Investimento Directo Estrangeiro como fonte de Crescimento e de Desenvolvimento...

Por Manuel Paulo Andre | 12/09/2016 | Economia

Investimento Directo Estrangeiro como fonte de Crescimento e de Desenvolvimento Economico de Angola

INTRODUÇÃO

A escolha deste tema tem em vista o estudo do crescimento e desenvolvimento económico de Angola, tendo em conta que, Angola é um país com grande número de empresas estrangeiras no mercado oriundos de vários países, com pendor o Portugal, Brazil, Estados Unidos de America, China. Pretendo com este trabalho científico demonstrar uma das fontes do crescimento da economia Angolana, tendo como base os investimentos directo estrangeiro e o seu impacto face ao crescimento e desenvolvimento económico do país.
A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) define o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) como sendo o investimento que envolve uma relação duradoura entre o investidor directo e a entidade receptora. UNCTAD (1998).
Nota - se que, pelo facto dos IDE envolverem um conjunto de politicas e interesses duradouro entre ambos, é assim considerada por organizações internacionais como sendo factor gerador de renda e de crescimento económico pelo seu impacto e capacidade na solução dos mais variados problemas, quer do ponto de vista politico, económico e social que as sociedades emergentes têm vivenciado.
Jacinto (2005), explica-nos que o IDE envolve quer o montante inicial do processo bem como as demais transacções que surgirem entre ambas entidades. Significa dizer que, todos os recursos alocados durante todo processo entre o investidor e a entidade receptora, formam o IDE.
Contextualização e Problemática O Mercado Angolano tem vindo a atrair um nível crescente de interesses. As reformas políticas, regulamentares e sociais, de progresso e crescimento, colocam o país como uma alternativa viável face a outros destinos de investimento em mercados emergentes e particularmente na África subsariana.
Com base no estudo feito pela consultora Ernst & Young sobre a atractividade empresarial publicado em (2014), Angola tornou-se no quarto maior destino de investimento estrangeiro directo em África, muito à custa do forte crescimento da economia do país e os investimentos ao nível das infra-estruturas, nomeadamente em portos e aeroportos, bem como a criação do fundo soberano de cinco mil milhões de dólares e o lançamento da bolsa de valores, são "sinais da melhoria da atractividade" angolana para investimentos privados.
Apesar da revisão em baixa do crescimento a economia nacional fruto da queda do preço do petróleo no mercado internacional, a economia angolana continuará a crescer.
Por isso, Angola continuará a ser um dos principais destinos do capital de Investimento Directo Estrangeiro em África, como aconteceu entre 2003 e 2011, altura em que Angola conseguiu atrair mais de 58 mil milhões de dólares americanos.
Tendo em conta este cenário submete-se a um estudo sobre o IDE como fonte de crescimento e desenvolvimento económico de Angola. Sendo assim, o trabalho tenta responder a questão: Qual é o impacto do Investimento Directo Estrangeiro face ao Crescimento e Desenvolvimento económico e Social de Angola?

1. OBJECTIVO DO ESTUDO

1.1 Objectivo geral:

O objectivo geral deste trabalho é conhecer a importância do investimento directo estrangeiro no crescimento e desenvolvimento económico social de Angola.
1.2 Objectivo específico:
(1) Avaliar o papel que tem desempenhado o Investimento Directo Estrangeiro no crescimento e desenvolvimento económico de Angola.
(2) Conhecer o destino do IDE em Angola (3) Identificar os sectores prioritários dos IDE.
(4) Entender o conceito e o seu papel no desenvolvimento dos países.

2. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

O presente tema é revestido de extrema importância, pelo facto de os investimentos directo estrangeiro assumir um papel muito importante no crescimento e no desenvolvimento económico do país, na sua capacidade de criar riquezas e fomentar emprego.
O Mercado Angolano é um mundo de oportunidades para milhares de pessoas e investidores, apesar de terem pela frente riscos e desafios muito diversificados e complexos, devido principalmente à burocracia e a corrupção que está enraizada nas principais instituições do Estado.
Apesar de Angola viver uma estabilidade política, a corrupção, a deficiente qualificação da força laboral, em termos de competências técnicas, os prazos nas importações e exportações e ainda os custos com a energia, continuam a ser as principais barreiras ao investimento estrangeiro. Mesmo com estas dificuldades é de realçar que, uma boa parte das empresas pertencentes ao ranking 500 da Fortune tem representação em Angola, e isto é um bom sinal.
É preciso que as empresas e os investidores confiem nas perspectivas de Angola de longo prazo. A estabilidade macroeconómica é fundamental para as perspectivas de crescimento. É, igualmente, essencial para as empresas terem oportunidades viáveis, sobretudo se os investidores vão assumir o risco de participar com as suas poupanças. A confiança nas perspectivas económicas de um país é essencial para que investidores privados mantenham as suas poupanças no país, ao invés de procurar formas de levá-las fora do país. As políticas económicas também influenciam a oferta e a procura. Por exemplo, influenciam a determinação das oportunidades de crescimento entre os diversos sectores empresariais e o tipo de financiamento necessário: Por exemplo, as empresas de construção que trabalham com contratos públicos e que recebem ordens de saque, apresentam necessidades de financiamento muito diferentes das empresas que servem o sector privado.
Por outro lado, Os mercados podem ser impulsionados pelo "espírito animal", mas as "regras do jogo" necessitam de ser estruturadas cuidadosamente para que os mercados funcionem correctamente.
Importa realçar que, este desenvolvimento deve impulsionar o governo para a transformação da realidade social dos Angolanos, criando infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento, reduzir os níveis de corrupção e clarificar e simplificar as regulamentações.

3. DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

O Investimento Directo Estrangeiro em Angola como fonte de crescimento e de desenvolvimento económico.
As limitações encontradas na elaboração desse trabalho prendem-se com a dificuldade de acesso a dados actualizados sobre o investimento directo em Angola, pouca informação por parte de alguns entrevistados, dificuldades na devolução dos questionários por parte das empresas e ainda dificuldades de acesso aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), pelo facto destes não se encontraram disponíveis ou actualizados, mas com o empenho e dedicação conseguimos obter e dar continuidade no trabalho.

4. DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS

 Investimento:
‹‹O investimento ou investimento real significa acréscimos da massa de activos produtivos ou bens de capital. O Investimento desempenha dois papéis na macroeconomia, por um lado é uma componente grande e volátil, por outro o investimento leva acumulação de capital. ››(ELSA 2005, p.459)
? Investimento Directo Estrangeiro (IDE):
‹‹ O investimento directo estrangeiro; se refere a investimentos que demandam longos prazos e reflectem um interesse duradouro por parte do investidor, podendo ser a criação ou aquisição de empresa (ou de parte dela). A importância dos investimentos directos na economia de um país é relativa ao montante de dinheiro envolvido nessa operação bem como aos avanços económicos, sociais e tecnológicos que os estrangeiros levam às diferentes áreas do país receptor. Com o processo da globalização, o investimento estrangeiro começou a viver um período de expansão, limitado em momentos de crise económica. O país que recebe o investimento deve ter em conta as consequências deste. Por um lado, o investimento estrangeiro costuma criar postos de trabalho e rendimentos impositivos para o país receptor (de acolhimento). Mas, por outro lado, os ganhos costumam voltar para o país de origem. Para além disso, há que ter em conta que, muitas das vezes, os projectos impulsados pelo investimento estrangeiro geram danos ambientais que prejudicam a comunidade local.» (SERRA 2010, p.138).
? Crescimento Económico: ‹‹Significa aumento dos indicadores macroeconómico, ou seja é caracterizado pelo aumento da quantidade produzida. Nesse caso, ao invés de haver a criação de novas tecnologias, por exemplo, haverá o aumento da produção, utilizando as mesmas técnicas, afectando o equilíbrio económico» (SCHUMPETER 1982, p.48).
? Desenvolvimento Económico: ‹‹Significa aumento qualitativo dos indicadores macroeconómico, ou seja a alterações advindas da introdução de um novo bem, de um novo método de produção, da abertura de um novo mercado, de uma nova fonte de oferta de matérias primas e/ou do estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria», (SCHUMPETER 1982, p.48).

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