LEITURA E ESCRITA:IMPORTANTES ASPECTOS PARA A FORMAÇÃO DO SUJEITO

Por Raimunda Moraes Firmo Almeida | 22/02/2017 | Educação

LEITURA E ESCRITA: IMPORTANTES ASPECTOS PARA A

FORMAÇÃO DO SUJEITO

 

READING AND WRITING: IMPORTANT ASPECTS FOR

TRAINING OF THE SUBJECT

 

ALMEIDA, RAIMUNDA MORAES FIRMO[1]

LOPES, ANA MARIA ALVES[2]

BURIL, DEBORAH[3]

RESUMO

O presente artigo abarca a temática da leitura e escrita, enquanto atividade comum na vida social e acadêmica dos seres humanos, até porque remetem-nos à fala e a comunicação gráfica, incluindo os surdos e aqueles que se comunicam de maneira não convencional (por gestos e/ou símbolos). Este artigo possui como objetivo descrever sobre a importância da leitura e da escrita para alunos do Ensino Médio, com vistas à evolução no processo de ensino e aprendizagem. Conclui-se que a partir da mais tenra idade o sujeito precisa compreender o ato de ler e escrever superando os conceito de signos e fonemas, compreendendo e reescrevendo sua história e contribuindo numa sociedade letrada, a partir das interpretações que será capaz de realizar.


INTRODUÇÃO

O presente artigo abordará a importancia da leitura e escrita junto aos alunos de Ensino Médio, iniciando no Ensino da Educação Infantil, permeando o Ensino Fundamental, pois, ao ignorar tal processo seria impossível o aluno chegar ao Ensino Médio.

Nesta perspectiva, construiu-se questões que nortearam este trabalho:

- As relações de alfabetização incidirá na evolução do futuro aluno do ensino médio? - Como deve ser a atuação do professor de alfabetização e do professor de Língua Portuguesa atuante no ensino médio para que o alunos consigam complementar sua formação escolar?

- Quais os beneficios para os alunos de Ensino Médio que escrevem, leem e interpretaram com propriedade?

Quando se trata de processo de leitura e escrita pressupõe-se que os estímulos trocados entre os sujeitos nas relações escolares desencadearão em comportamentos negativos ou positivos. Daí a importância de se investigar o papel das relações entre a leitura e a escrita dos alunos do Ensino Médio. Martins (1994, p. 26) descreve que:

Saber ler e escrever, já entre os gregos e romanos, significava possuir as bases de uma educação adequada para a vida, educação essa que visava não só ao desenvolvimento das capacidades intelectuais e espirituais, como das aptidões físicas, possibilitando ao cidadão integrar-se efetivamente a sociedade, no caso à classe dos senhores, dos homens livres.

A interação entre a leitura e escrita é conceituada por autores como sendo um aspecto fundamental para o desenvolvimento estudantil/escolar do aluno, bem como de sua participação na sociedade.

DESENVOLVIMENTO

A comunicação faz parte do cotidiano, não ocorre somente nos dias atuais, mas também durante os séculos, porque a escrita faz parte desenvolvimento do ser humano desde as idades remotas. Assim explicita Brito (2010, p.03) “o ato de ler é representado por meio da escrita, do som, da arte, dos cheiros”. 

Através da Leitura é possível desenvolver o aspecto mental e psicológico do ser humano, desta maneira o indivíduo consegue dominar os signos formando diversos textos e entendendo os diversos fatores que o rodeia. A Leitura é ainda para o aluno um meio de comunicação constante e, usado nas aulas. Como dispõe Brito (2010, p.03)

Através deste recurso fabuloso, conseguimos o total domínio da palavra, traçando ideas e conhecimentos, sendo possível entender o mundo que nos cerca, nos transformamos e, ao nos transformar, abrimos nossas mentes para o desconhecido, passando assim a construir um mundo melhor para cada um de nós.

Esse reconhecimento nasce da boa alfabetização, bem como da prática da Leitura e interpretação, ler não é só  decodificar códigos linguísticos, mas também entender, compreender o que os códigos dizem em suas entrelinhas.

O leitor constrói o significado do texto. [...] Isto não quer dizer que o texto em si mesmo não tenha sentido ou significado. [...] O significado que um escrito tem para o leitor não é uma tradução ou réplica do significado que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto, os conhecimentos prévios do leitor que o aborda e seus objetivos (SOLÉ, 1998, p. 22).

Para que o aluno consiga alcançar nivel satisfatório de escrita e leitura, o mesmo depende de um bom mediador, que tem como função não impor, mas intervir no avanço da leitura e escrita no contexto escolar e social.  Assim, como ler não é só decodificar signos, a escrita não se intitula no desenho das letras, mas saber o que as letras transmitem para si.

Como dispõe Vygotsky (1998) e Bortoni-Ricardo et al (2012), o profesor deve ter a compreensão de que é mediador, ou seja, é o elo de ligação entre ler e escrever dos alunos fazendo com que os mesmos se desenvolvam entre as relações pessoais que será mediada também pela linguagem. Pois, como afirma Kleiman (1997, p.30), “há necessidade do conhecimento do professor na área específica de leitura, além da formação lingüística”. O profesor mediador deve sempre estar atento com as mediações desmotivadoras que poderão fazer com que os alunos não desenvolvam o que necessitam.

Essas estratégias contribuirão para que os alunos que estão em processo de alfabetização, além de usarem socialmente a língua escrita, possam desenvolver consciência fonológica, corresponder letra/ som inicial/ figura, distinguir regras variáveis, reconhecer o padrão acentual e outros (CANGUÇU, 2013, p. 23).

