Jogos: uma maneira de ensinar e divertir-se

Por Darlin Taís Borghardt | 16/05/2017 | Educação

Jogos: uma maneira de ensinar e divertir-se

 

Darlin Taís Borghardt

Universidade de Passo Fundo

darlin.borghardt@hotmail.com

 

 

 

Resumo: O presente trabalho pretende investigar os diversos conceitos sobre o jogo. Pois a partir deste processo de construção e gosto pelos jogos, inseri-lo na educação é algo desafiador. A investigação enfatiza que através dos jogos é possível incluir a ludicidade no ambiente escolar e cada um adquirir sua própria experiência e seu próprio pensamento ao jogar. Aprimorar a capacidade de reconhecer os conceitos, a metodologia, enfim, a aplicação de cada autor na relação da educação. Portanto, adquirir o conhecimento desenvolvendo habilidades, sensibilidades e gosto pelo jogos é algo que coloca a educação mais inovadora.

 

Palavras-chave: Jogos; Ensino; Educação; Diversão.

 

Introdução

 

Como já dizia o nosso saudoso Mário Quintana, a gente pensa em que perde tempo, mas na verdade a gente cria novas formas para ser e estar aqui nesta vida. Mas temos que nos dar conta disso, o que não é nem fácil, nem simples. A importância do jogo está no fato de ter oficializado o brincar durante o espaço e o tempo de aula. Se assumirmos a escola como espaço de construção, também o professor, poderá assumir o jogo como uma etapa de desenvolvimento do fazer pedagógico, o qual resultará em ações reflexivas e investigativas.

Diante de um jogo, os jogadores dão o melhor de si: planejam, pensam em estratégias, analisam e antecipam o passo do adversário, observam os erros, torcem, comemoram ou lamentam, mas podem propor um nova partida a ser iniciada. Todo esse interesse faz com que o jogo se torne um valioso recurso, podendo ser incluído tanto nas aulas como no dia-a-dia das pessoas.

Para tanto, o recurso do jogo para as crianças permitirá o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral, onde irá favorecer a aprendizagem de conceitos e regras. Para o professor, o jogo tem o potencial de promover novas e melhores formas de ensinar e aprender na educação dos educandos. Assim, as atividades lúdicas promovem a interação entre as pessoas de um determinado grupo, a convivência e a auto expressão, bem como o jogo proporciona nas crianças momentos de lazer e harmonia e faz com que façam parte de outros espaços também.[1]

Conduzido o jogo este propicia uma união, com objetivo de chegar ao final que é ganhar ou apenas disputar o jogo tão apreciado pelas pessoas. Os jogos não deverão ser postos como competitivos diante dos educandos, mas sim como objetos de afeto, de compartilhamento em um mesmo espaço e mesmo objeto utilizado entre os jogadores. É no jogo que o professor passa a conhecer melhor seus alunos e as atitudes deles. Também é no jogo que a criança, o adolescente, o adulto se liberta, ele demonstra todas as suas afeições, todos os seus medos, as suas angústias. O jogo é uma forma e um caminho para construir cidadãos mais competitivos, mais críticos e mais humanos, num convívio social mais aberto.

Através do jogo o professor têm a possibilidade de conhecer melhor seus alunos, pois este propicia analisar as atitudes conforme a personalidade de cada um. Também o jogo é uma forma das pessoas se libertar, demonstrar suas angústias, medos, segurança ou insegurança, enfim, seu desenvolvimento psicossocial. Este trabalho busca compreender melhor a importância do jogo nos momentos em sala de aula, buscando o objetivo de proporcionar ao educando um aprofundamento teórico e prático, considerando a necessidade e a importância de trabalhar de forma mais lúdica. O uso dos jogos também fazem com que se perceba a importância da diversidade de jogos e brincadeiras como fonte histórica, e estas são capazes de revelar o modo de vida de pessoas de diferentes épocas e lugares.

Diante destas colocações sabemos que são vários estudos nas diversas formas e relações aos jogos, portanto no decorrer desta investigação serão apresentados conceitos e concepções de interpretações próprias. Sabemos que os jogos são uma fonte de inspiração para muitos estudos e formas didática utilizadas para com educandos e pessoas em geral, assim essas atividades lúdicas serão compartilhadas e apresentadas no decorrer dos estudos.

