Libertadores: Dodô Leva Fluzão à Final

Por Félix Maier | 10/06/2008 | Sociedade

Na noite do dia 4 de junho deste ano, o meu time do coração, Fluminense, conseguiu vencer o Boca Juniors no Maracanã, de virada, por 3 a 1, e vai decidir o título da Copa Libertadores contra o LDU, do Equador. Os jogos finais serão nos dias 25 de junho e 2 de julho, com a finalíssima partida no Maracanã, já que o time das Laranjeiras foi o que teve o melhor desempenho neste campeonato.

Os jogadores do Fluminense começaram a jogar com chuteiras de chumbo, tal era o estado de nervos da maior parte de seu elenco, formado por um esforçado time de jovens peladeiros, como Conca, Thiago Neves e Cícero, que foram escalados para municiar o atacante Washington. Peladeiro "fominha" que fui na juventude, eu sei muito bem o peso que tem uma chuteira numa decisão de título.

Aos 11 minutos do primeiro tempo, Washington teve uma ótima chance, ao matar uma bola no peito, dentro da área. Infelizmente, o chute forte passou por cima do travessão. A partir daí, foi um domínio completo do time argentino, que tinha quase 2/3 do tempo de posse da bola. A garotada tricolor corria como podia, com os sapatos de chumbo pesando cada vez mais.

No final do primeiro tempo, por volta dos 41min, o goleiro Fenrando Henrique fez ótima defesa, ao evitar um cabeceio forte de Palermo, aquele que foi inscrito no Guinness Record por ter perdido 3 pênaltis em um só jogo.

Aos 12 minutos do segundo tempo, o Boca conseguiu seu gol, quando Palermo ficou livre para cabecear no chão, entre a trave e o goleiro tricolor. Ouvi o estouro de alguns foguetes perto de casa, em Brasília. Com certeza, eram foguetes lançados por flamenguistas...

Com o gol argentino, o técnico tricolor, Renato Gaúcho, tirou seu gorro invisível de chumbo que lhe comprimia os miolos e não deixava que conseguisse raciocinar, e colocou Dodô no lugar de Ygor. Foi a salvação da lavoura do time de peladeiros do Fluzão. Na primeira arrancada de Dodô, este sofreu falta e Washington cobrou magistralmente, empatando a partida. O goleiro do Boca, que estava fazendo análise depois de sofrer um frango no segundo gol do Fluminense, na primeira partida, realizada em Buenos Aires, quando o placar ficou em 2 a 2, deve continuar suas seções psicológicas por um longo tempo. Afinal, ele deixou todo o lado esquerdo do seu gol livre para Washington fazer um gol fácil, nem precisou chutar muito no canto.

Aos 26 minutos, veio a virada tricolor. Novamente, em bela jogada de Dodô, este deu um passe livre na esquerda para Conca fazer o segundo gol do Fluminense. A bola, miraculosamente, desviou num adversário, tirando o azarado goleiro argentino da jogada. Mais sessões de terapia argentina... O Boca passou a apertar ainda mais forte o torniquete em volta da defesa tricolor, porém Riquelme e Palermo, já cansados e sem inspiração, não conseguiram fazer mais nada.

Já nos acréscimos, Dodô interceptou um passe errado de um beque argentino (que repetiu Cerezo em 1982, na Copa da Espanha, lembra?), driblou um adversário e fez um belo gol, chutando com categoria no canto esquerdo do goleiro. Era o início da festa do pó-de-arroz.

Esta foi mais uma história de um time de peladeiros que conseguiu a proeza de ser o melhor time da temporada na Libertadores. Basta o Fluminense, agora, repetir o feito contra o LDU, já enfrentado na atual temporada (com empate fora e vitória em casa), para chegar ao título inédito.

Parabéns, torcida tricolor de todo o Brasil! Vamos continuar torcendo pelo sucesso de nossa garotada! Que, nos dois próximos jogos, esqueçam no vestiário as botas de chumbo que vestiram ontem à noite. E que a sorte continue nos acompanhando, com as mãos salvadoras de nosso goleiro Éfe Agá!