Interdisciplinaridade: A Importância do Ensino da Matemática no Ciclo III do EJA

Por HENRIQUE DOS SANTOS AMORIM | 20/11/2016 | Educação

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar a importância da interdisciplinaridade como uma ponte para o melhor entendimento das disciplinas entre a prática do ensino da Matemática, fazendo a relação entre as áreas. E, com isso, sendo considerado um ponto positivo, pois os conteúdos interagem como forma de complementação. Esse estudo foi realizado por meio de método descritivo e exploratório, onde no exploratório utilizam-se livros, revistas e sites. Já na descritiva aplicam-se questionários estruturados para obtenção dos resultados. Tem como objetivo identificar o conhecimento dos alunos e professores sobre educação, ensino e interdisciplinaridade da matemática coletar de dados, observar mediante programas e avaliação no contexto educacional e verificar o impacto que o mesmo traz. Uma das principais conclusões e de trazer os elementos conceituais e metodológicos para ajudar os alunos a pensarem e serem autônomo de suas próprias conclusões.A intenção é apresentar a interdisciplinaridade como uma possibilidade de superação dos problemas acarretados pela fragmentação do conhecimento. Embora se reconheça que a perspectiva interdisciplinar possui limites. Ainda atenção é desenvolver algumas reflexões a respeito da visão disciplinar que mostra sinais de esgotamento ao limitar a produção de saberes capazes de oferecer respostas às problemáticas da contemporaneidade.

Introdução

O presente trabalho originou-se pela preocupação com a conscientização da interdisciplinaridade no ensino da matemática do ciclo III do EJA. Onde está dirigida para alunos de escolarização básica incompleta ou jamais iniciada, que recorre ao sistema escolar na idade adulta ou na juventude.

 O distanciamento de sua vida escolar não lhe ocorre apenas como um acontecimento isolado de não acesso a um serviço, mas no ponto de vista mais amplo de exclusão social e cultural, portanto a EJA é uma educação que tem seu direcionamento voltado aos excluídos.

No entanto a forma pela qual a Matemática está sendo abordada com memorizações de regras ou de estratégias para resolver problemas não vem contribuindo para uma boa formação, em especial aos alunos da Educação de Jovens e Adultos, pois os conteúdos são poucos significativos para os estudantes. Torna-se cada vez mais difícil despertar nos alunos, os quais vivem numa sociedade amplamente tecnológica e em constante transformação, o interesse por aulas cuja metodologia baseia-se apenas nessa exposição oral e têm como único recurso o quadro e o giz.

 Contudo, em geral, os professores não estão preparados para trabalhar nesta nova realidade.Para lidar com essa nova fase, decorrente de um mundo globalizado, precisamos saber integrar as diversas concepções e realidades. Esta integração deve complementar as diversas disciplinas e a possibilidade de acesso à pesquisa, motivando o educando e o educador a buscarem novos conhecimentos sobre um determinado assunto, problema ou questão.

Organizar uma visão de mundo e aplicar criativamente seus conhecimentos na prática. Para isso, convêm verificar a linguagem matemática do texto, a argumentação lógica, os desafios cognitivos propostos nos exercícios e nas perguntas. Investir numa mudança de mentalidade do método tradicional, conscientizando e é evidente a importância de educar os alunos e professores e comunidade escolar em geral para terem novos pontos de vista e novas posturas diante dos problemas atuais.

Revisão Literatura

A Importância do Ensino

Uma educação de qualidade é o que falta para o mundo em que vivemos, mas a tarefa de educar representa um grande desafio. Segundo Libâneo, (2002, p. 4) “Acredito que a maioria do professorado tem como principal objetivo do seu trabalho conseguir que seus alunos aprendam da melhor forma possível”. Esse é o intuito de todos os educadores, precisamos começar a acreditar mais no que fazemos, mostrando que é possível desenvolver um trabalho competente. De acordo com Mizukami (2001,p.1).

Há várias formas de se conceber o fenômeno educativo. Por sua própria natureza, não é uma realidade acabada que se dá a conhecer de forma única e precisa em suas múltiplas aspectos. É um fenômeno humano, histórico e multidimensional. Nele estão presentes tanto as dimensões humanas quanto a técnicas, a cognitiva. A emocional, a sociopolítica e cultural. Não se trata de mera justaposição das referidas dimensões, mas, sim da aceitação de suas múltiplas implicações e relações.

Nesse sentido, precisamos ligar o ensino à realidade, ao cotidiano presente em todos os âmbitos do contexto social. Como o aprendizado não se dá simplesmente por meio de repasse de conteúdos, pela acumulação de informações, o professor deve ser capaz de intervir no contexto escolar, planejando e executando ações didáticas apropriadas e de qualidade.

Ensino da Educação da Matemática

O processo de ensino e aprendizagem da Matemática deve ser bem trabalhado nas escolas, para que futuramente os alunos não apresentem dificuldades graves, quanto a construção deficiente do pensamento lógico-abstrato. Conforme Skovsmose (2008, p.13) 

O professor não pode permanecer em uma zona de conforto, garantida pela tradição e pelas rotinas educacionais. Não pode esperar por qualquer tipo de conforto quando se entra em cenário para investigação [...] Adentra um cenário para a investigação abre novas possibilidade de reflexão. 

