LEITURA LITERÁRIA: O RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE RIBEIRINHA...

Por Regiane Salazar Corrêa | 02/08/2016 | Literatura

Introdução

Essa pesquisa tem como objetivo estudar a língua falada do caboclo Amazônico, a partir da análise do conto “João Pescador e Zé Mutrica” do livro “As Histórias de João Pescador” de Mauro Guilherme, que foi premiado no Concurso de Literatura Juvenil da UBE (RJ)-2007. Mas antes, vamos trabalhar a concepção social da língua, os diferentes tipos de variações linguísticas, o limite dessas variações, e as atitudes e preconceitos em relação as mesmas.

É importante ressaltar que esta pesquisa traça uma concepção que põe em foco a análise do falar caboclo e o reconhecimento de sua identidade na esfera nacional. Os dados teóricos apresentados, são para explicitar a necessidade de entender a variação linguística, o dialeto do caboclo amazônico e sua cultura, buscando validar o respeito a língua cabocla e a valorização da sua identidade.

Visto que, em todo o mundo existem entre 6.000 e 7.000 línguas diferentes e cerca de 200 países. Um cálculo simples mostra na teoria cerca de 30 línguas para cada país, sendo que em alguns países podem existir mais línguas que em outras. Essa diversidade linguística permite que as línguas estejam constantemente em contato. O lugar de contato pode ser o indivíduo (bilíngue, ou em situação de aquisição) ou a comunidade.

As línguas mudam depois de passar por um período em que há variação, em que coexistem duas ou mais variantes. A língua muda a partir do momento em que entra em contato com outra língua. A mudança pode ser provocada também por fatores internos a língua e a comunidade em que ela é falada.

Então, a sociedade muda a língua de acordo com as mudanças do seu meio social. Com isso, a sociolinguística busca verificar de que forma os fatores linguísticos e extralinguísticos estão relacionados ao uso de variantes nos diferentes níveis gramaticais de uma língua (a fonética, a morfologia e a sintaxe) e também no seu léxico.

A variação linguística sempre existiu, mas é dentro da comunidade acadêmica que essa discussão é mais recorrente. Muitas pessoas fora dessa comunidade acabam tendo problemas em aceitar essas variações, pois elas acreditam que a língua é homogênea, sólida e idealizada, elas não querem aceitar uma ideia diferente dessa, mesmo que tenham vários estudos linguísticos, no entanto, as dificuldades no ensino da língua e o preconceito linguístico são as principais consequências.

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