John Locke.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 03/06/2013 | FilosofiaJohn Locke.
1632- 1704.
Nasceu perto de Bristol, Inglaterra, estudou medicina, mas fez sucesso como filósofo, foi secretário político de várias autoridades de Estado.
Viajou para diversas partes do mundo até então aos 38 anos, não tinha manifestado vocação para desenvolvimento do pensamento filosófico.
Mas a partir do ano 1670 seu pensamento tomou nova direção, já que não se destacou na medicina, resolveu escrever livros de Filosofia com o propósito de destruir o pensamento filosófico elaborado por Descartes.
Formulou grandes obras tais como: Ensaio sobre o entendimento humano 1690 no mesmo ano elaborou outro livro a respeito, Ensaio sobre a tolerância, posteriormente a Razoabilidade do cristianismo, entre outros, sendo que a sua primeira obra lhe imortalizou no mundo da literatura.
A obra é um veemente ataque as ideias de Descartes, Locke achava o sistema cartesiano sem fundamento para o mundo da aplicação científica no entendimento dos fatos numa possível análise.
O primeiro ataque ao cartesianismo foi a respeito do princípio da ideologia das ideias inatas, como se as ideias fossem naturais no homo sapiens e que já existiam antes do mesmo nascer. Esse preceito sempre foi absurdo para Locke, o motivo de seu combate a Descartes.
Destrói o mundo cartesiano ao descrever a origem e a formação das ideias, ele mostra epistemologicamente que as mesmas têm por fonte a experiência.
Quando a criança nasce ela não tem absolutamente nada no cérebro, tanto é verdade, se uma criança nascer no mundo árabe com certeza será islâmico, se nascer no Brasil naturalmente será cristão.
Tudo que vier compor o mundo das ideias surgem à posterior, o homem será do modo que realizar a sua experiência, no mesmo sentido o comportamento humano, motivo pelo qual é muito difícil o homem ser diferente das imposições que impregnaram ao mundo comportamental.
Dessa forma Locke defende a Filosofia empírica contra o racionalismo cartesiano, com efeito, o essencial de sua doutrina é a teoria do conhecimento.
A metodologia do conhecimento epistemológico para poder chegar-se a verdade das Ciências, todo conhecimento que tiver variáveis da metafísica não poderá atingir nenhum saber objetivo.
Para Locke todo conhecimento humano tem sua origem na sensação, não existe nada na razão que antes não tenha estado nos sentidos, não existe no espírito nenhum tipo de ideias inatas.
A partir exatamente dos dados da experiência, o conhecimento vai produzir novas ideias pelo mecanismo da abstração, o que hoje denominamos de processos de sínteses, os conhecimentos acumulados.
O que significa para Locke, que o conhecimento na sua origem é passivo, pois é necessário os sentidos, a experiência tem papel fundamental não apenas nas origens das ideias, mas sobretudo, no seu desenvolvimento, necessariamente na construção das mesmas.
Facilita o papel ativo, combinando as ideias simples, ao caminho das complexidades. Desse modo a sua Filosofia empírica possibilita o fundamento essencial do conhecimento.
A respeito do mundo político, Locke desenvolve a seguinte ideia, os homens por natureza são todos livres e independentes.
Ninguém pode ser despossuídos dos seus bens, não é esse o papel do Estado, unicamente favorecer no desenvolvimento humano, sobretudo economicamente.
O poder político não tem sentido sem o consentimento da sociedade, a consequência de sua Filosofia empírica desenvolve naturalmente a concepção do Estado político e social.
Nega a ideia do poder divino, como pura ideologia da aristocracia conservadora, não aceita o absolutismo como forma de poder, declara evidentemente que o poder só tem legitimidade se vier do povo, estabelece os princípios da democracia.
O poder emana da vontade do povo que delega constitucionalmente a uma assembléia ou até mesmo a um monarca, por fim cria um novo conceito de propriedade, aquele cujo fundamento vem essencialmente do trabalho, antecipando as visões críticas a respeito da riqueza e das futuras teses do materialismo histórico.
Edjar Dias de Vasconcelos.