultados transitados

0

0

0

Resultado líquido do exercício

3 887 698,02

1 755 984,91

2 459 603,33

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO

15 344 904,58

12 053 525,30

10 789 364,09

Passivo

 

 

 

Empréstimos obtidos

1 164 117,71

1 164 117,71

13 084 117,71

Clientes

376 200,00

556 427,72

118 960,00

Fornecedores

5 842 422,92

0

0

Estado

6 800 171,86

6 034 019,29

3 936 944,26

Entidades participantes e participadas

107 446 942,05

41 100 073,77

0

Pessoal

0

598 050,00

472 121,25

Outros valores a pagar

545 117,51

11 999 151,81

112 618 579,30

Provisões de cobrança duvidosas

0

0

6 462 167,25

Proveitos por repartir por períodos futuros

96 381 068,00

144 571 602,00

0

Total do Passivo Correntes

217 556 040,05

205 023 442,30

135 692 889,77

Total do passivo

218 556 040,05

206 023 442,30

136 692 889,77

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

233 900 944,63

218 076 967,60

147 482 253,86

Fonte: JOFUCA (SU) LDA

 

Tabela nº 02. Demonstração de resultados por natureza

Demostrações de Resultados

2021

2020

2019

Custos e perdas

 

 

 

Custos das existências vendidas

 

 

 

Custo com o pessoal

21 313 757,72

24 073 822,06

25 794 608,79

Amortizações

2 878 714,60

1 655 847,66

1 095 519,42

Outros custos e perdas operacionais

249 564 357,11

151 129 943,41

192 705 147,90

(A)

273 931 771,03

176 859 613,13

219 595 276,11

Custos e perdas financeiras gerais

 

 

 

Custos e perdas financeiras em filiais e associadas

323 358,60

1 965 019,33

526 718,59

(C)

274 255 129,63

178 824 632,46

220 121 994,70

Outros custos e perdas não operacionais

 

 

 

Custos e perdas extraordinários

 

13 028 321,00

26 639,00

(E)

274 255 129,63

191 852 953,46

220 148 633,70

Imposto sobre Lucros

2 093 375,86

945 529,81

2 093 376,00

(G)

276 348 505,48

192 798 483,27

222 242 009,70

Resultado Líquido do exercício

3 887 698,02

1 755 984,91

2 459 603,33

Proveitos e Ganhos

 

 

 

Vendas

 

 

 

Prestações de serviços

279 574 049,50

130 896 924,32

209 920 618,25

Outros proveitos operacionais

662 154,00

 

 

Var  Inv  Prod  Acab  Prod  Curso

 

 

 

Trabalhos para a própria empresa

 

 

 

(B)

280 236 203,50

130 896 924,32

209 920 618,25

Proveitos e ganhos financeiros gerais

 

6 128 895,02

16 209 089,47

Proveitos e ganhos financeiros em filiais e associadas

 

 

 

(D)

280 236 203,50

137 025 819,34

226 129 707,72

Outros proveitos não operacionais

 

57 528 649,45

 

Proveitos e ganhos extraordinários

 

 

 

(F)

280 236 203,50

194 554 468,79

226 129 707,72

Resumo

 

 

 

Resultados operacionais                    (B) - (A)

6 304 432,47

-45 962 688,81

-9 674 657,86

Resultados financeiros          (D - B) - (C - A)

-323 358,60

4 163 875,69

15 682 370,88

Resultados correntes                          (D) - (C)

5 981 073,87

-41 798 813,12

6 007 713,02

Resultados antes dos impostos          (F) - (E)

5 981 073,87

2 701 515,33

5 981 074,02

Resultado líquido do exercício          (F) - (G)

3 887 698,02

1 755 984,91

2 459 603,33

Fonte: JOFUCA (SU) LDA

Tabela nº 03.Estrutura de Capital

Simbolo

Fórmulas

2021

2020

2019

CE

PC

100

217 556 040,05

100%

205 023 442,30

100%

135 692 889,77

99%

PC+ELP

218 556 040,05

206 023 442,30

136 692 889,77

IPL

AP

100

17 603 963,68

115%

16 398 078,82

136%

31 330 078,10

8%

PL

15 344 904,58

12 053 525,30

10 789 364,09

IRNC

AP

100

17 603 963,68

107%

16 398 078,82

124%

31 330 078,10

131%

PL+ELP

16 509 022,29

13217643,01

23873481,8

IPL

PT

100

218 556 040,05

93%

206 023 442,30

94%

136 692 889,77

93%

AT

233 900 944,63

218 076 967,60

147 482 253,86

Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios da JOFUCA (SU) LDA

Tabela nº 04. Liquidez

Simbolo

Fórmulas

2021

2020

2019

ILG

AC+RLP

100

233 900 944,63

107%

218 076 968,32

106%

147 482 253,85

108%

PC+ELP

218 556 040,05

206 023 442,30

136 692 889,77

ILC

AC

100

216 296 980,95

99%

201 678 889,50

98%

116 152 175,75

86%

PC

217 556 040,05

205 023 442,30

135 692 889,77

ILS

AC-E-DA

100

216 296 980,95

99%

201 678 889,50

98%

116 152 175,75

86%

PC

217 556 040,05

205 023 442,30

135 692 889,77

ILI

D

100

149 950 007,84

69%

138 203 558,90

67%

8 583 989,65

6%

PC

217 556 040,05

205 023 442,30

135 692 889,77

Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios da JOFUCA (SU) LDA

Tabela nº 05. Rentabilidade

Simbolo

Fórmulas

2021

 

2020

 

2019

RLA

RL

100

3 887 698,02

2%

1 755 984,91

1%

2 459 603,33

2%

A

233 900 944,63

218 076 968,32

147 482 253,85

RCP

RL

100

3 887 698,02

25%

1 755 984,91

15%

2 459 603,33

23%

CP

15 344 904,58

12 053 525,30

10 789 364,09

RBV

MB

100

279 574 049,50

100%

130 896 924,32

100%

209 920 618,25

100%

V

279 574 049,50

130 896 924,32

209 920 618,25

Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios da JOFUCA (SU) LDA

 

 

 

 

[1] Resultado líquido: é o lucro ou prejuízo que a empresa obteve com o seu desempenho, durante um determinado exercício económico e define-se como a diferença entre proveitos e custos.

[2] PEREIRA DA SILVA, José. Análise financeira das empresas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 267.

[3] MATARAZZO, D.C. Análise Financeira de Balanços. São Paulo, 5ª Ed. Editora Atlas, 1998, p. 166.

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