Canguçu (2013, p. 23), relata que  o professsor possui diversas ferramentas para mediar a leitura e escrita dos alunos a ponto de envolvê-los nesta atividade e a mesma ser prazerosa e obter resultados satisfatórios. A ampliação do conhecimento do aluno é um processo que vai sendo guiado pelo professor através da mediação. As estratégias de mediação que pode desenvolver são diversas como, por exemplo: atividades de andaime (sequência didática), leitura tutorial, compartilhada, reconto, previsões sobre o texto e outros.

A leitura e escrita estão interligadas pela lógica e pelas primordialidades, sendo as duas de suma importancia para o desenvolvimento dos alunos dentro e fora da escola. Principalmente para o aluno do Ensino Médio, que são aqueles que devem estar preparados para uma nova fase, tanto em nível de escolaridade, quanto no ámbito da inserção no mercado de trabalho, onde a leitura e escrita são aspectos fundamentais para um bom desempenho. Como bem salienta Freire (2005, p. 21):

Através do hábito da leitura, o homem pode tomar consciência das suas necessidades (auto educar-se), promovendo a sua transformação e a do mundo,“em torno da importância do ato de ler, que implica sempre percepção crítica, interpretação e ‘re-escrita’ do lido” (FREIRE, 2005, p. 21).

A leitura debe ser entendida como uma ferramenta de crescimento humano, pois, a partir desta é que o indivíduo se completa em seu sentido amplo. Assim, os alunos que sabem ler tornam-se alunos letrados de maneira plena  e plana, pois, a visão que os mesmos possuem vai além da simples objetividade, ou precisa ir. De maneira plena – entende-se de maneira global, completa, conforme descrições curriculares e académicas, e de forma plana – quer dizer, num sentido figurado, de maneira ‘limpa’, sem vícios (de linguagem), sem erros grotescos (como, por exemplo, escrever a palabra ‘certo’ com ‘s’!).

Deve-se combater com todas as forças a tendência corrente de entender o ato pedagógico unicamente como sinônimo de leitura. O ato pedagógico envolve, sim, leituras da realidade e de textos que expressam  realidade, mas esse ato não pode ser entendido de forma tão mesquinha ou estreita. O ato pedagógico é muito mais abrangente e complexo. Tem,  na base, o diálogo entre professor e aluno e, no horizonte, os vários campos da cultura e do conhecimento (SILVA, 2005, p. 13-14).

A leitura e escrita tornam as pessoas comunicativas, instruidas, esse ciclo torna a sociedade mais atenta, os jovens que compoem o futuro do país, devem sempre estar motivados a buscar informações que os levarão  a uma fundamentação coerente e coesa,  proporcionados pela leitura e escrita.

As palavras têm um poder mágico, portanto, precisa-se ter consciência do alcance e da força que elas possuem para poder aproveitar a riqueza que existe nas entrelinhas, naquilo que está além do simples significado, para que haja entre o emissor e o receptor um rico entendimento nas diversas formas de comunicação e de uso da linguagem.

A riqueza das palavras pode mudar uma sociedade, e os jovens são a chave de toda essa mudança, devendo estar sempre se informando e lendo, buscando estudar e escrever a realidade.

CONCLUSÃO

Mediante ao exposto, conclui-se que leitura e escrita são um processo que deve ser corrente na vida do ser humano. Ambas possuem forte influencia sofre a outra, e mesmo contendo conteudos e conceitos dispares, são concomitantemente importantes e fundamentais além, de consequencia uma da outra. O professor é o mediador desta importante ciência, o mesmo possui significancia relevante na vida escolar do aluno quando se trata de conhecimento em leitura e escrita.

Foi possivel concluir que a prática docente na leitura e escrita é fundamental devendo ser encarada como algo transformador e, que alcança sentidos que ultrapassam os signos, sons, palavras, ajunta ainda sentimentos e entendimentos. Nesse sentido os alunos devem ser motivados a ler e escrever, para que possa auxiliar e resultar na formação de jovens que pensam acerca do futuro, que o vejam de maneira diferente, reescrevendo sua história.

REFERÊNCIAS

BRITO, Danielle Santos de. A Importância da Leitura na Formação Social do Indivíduo. Acesso em: 15/07/2016. Disponível em: http://www.fals.com.br/revela12/Artigo4_ed08.pdf.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. et al. Leitura e Mediação Pedagógica. São Paulo:     Parábola, 2012.

CANGUÇU, Talwane Vieira. O papel do professor como mediador de leitura para o letramento. Acesso em 16/07/2016. Disponível em:  http://bdm.unb.br/bitstream/10483/6281/1/2013_TalwaneVieiraGangucu.pdf.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completem. 46ª ed. São Paulo: Cortez, 2005, 87 p.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura3ª Ed – São Paulo: Brasiliense, 1997.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. A produção da Leitura na Escola: pesquisas x propostas. São Paulo: Ática, 2005, 92 p.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

 

[1] Professora da rede Estadual na cidade de Ilhéus- BA, Pós-graduada em Tecnologia Educacional e Mestranda em Ciências da Educação pela Universidad Autónoma de Asunción – Paraguai.

[2] Professora de Ciências da rede Municipal de Educação de Vitória e Serra – ES, Especialista em Educação Inclusiva e Diversidade, em Educação Infantil, Enfermagem do Trabalho e Saúde da Família. Mestranda em Ciências da Educação pela The Grendal College And University – GCU.

[3] Professora da rede municipal de Vila Velha – ES. Pós-graduada em Docência do Ensino Superior, Gestão Escolar e Psicopedagogia. Mestre em Educação pela The Grendal College And University – GCU.