JORNALISMO LITERÁRIO, OUTRA FORMA DE FAZER NOTÍCIA

Por Gabriela dos Santos Camargo | 29/08/2016 | Literatura

Gabriela dos Santos Camargo

Iria Catarina Queiróz Baptista

Resumo:

Este artigo tem como propósito traçar um paralelo entre a literatura e o jornalismo, buscando abordar o trabalho em conjunto de ambos os gêneros. Como a literatura está cada vez mais presente nos textos jornalísticos, o seu uso ajuda no desenvolvimento das matérias e notícias, tornando-as mais completas e com mais credibilidade. Seu principal objetivo é ajudar a facilitar a compreensão dos leitores e tornar os assuntos abordados nos textos mais atraentes, destacando-os entres os veículos de comunicação.

Introdução

Um texto é um conjunto de enunciados que tem como intenção transmitir uma determinada mensagem. Sendo assim, o texto literário utiliza a linguagem literária para despertar o interesse do leitor sobre o assunto abordado. O autor de literatura procura as palavras mais adequadas para expressar as suas ideias de forma cuidadosa, seguindo seu próprio critério e estilo.

Já o texto jornalístico deve expor a notícia como se o leitor não soubesse do que se trata, como se ele não estivesse familiarizado com o acontecimento. Exatidão, concisão e clareza são exigências de um bom texto jornalística, como também frases curtas que abriguem ideias claras. O profissional da área deve procurar ser o mais objetivo possível, relatando com fidelidade o que ocorreu. O uso da 3ª pessoa é obrigação, pois é o relato de uma testemunha e não de um personagem.

“A veracidade, o realismo é a sua grande força. O mau jornalista é o sofisticado ou o fanático ou o mal informado, ou o divagante ou o vernaculista. Todos eles perdem de vista o objeto, o fato, a realidade, para se perder apenas no modo de o retratar ou nas suas segundas intenções, mais ou menos ocultas,. É por isso que um jornalista-polemista tem menos força, embora mais violência, do que um jornalista sereno e objetivo”. (LIMA, 1969, p54)

 Não existe incompatibilidade entre jornalismo e literatura, pois o parentesco entre os dois pode fazer com que os autores e leitores confundam os dois gêneros, pelo fato de que ambos utilizem como sua principal ferramenta, a escrita. Os escritores que trabalham nas redações jornalísticas nos dias atuais, não são tão numerosos quanto foram no passado. Houve um tempo em que a maioria deles tinha dois caminhos para ganhar a vida: o serviço público e o jornalismo.

A presença de bons ficcionistas nas redações atualmente pode significar um enriquecimento para a atividade jornalística, já que eles trazem uma bagagem adicional de criatividade e de imaginação, de outras leituras e de outros interesses. Contudo, especialmente para aqueles que estão iniciando na carreira agora, há sempre um risco, que pode causar confusão entre os dois canais, ao fazer literatura no jornal ou jornalismo na literatura.

 “Seria demasiado simples entender essa questão atribuindo exclusivamente à ficção o poder de fazer com que o universo literário seja abarcador de outros discursos. Assim, mais que isso, é por consistir em relatar histórias, em esmiuçar vidas, em (de)flagar batalhas, enfim, por se compor de narrativas nas quais relações sociais, econômicas, psicológicas e outras se encontram, que à literatura é permitida a ocupação desse lugar centra”. (RESENDE, 2002, p.58)

 Sendo assim, as diferentes formas de escrever para um determinado veículo de comunicação, se torna visível, ainda mais se quisermos acrescentar um pouco de literatura em nossos textos. Cada empresa de comunicação possuí um padrão e seu público alvo, por exemplo, no jornal impresso o texto é mais objetivo, simples e curto, na televisão ele tem que ser coloquial, claro e preciso, no rádio, o texto possuí motivação, exemplificação e reiteração, e na revista ele se torna mais criativo e nós podemos nos aprofundar mais no assunto abordado, tornando o texto, de certa forma, literário.

A questão é saber até que ponto o jornalismo pode valer-se da literatura como ferramenta para atrair e fidelizar leitores. Sabe-se que a literatura é mais comum nos livros, sejam eles fictícios ou reais. Mas se repararmos em alguns textos jornalísticos, podemos observar certo caráter literário nele, e é esta combinação, entre jornalismo e literatura que o presente artigo pretende buscar.

 

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