INTERPRETANDO CUSTOS E FORMANDO PREÇO DE VENDA

Por Lucia Elena Rapatoni Costa | 24/09/2021 | Adm

LÚCIA ELENA RAPATONI COSTA

INTERPRETANDO CUSTOS E FORMANDO PREÇO DE VENDA


 

TAQUARITINGA/SP

2021

 

1 INTRODUÇÃO 

Este trabalho apresenta conceitos de vários autores pesquisados relacionados à atividade de contabilidade de custos e como classificar gastos e formar preço de venda nas organizações, seja elas, indústria, comércio e ou serviços.

O tema aborda a importância da correta classificação dos gastos para a tomada de decisão na formação de um preço de vendas competitivo.

Segundo Evandir Megliorini 2007, A preocupação das empresas, hoje, não está focada apenas nos custos de produção. Também são relevantes os custos de pesquisa e de desenvolvimento, os custos de engenharia com projetos e desenhos e os custos relacionados ao Marketing, à Logística e ao atendimento ao cliente.

Para atender às demandas atuais, os autores desenvolveram novas abordagens para o cálculo e a análise de custos e diante desse novo ambiente as que já existiam foram aperfeiçoadas.

 

  1. Objetivos

 

O Objetivo deste trabalho é oferecer os conhecimentos básicos para a aplicação da Contabilidade de Custos nas organizações e para a formação do preço de venda na indústria, no comércio e na prestação de serviços.

  1. Identificação dos gastos;
  2. Classificação dos gastos;
  3. Formação do preço de venda na Indústria, comércio e ou serviços.

Apresentar um conteúdo no nível de entendimento àqueles que não possuem conhecimento da disciplina.

Acredita-se que o conhecimento básico da teoria abordada pelos autoresàs situações e os exemplos citados, são informações úteis, recomenda-se adaptá-los às situações propostas às especificidades de cada organização (primária, secundária ou terciária), ajustando-os às reais necessidades da empresa. 

  1.  Procedimentos Metodológicos 

Para a realização do trabalho foi coletada informações na área contábil e financeira através de livros, apostilas e internet. É um trabalho bibliográfico baseado em fontes secundárias.

Estudou-se como é aplicada a contabilidade de custos dentro das organizações de acordo com as várias abordagens dos diversos autores pesquisados e como ela pode ser utilizada na tomada de decisões para a formação do preço de venda.

 

  1.  Estrutura do trabalho 

Está esquematizado da seguinte forma:

Capítulo 1 apresenta Introdução, Objetivos, procedimentos metodológicos e estrutura do trabalho.

Capítulo 2 apresenta fundamentação teórica abordando os temas: Custo, conceito, classificação dos gastos e formação do preço de venda.

Capítulo 3 apresenta as considerações finais e referências bibliográficas. 

 

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

  1. Custos

 

Custos estão diretamente relacionados com os gastos gerados quando as organizações se movimentam no sentido de gerar receitas, as atividades relacionadas à indústria, comércio e ou serviços incorrem em investimentos, custos, despesas e perdas.

 

  1. Conceito

 

Os autores conceituam custos como a chave principal para a saúde financeira das organizações, através da análise de seus gastos que envolvem estoques, atividades operacionais e comerciais e toda sua estrutura, imprescindíveis na tomada de decisão para determinar o lucro ideal. 

 

Segundo Matz, Curry e Frank (1987.p.41) A Comissão de Conceitos e Padrões de Custo da Associação Americana de Contabilidade definiu custo da seguinte maneira: “Custo é a antecipação, medida em termos monetários, incorrida, ou potencialmente a incorrer, para atingir um objetivo específico.” O termo “custo”, diz a Comissão, é um termo genérico, de propósito amplamente definido, de forma a abranger todos os tipos de custos empregados por contadores e outros.

 

Segundo Megliorini (2007. P.1), Os custos de uma empresa resultam da combinação de diversos fatores, entre os quais: a capacitação tecnológica e produtiva relativa a processos, produtos e gestão; o nível de atualização da estrutura operacional e gerencial; e a qualificação da mão de obra.

De modo geral, reflete nos custos uma série de variáveis, tanto internas como externas. Entre as variáveis internas estão o modo de operar, os comportamentos e as atitudes. Entre as variáveis externas incluem-se o nível de demanda e os preços dos insumos.

