Lazzarini, Sérgio. Capitalismo de laços: os donos do brasil e suas conexões. São Paulo: Elsevier, 2010. Cap. 1,2,3,4 e 7..

Por Dennis Hulme Brum de Carvalho | 01/04/2012 | Resumos

Resumo baseado na citação do título.

Baseado na leitura do livro, para o autor, um ambiente com tanta influência cruzada entre governo e capital privado leva os empresários a agirem de duas formas. Primeiro, usam seus conhecimentos privilegiados sobre as decisões governamentais para terem vantagens de primeiro movimento. E posteriormente, se esse movimento não der o lucro esperado, podem ainda cobrar operações de salvamento do governo, uma vez que podem alegar só ter entrado em um determinado setor por influência das ações governamentais de incentivo ao mesmo.

O autor se propõe então a enumerar algumas ações com vistas a minimizar os aspectos

negativos do capitalismo de laços no Brasil.

Primeiro: Mais transparência. Por um lado, as decisões do BNDES e dos fundos de

pensão estatais em investir nessa ou naquela empresa devem ser tecnicamente embasada

através de documentos públicos. Por outro lado, o emaranhado de proprietários

escondidos sob estruturas piramidais de controle societários devem estar mais expostos.

Daí a necessidade de estimular uma simplificação dos arranjos de controle societário. O

governo poderia estimular isso não se associando mais a proprietários vinculados a estas

estruturas piramidais.

Segundo: Mais isolamento político.  De um lado, o questionamento da indicação de membros dos conselhos administrativos dos fundos de pensão estatais pelo governo. De outro, a determinação e o cumprimento de critérios claros e objetivos de atuação para os fundos de pensão. Um outro aspecto importante é o controle sobre as doações de campanha e o seu rebatimento em privilégios públicos para as empresas doadoras. Essas devem ser especialmente vigiadas quando realizarem qualquer operação com o governo.

Terceiro: Redução generalizada dos custos de transação. O autor afirma que a formação

de “círculos de confiança” entre empreendedores, de modo a juntar recursos e reduzir

custos de transação, só existe em função do ambiente brasileiro que envolve escassez de

crédito, custos burocráticos, incerteza de processos jurídicos, etc.

Quarto: Combate a condutas anticompetitivas. Para o autor, suspeitas de práticas

anticompetitivas emergem naturalmente em um ambiente onde existem firmas tão

aglomeradas, proprietários tão vastamente infiltrados, conselhos entrelaçados e ainda

contando com agentes públicos para dar ainda mais interação entre os diversos atores

econômicos. O governo deveria, ao invés de estimular essa conexão, servir de

contrapeso à sua tendência anticompetitiva permitindo, por exemplo, a entrada de mais

novos competidores.

A conclusão é que por mais que existam aspectos positivos da cultura no capitalismo de laços o que é mais importante é colocar as questões negativas que de alguma forma é descendência histórica da formação do estado brasileiro.