Atualmente o ensino da Matemática se apresenta descontextualizados, inflexíveis e imutáveis, sendo produto de mentes privilegiadas. Voltemos a outra grande reflexão segundo Skovsmose (2008, p.13) “Refletir é preciso uma vez que a racionalidade da matemática não é, por si só, “boa”  nem “má” trata-se de uma racionalidade complexa”. Onde o aluno é, muitas vezes, um mero expectador e não um sujeito partícipe, sendo a maior preocupação dos professores em cumprir o programa.

Os conteúdos e a metodologia não se articulam com os objetivos de um ensino que sirva à inserção social das crianças, jovens e adultos, ao desenvolvimento do seu potencial, de sua expressão e interação com o meio. A matemática é um grande pesadelo e principalmente no mundo tão momentâneo e exposto a mudança como nos dias atuais principalmente quando tratamos de educação da matemática segundo D`Ambrósio (1996, p.8): 

A educação em geral depende de variáveis que se aglomeram em direções muito ampla: a) o aluno que está no processo educativo, como individuo procurando realizar suas aspirações e responder as inquietudes; b) sua inserção na sociedade e as expectativas da sociedade com relação a ele; c) as estratégias dessa sociedade para realizar essas expectativas; d) os agentes e instrumentos para executar essas estratégias; e) o conteúdo que é parte das estratégias. 

As dificuldades encontradas por alunos e professores no processo ensino-aprendizagem da matemática são muitas e conhecidas, por um lado, o aluno não consegue entender a matemática que a escola lhe ensina, muitas vezes é reprovado nesta disciplina, ou então, mesmo que aprovado, sente dificuldades em fazer relações com o dia a dia daquilo que a escola lhe ensinou.

Educação de Jovens e Adultos EJA

Para o ser humano exercer a cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar e resolver situações-problema. Assim sendo aprender Matemática é um direito básico de todas as pessoas e uma necessidade individual e social do ser humano e sendo por isso, fundamental na formação de jovens e adultos. Segundo Cortada (2013, p.7):

Compreender o que EJA se faz necessário, devidos a sua importância no cenário educacional como instrumentos de inclusão da fração da sociedade cujas oportunidade foram subtraídas por efeitos da situação politica, econômica, social ou cultural do pais.

As especificidades do ensino de Matemática para jovens e adultos são conhecidas geralmente pelas mesmas características que estão nas demais áreas de ensino: alunos em condições especiais, aulas com limitações de tempo e de escassez de materiais e professores geralmente sem formação específica para essa atuação. Além dessas, somam-se outras variáveis  que colabora para uma escola fragmentada, afirma Fonseca (2002, p.37):

Nesses casos, o ensino da Matemática poderá contribuir para um novo episódio de evasão da escola, na medida em que não consegue oferecer aos alunos e às alunas da EJA razões ou motivação para nela permanecerem e reproduz fórmulas de discriminação etária, cultural ou social para justificar insucessos dos processos de ensino-aprendizagem.

Por causa disso a preocupação com a formação específica do professor para atuar na EJA é grande, interpretações equivocadas de concepções pedagógicas, ausência de publicações específicas para os profissionais fazendo esses casos notórios.

Interdisciplinaridade

Apesar de conhecermos todos os benefícios que a Interdisciplinaridade traz ao processo ensino-aprendizagem, ainda encontramos resistência em sua utilização como método de ensino. Inicialmente, podemos destacar que a formação inicial dos professores que estão inseridos nas salas de aula traz consigo pouca informação a respeito de trabalho docente que se trata de questionar, responder e avaliar constitui nas categorias básicas e nas atividades seja ela na escola ou em instituições de que o homem participe segundo Fazenda (2008, p. 18).

A científica nos conduziria à construção do que denominaríamos saberes interdisciplinar. A organização de tais saberes teria como alicerce o cerne do conhecimento científico do ato de formar professores, tais que a estruturação hierárquica das disciplinas, sua organização e dinâmica, a interação dos artefatos que as compõem, sua mobilidade conceituai, a comunicação dos saberes nas sequências a serem organizadas. Essa proposição conduziria à busca da cientificidade disciplinar e com ela o surgimento de novas motivações epistemológicas, de novas fronteiras existenciais.

Ao dar início à prática interdisciplinar, é necessário que se tenha consciência de que será preciso comprometimento e planejamento adequado nos diversos pontos das reais dificuldades e também conscientização para que a mudança ocorra gradualmente, sem que haja maiores perdas.

Procedimentos Metodológicos

Os procedimentos metodológicos utilizados foram uma entrevista e um questionário. A partir do referencial teórico de Libâneo (2002), Mizukami (2001), Skovsmose (2008), D`Anbrósio (1996), Cortada (2013), Fonseca (2002) e Fazenda (2008).

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