Jesus antes do Cristianismo.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 04/01/2013 | Religião

Jesus antes do Cristianismo.

O livro revela que Jesus foi tão somente humano, sua revelação como Deus uma fraude histórica, porque teria sentindo apenas teológico e não uma realidade histórica.

Apresentação de Jesus como Deus é da responsabilidade da literatura ocidental, o que se realizou depois do cristianismo já constituído no ocidente, como religião oficial do Império.  

O autor do Livro o teólogo africano Albert Nolan, mostra Jesus com uma imagem, não semelhantes a que estamos acostumadas pela tradição do ocidente.

O Jesus antes do cristianismo é completamente diferente do cristianismo. Disse Jesus certa vez aos seus discípulos, o importante no mundo é a sua mudança com objetivo da justiça social.

 Isso significa que Jesus não estava preocupado com o céu, mas sim com a terra, a casa do meu pai tem muitas moradas, significa que a nova ordem econômica enquadra todos os filhos de Deus.

O desejo fundamental de Jesus nunca foi salvar as almas para um determinado lugar metafísico, o que se denomina céu.  O céu seria a realização da felicidade na terra.

 Para efetivar tal objetivo seria necessária uma luta entre aqueles que desejavam o domínio da exploração dos fracos e aqueles que desejam a justiça.  

Certa vez ele disse os ricos não entrará no reino do céu, o que significava uma metáfora, referia a terra como lugar sagrado para realização do bem comum, o que desejava dizer a justiça social não poderá acontecer pelas mãos dos ricos. Jesus era muito inteligente e crítico.

O reino de Deus não acontecerá por acaso, justificava Jesus, quem sonhar que o reino de Deus aconteça se tiver duas capas que venda uma e compre uma espada, está aqui a evidencia da luta de classe do evangelho de Lucas.

  Os filhos ficarão contra os pais, em outra passagem Jesus revelou não vim trazer a paz, mas a guerra. Vou ser sincero é melhor mesmo que Jesus não seja Deus, sendo, só os guerrilheiros iriam para o céu.

Jesus sempre teve um lado violento, radical, detestava a classe dominante e não via nos opressores, nenhuma perspectiva de mudança política.

 Ele mesmo chegou a um nível de radicalidade imponderável. Os ricos não farão parte do reino de Deus, isso porque eles não querem a justiça social.

 Jesus muito agressivo sem paciência, em muitos momentos, batia violentamente em comerciantes, porque eles exploravam o povo pobre.

 Entrava nos templos e surravam os sacerdotes, além de colocar fogo nas Igrejas. Existem outros relatos que revelam que Jesus colocou fogo no palácio de Herodes.

A imagem de Jesus de violento coincide plenamente com ações humana e não divina isso significa que Jesus, só poderia ser entendido como Deus teologicamente.

 Do ponto de vista da história, Jesus não tem nada a ver com Deus. Uma invenção do ocidente.

 A ressurreição nunca foi um fenômeno divino o significado dela, também é teológico, o homem nasceria para um mundo novo, esse mundo seria humano e econômico.

 Mas com plena realização do homem, motivo da presença de Deus na terra. A outra vida transcendental mostrada pelo cristianismo católico, nunca foi da prática evangelizadora de Jesus.

 Com efeito, a vida é um fenômeno humano, num mundo justo, Jesus estará vivo no coração dos apóstolos e do povo. Deus é, com efeito, uma filosofia religiosa cotidiana. 

 De fato o que ele ensinou e sobreviveu à sua morte. Ele negava a ressurreição, o que falava a seu respeito era ressuscitar para mudar de vida, os milagres eram fatos naturais, nunca aconteceu um milagre bíblico.

 O que o ocidente revelou a respeito de Jesus foram mitos construídos com objetivo de ludibriar o povo.  Roma precisava urgentemente de Deus, então inventaram Jesus Cristo.

O autor do livro revela que os milagres foram fatos normais, na prática nunca curou ninguém.

