Ira

Por Bruno Azevedo | 20/12/2010 | Filosofia

Quando tratamos da ira, muitas vezes temos a tendência ao menosprezo, por uma sociedade que prega um amor de cunho religioso, contraditório, como se diz ao ódio, entretanto, se analisarmos com acuidade, verificaremos que são dois lados da mesma moeda, tendo em vista um prezar pela conservação e outro pela destruição.
Desta forma, a ira se torna menos egoísta, tendo em vista o papel de desapego da destruição, tendo um fim, ou seja, o aniquilamento do que a provoca, contrário ao amor que procura aumentar a possibilidade de se ter o que deseja, facultando o amante a procurar alimentar seu desejo, em contrapartida, o ódio procura tornar extinto o desejo de destruição.
Além disso, não podemos reprimir uma outra característica da chamada "natureza humana", pois é evidente que sentimos, mesmo quando direcionamos tal potencial destrutivo a alvos que, simulem este estado de ira e possam servir como forma de descarregá-lo, o que podemos citar como exemplo, jogos eletrônicos, esportes e outras atividades que possibilitem externar tal sentimento.
A ira costuma ser percebida, como uma reação em relação a algo que ameace o que a sente, uma forma de proteção reativa que procura resistir ao que lhe aflige, não sendo associada nesta exposição ao fator patológico, como muitos o fazem, pois este sentimento é comum, a patologia se aplica em casos diferenciados e mesmo estes devem ser analisados com muito critério, antes de julgarmos em relação a sistemas de moralização.