Informática na Educação

Informática na Educação 

Universidade Cidade de São Paulo[1] 

RESUMO: Neste artigo, busco explicitar as contribuições do profissional das tecnologias informatizadas pode proporcionar a área da Educação. Esse profissional que  serve como um mediador do processo de Ensino e Aprendizagem, juntamente com o professor visa proporcionar um melhor aprender ao educando. O profissional que utiliza das novas tecnologias em sua prática pedagógica, está apto a explorar os recursos informatizados com a finalidade de contribuir para a aquisição do conhecimento do aluno. Através dessa visão, a aprendizagem é mais significativa, pois abrange o contexto tecnológico na qual o sujeito está inserido e com isso as possibilidades de enriquecimento, e de aquisição do saber tornam-se mais evidentes.

PALAVRAS-CHAVE: Profissional. Tecnologia. Educação. Informática.

 

         1.Contextualização da Temática

A área da educação vivencia atualmente períodos de profundas mudanças, não é possível educar de forma isolada do mundo, já que as tecnologias informatizadas fazem parte da vida de milhares de pessoas. Nesse contexto, no espaço escolar não é  diferente, o aluno precisa ter em sua formação a contribuição dos recursos tecnológicos a favor de sua aprendizagem. Através desse artigo, busca-se realizar uma crítica reflexão no que se relaciona a tecnologia e espaço de aprendizagem. O mesmo possibilita uma breve análise dos desafios deparados aos profissionais da educação da atualidade.

2.Reflexões do Ensino com a tecnologia informatizada

 

O planejamento educacional tem que ser inovador, o interessante abre portas para a busca de conhecimentos. Quando o aluno desenvolve a habilidade de buscar conhecimento por si, a autonomia passa a ser exercida, resultando em indivíduos mais autônomos com maiores capacidades de interagir com o mundo e de articular novas estratégias de relacionamento em sociedade.

O educando torna-se capaz de solucionar problemas antigos com novas alternativas. Dentro desse processo se faz relevante os quatro pilares da Educação do documento da Unesco (1996), aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto com as outras pessoas e aprender a ser. Relacionando com Informática Educativa existe suas peculiaridades, onde o aprender a conhecer vence a resistência as mudanças num processo na qual os educadores vivenciam a utilização da Informática Educativa, modificando a visão de que o computador é uma ameaça, e compreendendo a utilização dos recursos informatizados que se transformam em importantes aliados da escola. O aprender a fazer oportuniza ao educando que realize o exercício de sua autonomia e saiba trabalhar com o outro de forma colaborativa. Aprender a viver junto com as outras pessoas é a prática do trabalho colaborativo, objetivos em comum na construção do saber e cooperação na execução do mesmo. O aprender a ser que envolve os três anteriores, e acrescenta no desenvolvimento do indivíduo na sua totalidade.

O trabalho colaborativo, desenvolve a afetividade do indivíduo, uma vez que os alunos possuem um objetivo em comum, e o desenvolvem para o sucesso de todos os envolvidos. Assim, o desenvolvimento do indivíduo acontece com ajuda mútua, e a autonomia relaciona-se com a aprendizagem colaborativa. Dentro desse contexto, o indivíduo autônomo busca o conhecimento, racionaliza sobre o mesmo e sistematiza o saber. Dessa maneira, o contexto colaborativo é a consequência de um grupo de indivíduos autônomos que são capazes de trabalhar e se relacionar em grupo, sendo isso um ensaio da convivência em sociedade, dentro da escola como espaço social.