 

 

  1. Jogos e suas multipossibilidades

O jogo é um fenômeno antropológico que se deve considerar como um objeto de estudo para vida do ser humano. Pode ser considerado constante diante das civilizações, pois este propicia um olhar à cada cultura nos diversos povos, bem como sua própria história. Também pode ser considerado como algo mágico, sagrado, sendo compartilhado pelo amor, pela arte, pela língua, pela literatura, pelos costumes, enfim, uma comunicação diversificada.

Segundo Carneiro (2003), o jogo é uma atividade universal que, em diferentes épocas, divertiu e ensinou adultos e crianças de diferentes povos. Ao longo da história, os jogos foram se transformando sucessivamente pelas atuações dos indivíduos, por suas culturas e evolução da tecnologia.

De acordo com Chaparéde apud Araújo (1992, p. 18), “...jogo é um processo de derivação por ficção e tem por função permitir ao indivíduo realizar o seu eu, ostentar sua personalidade, seguir momentaneamente a trilha de seu maior interesse nos casos em que, não possa consegui-lo recorrendo as atividades sérias”.

Percebe-se que a utilização dos jogos segue prioridades elaboradas, dentre elas a função do contexto social, do aspecto político e econômico, possibilitando uma relação mais antiga entre o desenvolvimento humano e a educação dos indivíduos. A participação nas atividades recorrentes do jogo, tanto os adultos como as crianças tomam parte dessa diversidade relacionada ao jogo. Na fase do mundo adulto as atividades são mais peculiares, pois reconstitui o seu próprio mundo e dele o indivíduo poderá se apropriar, podendo também considerar desnecessário sua apropriação e reconstituição como indivíduo.

 

O processo de gênese do jogo na história da humanidade não pode aparecer nem antes do trabalho, nem antes da arte. [...]sintetiza sua compreensão a respeito do processo de surgimento e desenvolvimento do jogo, que nasce no decorrer do desenvolvimento histórico da sociedade como resultado da mudança de lugar da criança no sistema de relações sociais. Por conseguinte, é de origem e natureza sociais. (ELOKININ, 1988, p. 80)

 

 

Deste modo, em um determinado momento da vida, as origens vem de encontro com as atividades de trabalho (tanto no que diz respeito às relações e produção quanto aos próprios instrumento do jogo), o mundo adulto, sob muitos aspectos, não mais estava diretamente acessível à criança; ela não podia participar direta e efetivamente de muitas das atividades compartilhadas pelos adultos naquela época. A apropriação de um mundo (mundo humano X relações sociais) é uma necessidade para a criança, portanto ela precisa cada vez mais se situar nesse mundo.

 

 

Ao distinguir a atividade lúdica entre os animais e as crianças, o autor afirma que “a brincadeira na criança não é instintiva, mas precisamente humana, atividade objetiva, que por constituir a base de percepção que a criança tem do mundo dos objetos humanos, determina o conteúdo de suas brincadeiras”. (LEONTIEV, 1988. p. 30)

Sabendo que o momento, as condições do jogo podem assumir um caráter mais específico e importante no processo de desenvolvimento humano, constituindo-se hoje na maioria das sociedade como atividade socioeducativa na educação infantil, isto é, naquelas atividades que melhor realiza a relação criança X mundo. Também o jogo e a criança poderá dar o sentido e a permissão da máxima apropriação das produções culturais historicamente elaboradas sob o contexto exposto a elas.

Surge então uma nova proposta de educação, a qual se estabelece uma relação entre o jogo X educação, marcada por pontos considerados importantes ao longo das transformações da sociedade. A modernidade é marcada pelo modo capitalista de produção e tem influenciado diversos setores na educação em contribuição dos educandos em sua vida em sociedade. Bom, o jogo fornece a competição, a técnica, a racionalização, presentes em todos os sentidos da vida, e como consequência disto ocorre um fenômeno chamado de “esportivização” das atividades, no qual a busca pela vitória é sentimento presente. O próprio ato de brincar e jogar tem sofrido influências deste modo de pensar/agir.

Ao destacar um ponto de vista mais aristotélico (jogo de recreação), Brougére (1998) menciona essa constituição como a primeira forma de olhar o jogo. Em seguida, o jogo como dispositivo pedagógico, no qual o interesse que a criança manifesta pelo jogo, deve ser utilizado para ensinar. Já como terceiro ponto, o jogo como uma atividade que permite ao pedagogo observar e compreender a personalidade da criança e adaptá-la ao ensino.

A partir dessa época, observa-se uma crescente valorização do uso dos jogos como recursos didáticos, sobretudo com a evolução dos estudos psicológicos e educacionais, bem como do desenvolvimento intelectual infantil.

