Ler x Estudar
Por NERI P. CARNEIRO | 10/08/2009 | EducaçãoEstamos reiniciando um novo período de estudos, e em função disso aqui apresentamos algumas sugestões de como estudar com mais proveito, melhorando a compreensão do que está nos livros ou cadernos. São sugestões que podem ser melhor desenvolvidas junto com os professores que podem acrescentar a estas, suas próprias técnicas de estudo, com o objetivo de ajudar o aprendiz a superar o emaranhado de informações e novidades que o processo escolar lhe propõe.
O estudante não deve se acanhar em perguntar, pois os professores gostam de mostrar e partilhar seu saber. Caso não gostassem não seriam professores! Além disso, sua dúvida pode ser a mesma de vários outros colegas...
Ler não é a mesma coisa que estudar. Podemos tomar um livro e lê-lo. Mas isso não significa que estejamos estudando. Podemos dizer que lemos um romance, uma novela, uma poesia, um conto. Mas só a leitura não serve para o estudo de um texto científico ou didático.
A leitura é um ato de prazer, de lazer. É um hábito e deve ter um espaço crescente na vida das pessoas. Mas só a leitura ainda não é estudo.
O ato de estudar exige: interesse, vontade, perspicácia, dedicação, concentração. Podemos dizer que o ato de estudar exige método e técnica: é possível aprender a estudar.
É evidente que a leitura é um pré-requisito para o estudo. Mas não está estudando quem apenas lê. O que se faz necessário é, ao estudar, ir além da leitura. É necessário ler estudando.
Por esse motivo é que, para estudar, podemos utilizar algumas técnicas e com elas aprender a estudar. E com isso podermos fazer um estudo mais rendoso, prazeroso. Mas para isso é necessário não parar na leitura.
Além de saber ler o estudante precisa saber mais algumas coisas. O estudante supera o leitor porque sabe utilizar-se de ferramentas objetivas e subjetivas.
As ferramentas SUBJETIVAS são aquelas que exigem motivação. Trata-se, nesse caso de um processo interno. Torna-se impossível estudar se não houver:
DISCIPLINA E DEDICAÇÃO contínuas: não se pode parar no primeiro obstáculo ou no momento que chega o cansaço. É necessário ir além do cansaço.
INTERESSE E VONTADE são condições necessárias para superar o cansaço. Não adianta um bom professor ou excelentes livros e materiais didáticos. Sem vontade nada se constrói. A vontade supera a inteligência. Aliás a pessoa inteligente é aquela que domina e administra sua vontade.
ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO também se constrói a partir da vontade. Quando se quer busca-se alternativas para superação das distrações. Existem técnicas para isso. Busque orientação de seus professores para isto, também. Cada um deve ter uma sugestão a dar.
(uma técnica para evitar distrações é manter ao lado um lápis e um papel. Cada vez que surgir uma distração anote-a no papel, para voltar a ela depois do estudo. Anotada a distração, voltar ao estudo, sem a preocupação de esquecer a idéia paralela, pois ela já está anotada)
Ter OBJETIVOS. Estudante é aquele que por si mesmo ou com a ajuda de professores estabelece objetivos. Precisa saber onde quer chegar com os conhecimentos adquiridos. Quem sabe onde quer chegar pode melhor escolher os caminhos que o levem ao ponto desejado.
Não vale a pena perder tempo estudando só por que o professor falou ou por que alguém cobra notas. É necessário saber onde quer chegar e começar a trilhar o caminho que o leva a esse destino. A escola e os professores são auxiliares na caminhada.
As ferramentas Objetivas são as TÉCNICAS que se pode utilizar para atingir os objetivos. O estudante que se propõe objetivos precisa desenvolver técnicas de estudo.
Na realidade estudar é Pesquisar. E a pesquisa pode ser feita de duas formas: através da bibliografia ou em campo.
Pesquisa de Campo: realiza-se quando o pesquisador-estudante sai da sala de aula, vai a algum lugar específico para observar, entrevistar, fotografar, gravar, filmar. Enfim vai coletar dados para o seu estudo.
Pesquisa Bibliográfica: é realizada a partir da consulta aos livros, revistas, jornais ou outros documentos escritos. A pesquisa bibliográfica exige uma técnica específica: a compreensão do que foi lido.
A compreensão do que se lê, também exige técnica. Uma primeira verdade a respeito da compreensão do que se lê (estuda) é que não se apreende todo o significado e o sentido de um texto apenas com uma leitura. São necessárias várias.
A partir da segunda leitura pode-se ir selecionando palavras, frases ou parágrafos que contenham idéias importantes. Essas podem ser grifadas ou destacadas de alguma outra forma.
O estudante deve prestar atenção, também à pontuação. Ler corretamente os sinais de pontuação já é meio caminho em direção á compreensão do sentido do texto. A pontuação não é colocada apenas para enfeitar o texto, mas para conferir-lhe sentido.
O estudante precisa, também, prestar atenção às expressões: explicativa, adversativas, alternativas, conclusivas, enumerativas, entre outras.
Estas são algumas dicas que podem ajudar aos estudantes. Entretanto para que dêem resultado precisam ser levadas a sério pelo aluno e pelo professor que é, na realidade, um orientador de estudos. Para isso o professor deve ajudar a desenvolver, no aluno: disciplina, aplicação e vontade.
Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo, Historiador.
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