Já pensaram na primeira vez?

Por Edson Terto da Silva | 15/12/2010 | Crescimento

Edson Silva

Nos dias de hoje, com o acesso à internet e outros meios de comunicação e de informação, parece que nada é novidade para nós. Uma dúvida surge e vamos pesquisar, buscar opiniões divergentes, ouvir prós e contras, consultamos especialistas, tiramos conclusões, buscamos soluções e pronto, como diziam os antigos, embora contrariando os fervorosos em suas crenças, exceto para a morte, tudo tem jeito, tudo se resolve.

Mas como será que era em outros tempos? Quando tudo, a mínima coisa, era desconhecida e nova descoberta? Os primeiros clarões da manhã após a noite escura que não se sabia quanto iria durar? Ou será que foi ao contrário? Tudo estava claro na imensidão desconhecida, com árvores e animais diversos que o homem não sabia ao certo para que serviam, quais eram alimentos? O que era fome? E então começou escurecer e tudo desaparecendo de seu campo visual? Até quando duraria a escuridão? E os primeiros pingos de chuva? Os trovões barulhentos, raios riscando os céus? O que eram aquilo? A voz de Deus? E a chuva? Lágrimas de emoção por tudo que ele acabara de criar?

E ver a primeira mulher? Tão diferente dos demais seres vivos daquele mundo, resumido em jardim. Com tantas semelhanças e principalmente diferenças de nós, o homem, a recém criada para ser companheira. E as flores, cores e frutos? Tudo era novidade, para que serviam? O era alimento e não faria mal? Afinal, estávamos a milhares de anos das facilidades do comércio de medicamentos, caso houvesse indisposição estomacal... Cadê o fogo? Panelas, fogão, pratos e talheres, mesa e cadeiras para fazer refeição? Café da manhã sem leite pasteurizado? Isso não faria mal?

E a humanidade segue desvendando suas ignorâncias e adquirindo outras. Alguns dos animais voavam, nadavam, subiam com facilidade em árvores e o homem começou imitá-los. Se Deus não deu asas, inventou máquinas; se não deu habilidade ou fôlego para nadar, inventou canoas, barcos ou submarinos; se não alcançava copa das altas árvores, infelizmente, inventou armas que atingiam e abatiam seres que as alcançam. Existe então algo de inveja na dita evolução do homem? Se ele não consegue ser igual, não atinge objetivos por meios próprios, abate? Afinal, o primeiro crime documentado nas diversas religiões cristãs foi motivado por inveja e envolveu como matador e vítima irmãos literalmente de sangue.

Edson Silva, 48 anos, jornalista da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sumaré
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