 

  1. Por que trabalhar com os jogos?

 

Os jogos são práticas culturais que se inserem no cotidiano das sociedades em diferentes partes do mundo e em diferentes épocas da vida das pessoas, onde também cumprem o papel da diversidade quanto as expressões de cada cultura e seus diferentes povos.

Ao falarmos que os jogos estão presentes em diferentes épocas da vida das pessoas, estamos evidenciando o quanto eles participam na construção da personalidade e interferem nos próprios modos de aprendizagem dos seres humanos. Estão presentes desde os primeiros momentos da vida do bebê. Segundo Piaget (1987), dar especial atenção aos jogos de exercício no período sensório-motor, pois é um momento em que as crianças, ao brincarem aprendem a coordenar a visão e movimento das mãos e dos pés, a coordenar a visão e audição, enfim, a perceber o mundo a sua volta e começam a agir para dele participar.

Ainda em etapas muito iniciais do desenvolvimento, podemos destacar os jogos de construção, tão bem estudados por Chauncey (1979) e Venguer & Venguer (1988), que tratam do desenvolvimento e noção de equilíbrio, de formas, de espaço, dentre outras habilidades. Também podemos destacar que o jogo, além de constituir-se como veículo de expressão e socialização das práticas culturais da humanidade, torna-se um meio de inserção no mundo, onde as atividades lúdicas em que a criança e/ou adulto se engajam num mundo imaginário, regido por regras próprias, que, geralmente são construídas a partir das regras criadas no convívio social.

Ao discutir sobre as características dos jogos na visão de FROMBERG (1987), ele trata como representação da realidade diante das atitudes do ser humano, pois estas possuem ações mesmo que imaginárias e incorporam seus próprios interesses, assim todos estão sujeitos a regras explícitas ou até mesmo implícitas. Ainda, pode-se dizer que possui um alto grau de espontaneidade a cada ação praticada pelo ser humano.

Considerando como foco os princípios dos jogos, a possibilidade das ações no mundo é estar sujeito a regras, pois essas contribuem para um melhor e maior desenvolvimento humano. Autores representantes destas abordagens sociohistóricas do desenvolvimento social e psicomotor, enfatizam através de temáticas inseridas no cotidiano dos seres humanos estas possibilidades. Leontiev (1988) por exemplo, defendia que as brincadeiras seriam as atividades principais durante a infância e que, brincando, as crianças aprenderiam a se inserir no mundo adulto.

A partir dessa maneira de ver a inserção dos jogos no desenvolvimento humano, estes podem também ser classificados em dois blocos: jogos de enredo e jogos de regras. No jogo de enredo, os participantes brincam e representam situações, narram e vivenciam situações históricas. Para isso defender essas posições é algo que traz um histórico de aprendizagem e análise ao longo dos tempos, assim defende o autor:

Caracterizam-se pela assimilação deformante (Piaget, 1987). Deformante porque nessa situação a realidade (social, física, etc.) é assimilada por analogia, como a criança pode ou deseja, isso é, os significados que ela dá para os conteúdos de suas ações, quando joga, são deformações maiores ou não – dos significados correspondentes na vida social ou física. Graças a isso, pode compreender as coisas, afetiva ou cognitivamente, segundo os limites de seu sistema cognitivo (MACEDO, 1995, p. 5-10).

 

Nesse sentido, nessas situações, “as operações e ações da criança são sempre reais e sociais, e nelas a criança assimila a realidade humana. O brinquedo é realmente o caminho pelo qual as crianças compreendem o mundo em que vivem e que serão chamadas a mudar”. (LEONTIEV, 1988, p. 30)”. Já DIAS (2003) defende a importância desses jogos, salientando que o jogo de enredo é o instrumento primeiro de pensamento no enfrentamento da realidade. Ele amplia “as possibilidades de ação e compreensão do mundo”. Os jogos de enredo, portanto, fazem com que as crianças experimentam a vida em sociedade e exerçam papéis sociais diversos, de modo que as regras sociais são o alicerce da brincadeira. Quando brincam de médico, as crianças incorporam os papéis desempenhados por esse grupo social e se apropriam dos tipos de relações que se estabelecem entre os médicos e outros seguimentos sociais.