Quanto mais estruturada for a empresa, melhores serão os resultados obtidos por meio de um sistema de custos.

 

 

 

Segundo Megliorini (2007. P. 2), uma empresa apura seus custos com vistas:

  1. Ao Atendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de suas atividades e avaliação de estoques;
  2. Ao conhecimento dos custos para a tomada de decisões corretas e o exercício de controles.

 

Para atender às exigências legais, a empresa precisa adequar seus métodos de apuração de custos aos princípios contábeis e estar em conformidade com as normas e as legislações vigentes. Já para a tomada de decisões, podem ser empregados quaisquer métodos de custeio capazes de fornecer informações que atendam às necessidades gerenciais da empresa.

 

Segundo Migliorini (2007.p.2),” Os custos são determinados para que se atinjam os objetivos relacionados à determinação do lucro, ao controle das operações e à tomada de decisão”.

 

            Esses fatores estão diretamente relacionados com os gastos incorridos pela organização. Cabem às empresas analisarem todas as variáveis que envolvem suas atividades e adequar suas estruturas para atender às exigências atuais, garantindo assim a participação no mercado.

 

  1.  Classificação dos gastos

 

A classificação dos gastos e a determinação dos custos são necessárias para elaboração do lucro desejado, a fim de atingir os objetivos de cada organização.

Entretanto se faz necessário distinguir os gastos de uma indústria, comércio e ou serviços.

Segundo os autores,

Em uma empresa Industrial os gastos estão relacionados às atividades administrativas, produtivas e comerciais, como custos para a transformação da matéria-prima em produto acabado, despesas financeiras, administrativas e comerciais.

Em uma empresa Comercial os gastos estão relacionados às atividades administrativas, operacionais e comerciais, como os custos com a aquisição de mercadorias para revenda, despesas financeiras, administrativas e comerciais.

Em uma empresa Prestadora de Serviços os gastos estão relacionados às atividades administrativas, operacionais e comerciais, como os custos para a execução e prestação dos serviços, despesas financeiras, administrativas e comerciais.

 

Os autores classificam os gastos em Custos, Despesas e Investimentos.

 

Entende-se por gastos todos os desembolsos realizados para que a empresa invista em suas atividades produtivas e ou operacionais, custeie sua produção e pague suas despesas para que a organização obtenha receitas.

 

INVESTIMENTOS referem-se aos gastos com ativos necessários às atividades das organizações como:

 

Indústria: Aquisição de matéria-prima enquanto estoque; Máquinas e equipamentos; Veículos; Imóveis etc.

Comércio: Aquisição de mercadoria para revenda; Instalações; Móveis e utensílios; Veículos; Imóveis etc.

Prestadora de Serviços: Móveis e Utensílios; Instalações; Veículos; Imóveis; etc.

 

CUSTOS referem-se aos gastos para a transformação da matéria-prima em produto acabado, são todos os fatores aplicados no processo produtivo, sejam eles matéria-prima e mão-de-obra utilizadas na fabricação de um produto, ou seja, todos os gastos dentro do processo produtivo.

 

DESPESAS referem-se aos gastos para que a empresa seja administrada e seus produtos comercializados, ou seja, todos os gastos fora do processo produtivo.

 

Os autores ainda classificam os custos e despesas em:

 

Custos Diretos, Indiretos, Fixos e Variáveis.

 

Despesas Diretas, Indiretas, Fixas e Variáveis.

 

Segundo Perez (1999), no quadro resumo ele define essa classificação da seguinte forma:

Custos Diretos são os gastos apropriados de forma objetiva por meio de controles, estão diretamente ligados e incorporados aos produtos, simplificando podemos dizer que são aqueles que fazem parte do produto. Exemplos: Matéria-prima, Embalagem, Mão-de-Obra direta (Salários dos operários que transformam essas matérias-primas em produto acabado), Energia Elétrica quando específica à produção de um determinado produto etc.

Custos Indiretos são gastos apropriados de forma subjetiva por critérios (por exemplo, rateio), participam da produção, mas não incorporam o produto, são todos os demais gastos que envolvem o processo produtivo.  Exemplos: Depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na produção, aluguel do prédio onde ocorre o processo produtivo, energia elétrica de todo esse prédio, salários dos supervisores e encarregados do processo produtivo etc.

