Isenção não é corrupção

Por Charles Freitas Rodrigues | 09/12/2016 | Política

Para começar esse artigo vamos à definição das palavras corrupção e isenção segundo o dicionário “Michaelis”. Corrupção: Ato ou resultado de corromper; corrompimento, corruptela. Isenção: Ação de eximir(-se), de esquivar(-se)  ; Ação de libertar-se de alguma obrigação ou dever. Colocado essas duas situações, vamos ao nosso assunto. Muito se tem falado que a crise econômica pela qual o estado do Rio de Janeiro vem passando se deu por conta das isenções fiscais concedidas pelo governo estadual, sobretudo nos últimos anos. Todos nós sabemos que a crise se deu por conta de vários fatores já mostrados na mídia em vários momentos. Porém, é leviano afirmar que a crise se deu somente por conta da política de isenção fiscal do estado. Claro que essa política pode e deve ser revista, deve ser mais transparente e deve ser explicada para população. Isso é um consenso e não tem muita discussão. Portanto, isenção não pode ser comparada a corrupção.

Graças à isenção fiscal várias empresas se instalaram no estado e com isso mais empregos, renda e consequentemente mais impostos foram gerados. O mercado é duro e não tem “pena” de nenhuma cidade ou de nenhum estado. É simples, se não tem incentivo à empresa não vai se instalar. Ela vai para outro estado ou outra cidade.

No meio desse imbróglio está o povo, mais uma vez penalizado pelas distorções e pela falta de entendimento e planejamento. Essa falta de isenção / incentivo poderá gerar sérios problemas para o estado e municípios. Principalmente para indústria, tanto que a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) realizou no último dia cinco o seminário “O Rio Precisa de Incentivo”, conforme estudos apresentados na ocasião, mais de 235 mil empregos diretos são gerados graças à instalação de empresas por conta dos incentivos e isenções fiscais em todo o estado. A pergunta que fica é: O que fazer com os trabalhadores e trabalhadoras desses postos de trabalho caso eles acabem? Nenhum especialista se pronunciou até o momento sobre isso. E só para “apimentar” a reflexão, lembre – se; o país está em uma profunda crise econômica e moral, que ainda não tem prazo para acabar.

Novos tempos estão por vir, tempos duros e não será fácil fazer essa passagem de nível, não são ações simples como alguns “vendem” por aí. Será necessário austeridade, sensibilidade, honestidade, planejamento e muita paciência por conta dos governantes. Pois a paciência do povo já se esgotou faz tempo. As pessoas querem respostas mais rápidas, mais atenção com o dia a dia e com a resolução dos problemas seja de um simples buraco em uma rua até a política de isenção fiscal / incentivo para instalação de novas empresas. Fica o ensinamento que essa situação nos deixa é preciso comunicar e dialogar com a população. Seja através da sociedade organizada ou através dos meios de mídia disponíveis. Comunicação é vital nesse momento.