JUSTIÇA E POLÍCIAS NO BRASIL - PMDB - Pec 241: Trilogias e futuro incerto (Felipe Genovez)
Por Felipe Genovez | 13/09/2017 | Política
Podemos inferir das notícias que povoam os jornais do pais mostram inequivocamente que o grande lance foi dado para que o PMDB prepare a sua estrada para o futuro quanto a seu projeto político (isto se não for totalmente envolido pela "Lava Jato"), ou seja: descolar o presidente da realidade (corrupão que permeia os partidos políticos nos últimos tempos) e lançar seu candidato à Presidência da República no ano de 2018 e desbancar outros pretendentes.
Acredito que para muitos seja um consenso geral que o PMDB ainda se constitua um partido glorioso, vocacionado para o poder, sempre vigilante em termos de ocupar espaços políticos, especialmente nos últimos governos (comandou vários ministérios, além da Vice-Presidência/BR).
Nas últimas décadas, a imprensa soube muito bem mudar de lado (paga muito bem seu pessoal). No passado fazia o jogo do poder alinhada aos governos militares que permaneceram por décadas no comando dos governos, com raras exceções. Já o velho "MDB" (fundado em 24.03.1966), tendo em seus quadros baluartes do calibre de Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Franco Montoro, dentre outros, lutava para romper com o regime militar e restaurar a democracia no nosso país. Por ironia do destino, o primeiro Presidente do MDB foi o General Oscar Passos (Senador pelo Estado do Acre).
Franco Montoro, Mário Covas, dentre outros, percebendo os ventos das mudanças, acabaram criando uma cisão e fundaram o PSDB.
Aqui em Santa Catarina não poderia ser diferente. Por meio de seus correligionários mais puros e identificados com as doutrinas de base, o partido primeiramente travou uma luta indômita na década de oitenta para conduzir Pedro Ivo Campos ao Governo do Estado (1986). De lá para cá, já repaginado, o PMDB inflou "a jato", perdendo substância ideológica e passando a galvanizar interesses difusos a partir da "entrada" e "bandeiras" de pessoas desconectadas com sua gênese e história.
A imprensa, financiada principalmente pelo Poder Econômico, mas sem perder o contato com o Estado (e seus governantes), novamente soube muito bem se reinventar e se adequar aos ventos das mudanças (a redemocratização).
O teto a ser fixado para os Poderes (Pec 241), juntamente com a "Reforma da Previdência (que vem a galope...), além de outros projetos políticos e econômicos que também virão por aí, certamente que trarão consequências nefastas para a qualidade dos serviços públicos (educação, saúde, segurança pública e Justiça). Instituições como o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícias e Sistema Prisional, poderão sofrer abalos nas suas estruturas e metas, a começar por um processo progressivo de engessamento de suas máquinas, considerando a falta de recursos e necessidade de modernização, tudo isso tendo como "causa e efeito" a exponencialização da violência e seus reflexos sistêmicos em todos os estamentos da nossa sociedade.
Diante desse quadro de incertezas, ficaremos mais vulneráveis, considerando que o trabalho da imprensa continuará direcionado a explorar mais as nossas falhas (especialmente no caso da segurança pública), já que sempre estarão formando opinião pública e defendendo a trilogia: "Poder Econômico, Estado e Governos " (mas não as instituições...).
Enquanto isso, no jogo do poder político, é crível que o PMDB apostará todas as suas cartas numa outra trilogia bem pragmatista que intuitivamente poderia ser sintetizada nas letras: "PPP".
Nesse "salvem-se quem puder" (crises institucionais poderão gerar oportunidades de mudanças...) e no embalo da Pec 241, turbinados pelo efeito "Temerdorista", esperamos que tudo funcione, para o bem não dessas trilogias, mas única e exclusivamente, do nosso povo e do próprio Brasil.