Custos Fixos são os gastos constantes em relação ao volume produzido, ou seja, permanecem fixos independentes do volume de produção, tendo ou não o que produzir, precisa ser pago. Exemplo: aluguel e depreciação.

Custos Variáveis são os gastos que variam em relação ao volume produzido, ou seja, quanto maior o volume de produção, maiores serão esses gastos. Exemplo: matéria-prima direta.

Despesas Diretas são os gastos apropriados de forma objetiva por meio de controles, ou seja, estão diretamente ligadas ao produto, ou seja, só ocorrerão se houver vendas. Exemplo: Despesas comerciais (Impostos sobre vendas, Comissão de vendedores, fretes etc.).

Despesas Indiretas são os gastos apropriados de forma subjetiva por critérios de rateio, ou seja, despesas administrativas e financeiras, havendo ou não vendas, elas precisam ser pagas. Exemplo: Salários Administrativos, despesas bancárias etc.

Despesas Fixas são os gastos constantes em relação ao volume de receitas, ou seja, permanecem inalteradas independentemente do volume de vendas. Despesas administrativas. Exemplo: Aluguel, depreciação, seguros, salários administrativos etc.

Despesas Variáveis são os gastos que variam em relação ao volume de receitas/vendas, ou seja, só ocorrem se houver receitas/vendas. Despesas Comerciais. Exemplo: Fretes, comissões sobre vendas e serviços, ICMS etc.

 

 

 

Observa-se no quadro a importância desta classificação para que as organizações saibam e consigam diferenciar seus custos e despesas, através deste método é possível mensural qualitativa e quantitativa os gastos relativos a cada departamento, setor e ou produto.

A confrontação entre receitas e despesas mostrará se houve lucro ou prejuízo no período apurado.

Abaixo exemplos de como efetuar as Demonstrações do Resultado do Exercício - DRE.

  1. Para Empresa Comercial

DRE

+ Receita Bruta de Vendas (Total de vendas do período apurado)

(-) Impostos sobre Vendas (ICMS OU SIMPLES NACIONAL para optantes)

(-) Devoluções de Vendas (Ao fornecedor)

= Receita Líquida de Vendas

(-) CMV (custo da mercadoria vendida) (Custos fixos, variáveis, diretos e indiretos)

= Lucro Bruto

(-) Despesas (Fixas, variáveis, diretas e indiretas )

Administrativas

Comerciais

Financeiras

= LAIR (Lucro antes do imposto de renda)

(-) IR (imposto de renda) (No caso de não optantes do SIMPLES NACIONAL)

= Lucro Líquido no período

  1. Para Empresa Industrial

 

Utilizar o mesmo modelo acima, substituindo o CMV por CPV, ou seja, custo da mercadoria vendida por custo do produto vendido.

Na Indústria deverá deduzir também IPI.

 

  1. Para empresa Prestadora de Serviços

 

Utilizar o mesmo modelo acima, substituindo o CMV por CSP, ou seja, custo da mercadoria vendida por custo do serviço prestado.

Para prestação de serviços deduzirem ISS.

Procurou-se através desses demonstrativos exemplificar o processo de apuração de lucro das diversas organizações.

Nota-se que os custos são deduzidos da receita total, enquanto as despesas são deduzidas do lucro bruto.

O lucro líquido é obtido somente após apuração de todos os gastos, onde se observa que não havendo receita não haverá custos, mas haverá despesas.

 

OBS: DEPRECIAÇÃO

 

Segundo Ribeiro, Osni Moura, (2010.p.242) “Depreciação é a diminuição parcelada de valor que sofrem os bens de uso da empresa em decorrência do desgaste pelo uso, da ação da natureza e da obsolescência”.

 

Quando a empresa compra bens para uso próprio, ela efetua um gasto. Esse gasto, por ser considerado investimento, não pode ser contabilizado como despesa. Entretanto, esses bens, sendo utilizados pela empresa, desgastam-se e perdem o valor. Por esse motivo é feita a depreciação. A depreciação também é contabilizada para compor os custos dos produtos fabricados e transportados por uma empresa. Taxa de depreciação corresponde a um percentual fixado e publicado pela Receita federal periodicamente, em função do prazo em que os bens do Ativo Fixo serão uteis para o processo produtivo e ou operacional da empresa. [...]

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