Outro tipo de jogo citado por Leontiev (1988) é o jogo de regras. Nesse caso, a atenção dos participantes recai sobre o atendimento às regras compartilhadas, embora tais regras continuem atreladas à construção de um mundo imaginário. Os jogos são atividades que os participantes possuem uma maneira formal de proceder e estão sujeitos também a regras. Quando direcionados e conduzidos de maneira adequada, favorecem momentos de confraternização, participação e integração, aliviando o cansaço físico e mental. Também proporciona aos participantes um entendimento quanto as expressões de como jogar, na busca pela vitória, na cooperação, na aceitação de uma derrota, enfim, o equilíbrio durante a realização das atividades se dá através dos adversários e do jogo e seus companheiros num todo.

 

  1. Jogos para todos

 

O uso do jogo fora do horário escolar, ou para além desta fase, pode oportunizar momentos de aprendizagem e de lazer propiciando bem estar. Além desses aspectos, é importante destacar que também são cada vez mais comuns jogos que proporcionam o desenvolvimento de habilidades que priorizam o trabalho e a inteiração coletiva. Mas não são apenas os jogos tipicamente classificados como educativos que trazem benefícios. Muitos daqueles tidos como simples entretenimento podem criar habilidades intrínsecas, desenvolverem a criatividade e podem ajudar no combate à timidez e na capacidade de antecipar situações, além de enriquecer os conhecimentos dos participantes.

Além de utilizar jogos com crianças e adolescentes, especialistas aconselham o uso com pessoas idosas para trabalhar melhor os fatores neuropsicológicos e motor. No processo de envelhecimento algumas funções fisiológicas na terceira idade são prejudicadas, então o uso de jogos como: xadrez, palavras-cruzadas, cartas, poderão beneficiar a velhice. Através destes estímulos sabe-se que o principal motivo para esse hábito é com relação à memória, relatado pela pedagoga Letícia Machado em seus estudos.

A psicóloga Acácia Angeli (2010) fala que os jogos acionam os processos cognitivos em geral, pois mobilizam várias das habilidades envolvidas como: atenção (seletiva, concentrada e sustentada), a memória e até mesmo a tomada de decisões. Vale ressaltar também que o raciocínio, é um dos elementos essenciais da cognição, também é acionado para que a resposta ao jogo seja dada de forma bem sucedida. Realmente, o velho ditado: ‘é brincando que se aprende’, está mais correto, e plausível de ser verdadeiro. Nunca se falou tanto em habilidades como nos tempos de hoje ressaltando a grande importância que este possui para a educação.

Sendo a educação um direito de todos e um dever assegurado na lei, o direito ao idoso ter acesso à educação que respeite suas vivências e particularidades bem como a participação na sociedade como um todo. O artigo 2º do Estatuto do Idoso (2003) diz:

“O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízos da proteção integral de que se trata esta lei, assegurando-se lhe, por meio da lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” (REFERENCIAL, 1988)

 

O capítulo V, do artigo 20 prescreve o seguinte com relação ao idoso: “O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”. Utiliza-se da ludicidade, com atividades mais prazerosas e descontraídas promovendo assim, uma maior interação no grupo e buscando de sua participação na sociedade.

Na Terceira Idade as atividades lúdicas promovem a interação entre as pessoas do grupo, a convivência e a auto expressão, onde são fortalecidos laços afetivos, amizades e autoconfiança, fazendo com que a participação social do idoso seja mais ativa. O envelhecimento normal é um processo gradual que traz mudanças físicas, psicossociais e cognitivas, ligadas a memória, percepção, atenção, raciocínio, etc. Em relação a cognição, algum nível de prejuízo é esperado, sendo que os declínios mais preocupantes estão nas medidas que envolvem velocidade ou habilidades não exercitadas.

Hoje a ciência consegue provar que é possível manter a eficácia cognitiva com o avanço da idade. Portanto, é possível que os jogos sejam apresentados como formas educacionais. Assim, o jogo e educação juntamente poderão proporcionar motivos de recreação e socialização, valorizando toda criatividade que se apresente através do mesmo. Os educandos poderão criar a possibilidade da sensibilidade com a apresentação do jogo e buscar a afetividade e compartilhamento com os outros nesta experiência.

Nos idosos os problemas relacionados ao envelhecimento podem ter melhora significativa com a utilização dos jogos. Portanto, sabemos que a falta de concentração, de atenção, de memória e apropriação de novos conteúdos, estados de ansiedade, e a necessidade de interação, a preocupação, enfim, tudo são fatores que contribuem na dificuldade para resolver tais problemas sem a ajuda do outro, mas com sua própria autonomia diante dos jogos. 

