Lendas Indígenas De Paquetá
Por Marcelo Cardoso | 24/05/2008 | Sociedade1. A Lenda do Boto Cinzento
O boto cinzento é o mais importante habitante encantado do mar tranqüilo de Paquetá.
Diz a sua lenda que nas altas horas da noite êle costuma aparecer nas nossas praias, se transformar em gente e passear pela nossa ilha.
Dizem também que êle costuma usar sempre roupa branca e um chapéu da mesma cor para ocultar uma abertura que tem no alto da cabeça.
Êle costuma aparecer sempre tão elegante, que encanta e seduz as donzelas mais jóvens e mais bonitas da festa.
Êle costuma sair com elas para passear mas, sempre, antes da madrugada, êle pula de novo no mar e se transforma novamente em peixe, deixando as moças para atrás e, quase sempre, grávidas ...
Assim, sedutor e fecundador, êle também é conhecido como o pai de muitos filhos de mães solteiras que o acusam dessa paternidade.
O boto cinzento é obcecado por mulheres e sente o cheiro feminino a grandes distâncias, pelo que, para afugentá-lo, recomenda-se passar alho nas canoas e em todos os lugares onde êle costuma aparecer ...
2. A Índia da Lagoa Grande
Até o século passado, existiu em Paquetá uma grande lagoa, popularmente chamada de Lagoa Grande, que ia desde as imediações da atual Rua Cerqueira até as proximidades da Rua Adelaide Alambari nº 10, onde foi achada, enterrada, uma urna mortuária Tupi, num local que correspondia à margem mais setentrional da lagoa, onde, provàvelmente, era aonde ela possuía mais conchas.
E dizem que nas noites de lua cheia costuma ser vista, com o seu lindo cocar, uma bela índia tamoio, que passeia vagarosamente por ali e logo depois desaparece sem deixar vestígios ...
3. A Galinha Grande
É uma galinha enorme e dizem que é mais de madrugada que ela costuma aparecer, mariscando com os seus pintinhos, e que quando ela avista ou é avistada por alguém, ataca, obrigando as pessoas a se defenderem com o que tiverem disponível ao seu alcance, como paus e pedras, até que ela desapareça, o que costuma acontecer tão misteriosamente como apareceu ...
4. O Velho da Praia
Conta-se que é mal-assombrada uma casinha que fica na ponta mais setentrional de Paquetá e que lá costuma aparecer um velho com barbas brancas, com roupas velhas, que se apóia num grosso cajado de madeira e que expulsa da sua casa quem quer que seja, desaparecendo logo depois nas águas do mar ...