Liberação da Maconha, Solução?

Por Paulo Felipe de Castro | 30/11/2016 | Política

Lendo um jornal, digital, de grande circulação no país, dia desses, me deparo com uma reportagem defendendo a descriminalização da maconha, bem como alguns depoimentos de “personalidades” nacionais, inclusive um ex-presidente da República, defendendo que o tratamento aos viciados seja “mais leve”.

Entre muitas das alegações a principal é de que seriam reduzidos a, praticamente, metade os crimes relacionados ao uso, e tráfico de drogas. Na teoria é lindo, mas vamos nos ater, apenas, aos principais pontos críticos da situação.

Fundamental dizer que acredito que o Álcool, droga lícita, é muito mais nocivo ao ser humano que a Maconha, para isso basta que façamos um experimento: Façamos duas destas distintas, em uma delas liberemos a Maconha e em outra o Álcool, ao final das duas a festa com Maconha liberada terá seus participantes buscando comida e indo para casa dormir, já na festa com Álcool liberado, além das muitas brigas que irão acontecer no decorrer da festa, temos o risco dos motoristas embriagados que colocarão, além de suas próprias vidas, a vida de terceiras pessoas em risco.

Com a descriminalização da maconha ela passaria a ser vendida nas farmácias, para tanto irá “ganhar um carimbo” de laboratórios farmacêuticos. Para isso acontecer devemos considerar que tal produto será dotado de gramatura, ou seja encontraremos nas farmácias a Cannabis 10, 20, 30, enfim haverá uma gramatura de sua substância ativa. Não podemos esquecer que para isso acontecer este “novo produto” será submetido a, “pequena”, taxa tributária do País, acredito que a mesma que incide sobre cigarro e bebidas alcoólicas. Ainda neste sentido há que se considerar que será necessária a apresentação de receita médica, que certamente ficará retida, será indispensável, em síntese maconha de 10Mg, suficiente para “um baseado” custará mais do que R$: 25,00(vinte e cinco reais).

A primeira questão que se encerra com a analise do exposto anteriormente é a drástica redução do trafico de drogas e de crimes correlatos, o viciado não irá pagar o preço de farmácia pela droga quando pode pagar um valor muito mais baixo ao traficante, portanto a alegação, pífia, de que o trafico de drogas irá sofrer uma drástica redução, e seus crimes correlatos consequentemente também, cai por terra.

Uma outra mudança, “extremamente relevante”, é que teremos a obrigação de chamar o viciado em maconha de DROGADITO, certamente sob pena de cometer discriminação, todavia quando as pessoas estiverem caminhando em um parque com a família e, encontrarem embaixo de uma árvore um DROGADITO fumando seu baseado, de maneira legal, com toda certeza fará o possível para “desviar daquele maconheiro”. O preconceito e a marginalização do toxicômano irá continuar, tal fato é inegável.

Finalizando temos que analisar que o nosso, fragilizado, Sistema Único de Saúde, hoje, não consegue tratar, devidamente, dos viciados em drogas lícitas, tabaco e álcool, bem como nas comorbidades que o vício nas drogas lícitas causam, conseguirá, este já sobrecarregado Sistema de Saúde, amparar os viciados em maconha?

Analisando por este prisma concluo que ao suscitar tema tão polêmico, as “celebridades” visam aparecer na mídia enquanto outras “personalidades” buscam vender palestras nos mais diversos locais do Globo com a finalidade de discutir um assunto que não cabe ser discutido.