Portanto, utilizar-se do lúdico para intervir de modo positivo e (re)construir momentos significativos de aprendizado e troca de experiências, sendo estas condições mais facilitadoras no processo de fortalecimento da memória. O jogo faz com que os participantes compartilhem de uma relação humana muito mais rica, mais solidária, propiciando uma integração social, onde todos saiam gratificados.

Também ao máximo o poder dos indivíduos sobre suas vidas ajudando as pessoas a valorizarem suas potencialidades, desvelam seus sentimentos durante a participação, proporcionando bem estar, eleva a autoestima, permitindo o desenvolvimento da criatividade e constituindo uma estratégia motivacional. É na convivência em grupo que os indivíduos aprendem a estabelecer com o outro uma relação para o crescimento conjunto, pois cada um tem recursos que podem apoiar-se no outro.

Todo processo de aprendizado sendo bem trabalhado, demonstra a consciência de que pessoas da terceira idade poderá obter uma grande diferença em seu dia a dia, pois consiste em projetar no indivíduo a possibilidade de apropriar-se de sua própria existência em direção à independência e à capacidade de auto cuidado e estímulo. Assim, lhes promoverá uma longevidade com qualidade de vida, ajudando também na compreensão de que o auto cuidado é determinante para um envelhecimento mais saudável.

 

Considerações finais

 

Ao trazer um pouco mais de como pode ser administrado as formas com relação aos jogos, percebe-se que o mesmo obteve uma evolução constante no decorrer das décadas. O jogo além de ser um método didático muito importante na aprendizagem, tem suas peculiaridades com relação até mesmo para a diversidade de faixas etárias, propiciando assim uma gama de possibilidades a serem exploradas.

O lúdico faz parte do cotidiano de qualquer criança desde a mais tenra idade, por isso se defende a necessidade efetiva do sujeito na construção do conhecimento, evidenciando que, desde os primeiros dias de vida, as brincadeiras se constituem como situações de aprendizagem.

Com isso, o professor pode ser um mediador da atividade lúdica, dando sequência a essas situações de aprendizagem com a criança. Ele pode atuar na seleção de propostas de atividades, na organização dos grupos, na mediação durante a situação ou mesmo pode ser um problematizador, provocando as crianças a tomarem decisões, a opinarem, a defenderem-se com suas próprias posições.

Não poderia ser diferente na Terceira Idade, o jogo possibilita, nessa fase da vida, uma participação social mais ativa. Portanto, jogos e brincadeiras são excelentes oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente construído, em todas as fases de nossas vidas.

Então, com o avanço das tecnologias e os estudos aprofundados com relação aos jogos e brincadeiras, se tornaram cada vez mais importantes, pois estes para muitos especialistas ainda são motivos de questionamentos. Os resultados destas aplicações, têm tido grandes retornos, todos os métodos aplicados e conceituados pelos autores trouxeram uma grande melhoria na vida social de cada indivíduo envolvido.

 

Referências

ANGELI, Acácia. Perspectivas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa Do Psicólogo, 2010.

 

ARAÚJO, Vânia C. O Jogo no Contexto da Educação Psicomotora. São Paulo: Cortez editora, 1992

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde - 3. ed., 2. reimpr. - Brasília : Ministério da Saúde, 2013.

 

BROUGÉRE, G. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes médicas, 1998.

 

CARNEIRO, M. Â. B. Brinquedos e Brincadeiras: formando ludoeducadoresSão Paulo: Articulação Universidade / Escola LTDA, 2003.

 

CHAUNCEY, Henry. La educación pré-escolar em la Unión SoviéticaBarcelona: editora Fontanella, 1979.

DIAS, M.C.M. Metáfora e pensamento: considerações sobre a importância do jogo na aquisição do conhecimento e implicações para a educação pré-escolar. In KISHIMOTO, T. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2003.

ELKONIN, D. B. Psicologia do jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

 

LEONTIEV, A. Princípios Psicológicos da Brincadeira Pré-Escolar. In:____. Desenvolvimento, Linguagem e Aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

 

MACEDO, L. Os jogos e sua importância na escola. Cadernos de pesquisa1995. P. 5 -11

 

PIAGET, Jean. O julgamento moral da criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

 

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987.

 

REFERENCIAL, Curricular Nacional para a Educação Infantil. Introdução. Vol. 1. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

VÉNGUER, L.; VENGUER, A. El hogar: una escuela del pensamiento. Moscu: editorial Progresso, 1988.