 Na opinião dele a própria ocorrência natural e a regularidade da natureza já era um grande milagre. O que é natural à natureza, nunca modificou em nenhuma circunstância.

Jesus não apresentou como Deus encarnado, ele não estava preocupado com essa ideologia  muito mais interessado em compreender e ajudar os pobres do que provar que era poderoso.

Seus milagres tem sentido simbólico, nada, além disso, o caso da multiplicação dos pães e dos peixes no evangelho de João.

 O autor do livro argumenta nunca aconteceu nenhuma multiplicação sobrenatural de alimentos. Apenas uma metáfora teológica.

As pessoas levaram muitos alimentos, porque desejam ficar muito tempo na presença de Jesus, as pregações daquele tempo demoravam muitas horas, às vezes o dia todo.

 Muitos não levaram alimentos, o milagre foi apenas à tomada de consciência que seria necessário repartir o pão, porque todos eram merecedores da palavra do grande rabino.

 A divisão do pão foi à tomada de consciência que o excesso de tudo que as pessoas têm deve ser compartilhado.

 Dar aos que não tem o que sobra a outros, essa era na essência a verdadeira mensagem de Deus, a divisão e a solidariedade, foi o verdadeiro milagre.

  Ensinava Jesus o ser humano tem que compartilhar os recursos que têm com os mais pobres, ninguém pode passar fome.

 Em outra passagem Jesus disse quem desejar o reino de Deus, teria que lhe seguir, mas antes para que possa o reino acontecer, tinham que colocar todas as coisas em comum.

O homem teria que viver do trabalho coletivo. Era objetivamente contra qualquer modelo de concentração de renda.

 Aquele que assim não proceder não poderá pertencer ao reino, o que significa teologicamente a justiça social, os ricos não querem o mundo de Deus, porque esse mundo não pode ser da exploração do homem pelo homem.

As curas realizadas por Jesus seriam normais, paralisias cegueiras psicossomáticas, causadas por emoções, possessões demoníacas distúrbios psicológicos como epilepsia.

Albert Nolan também nega a existência do Satanás, nunca existiu o diabo, aquela passagem em que o diabo aproximou de Jesus e pediu a ele que transformasse uma pedra em pão.

Teologicamente foi um momento de fraqueza, Jesus era inteligente, poderia por outro caminho chegar ao mais elevado nível de poder humano e ter tudo o que desejasse deixar os pobres onde sempre estiveram. Pedir para o satanás afastar significava afastar dele essas ideias do egoísmo.  

 O mal é apenas ausência de bem e, como as pessoas não tinham respostas para muitas questões na antiguidade, eles personificaram o mal como um ser.

 Ele nega que Jesus tenha afirmado ser Filho de Deus e mostra com propriedade que Jesus aparentemente fugiu do título “Messias” sempre que o atribuíam a ele.

 O autor está interessado em apresentar o homem como ele era antes de se tornar o centro da fé cristã.

Jesus passou por todas as dificuldades inerentes ao ser humano: fraqueza, dor, insegurança, dúvidas, timidez, fracasso, solidão, desespero, mudança de idéias, etc.

O livro aborda Jesus sob uma perspectiva totalmente humana, sem pressupor ou concluir nada que se relacione metafisicamente ao Divino.

 A leitura de Jesus antes do Cristianismo serve para mostrar na realidade quem foi Jesus, na vida real no meio do seu povo, dos conflitos do seu tempo, um homem comum que defendia os humildes e usava de símbolos religiosos para fazer o povo entender os mecanismos da exploração.

Mas visão de Jesus institucionalizado pelo ocidente posteriormente, isso depois da oficialidade do mesmo por Roma, não tem absolutamente nada a ver com o Cristo real, pelo contrário chega ser a difusão do paganismo em relação o verdadeiro Cristo do seu tempo histórico.

Edjar Dias de Vasconcelos.