O sujeito que está em formação precisa de atividades desafiadoras e que trabalhem com a área que precisa ser melhor exercitada, um exemplo é a construção de um Blog para exercitar habilidades linguísticas e que com um enfoque pedagógico contribui para a aprendizagem envolvendo informática, comunicação e consequentemente fazendo educação. Relacionando a outras habilidades como raciocínio-lógico, pode ser utilizado a linguagem de programação Logo para se desenvolver uma proposta pedagógica. Dentro dessa perspectiva o professor irá planejar de acordo com o seu público-alvo, com  o  planejamento o trabalho se torna melhor organizado, mas deve também ser flexível. O educador que deseja realizar sua prática pedagógica dentro da área de Informática na Educação está vivenciando a era da informação, e precisa fazer com que essa informação se transforme em conhecimento. Sendo assim, obter o dado, filtrar a informação e transformar em conhecimento.   E no que se relaciona a avaliação é um processo que possui sua totalidade, é possível considerar desde avaliação do software a avaliação do aluno. Ressaltando que o planejamento deve ser flexível, a mesma irá apontar pontos de sucesso e objetivos que necessitam ser melhorados para obtenção da satisfação no que está relacionado à aprendizagem dos alunos. Essa totalidade possibilita a prática constante da reflexão sobre a ação e da busca de alternativas informatizadas de se levar o educando a um melhor entendimento. Para isso, o profissional formado em Informática na Educação deve conhecer sua realidade e partindo desse ponto, conduzir os alunos a novos conhecimentos e novas maneiras de aprender com os recursos informatizados, conhecendo o seu público, o educador irá definir sua metodologia de trabalho. O que deve ser indagado é até que ponto a Informática Educativa pode contribuir para a aprendizagem do aluno? De que forma a Informática Educativa contribui? E quais são as principais influências no desenvolvimento do educando? Essas perguntas são o ponto de partida para o planejamento do profissional formado em Informática na Educação.

Os professores possuem a visão de que a Informática Educativa contribui para a aprendizagem do aluno, sendo um recurso importante para a aquisição do conhecimento que se dá no espaço escolar e de uma forma mais ampla, compreendem o impacto  das tecnologias. Consideram que a adequação e o direcionamento do trabalho desenvolvido através das ferramentas informatizadas são importantes para um Ensino de qualidade. Os mesmos consideram que esse recurso auxilia na prática pedagógica e consequentemente no processo de aprendizagem do aluno.

Os educadores acreditam que o desenvolvimento tecnológico transforma o espaço escolar, e que essas mudanças tecnológicas modificam a escola na medida que esse conhecimento deve ser trabalhado juntamente com os alunos e a escola necessita estabelecer “proximidades”  da realidade escolar com a realidade social.      

As novas tecnologias criam novas chances de reformular as relações entre alunos e professores e de rever a relação da escola com o meio social, ao diversificar os espaços de construção do conhecimento, ao revolucionar processos e metodologias de aprendizagem, permitindo à escola um novo diálogo com os indivíduos e com o mundo. (Mercado, 1999,  pag.27). 

O conhecer é um aliado nessa batalha, alguns professores tendem a resistir as mudanças tecnológicas por medo do desconhecido e daquilo que não dominam, no caso  o uso do computador. Assim sendo, o profissional da área de Informática Educativa, poderá contribuir como mediador, já que os recursos tecnológicos requerem recursos humanos. Dessa forma, o profissional de Informática Educativa possui um papel bastante significativo.

A importância da reflexão sobre a ação é crucial para o desenvolvimento de um projeto consistente e uma aprendizagem significativa, englobando o feedback necessário para o alcance das finalidades pedagógicas almejadas e não menos importante a avaliação na sua totalidade. As informações obtidas por meios tecnológicos transformam-se em conhecimento, esse por sua vez precisa ser significativo e aprender significativamente implica em aplicar o conhecimento adquirido nas relações sociais. A sociedade exige do indivíduo habilidades desenvolvidas e capacidades de se adequar ao meio, e o espaço escolar deve preparar os educandos para esses novos desafios. Com a super valorização do conhecimento nasce a necessidade de profissionais que possuam a capacidade de transformar informação em conhecimento.

A introdução em massa dos recursos tecnológicos exigem da escola formas de se trabalhar com elas. O desenvolvimento desse trabalho é de grande importância, tornar os conteúdos significativos é uma emergência na escola, a interdisciplinaridade deve estar presente no uso da tecnologia informatizada. O educador necessita utilizar dos recursos da atualidade para alcançar esse processo significativo de aprendizagem visando a totalidade de forma interdisciplinar, já que pensar em Educação está relacionado com a forma de aprender. Dessa forma, é possível obter um projeto melhor sucedido, compreendendo que a interação é um passo muito importante para que ocorra uma verdadeira aprendizagem, e a interdisciplinaridade proporciona essa interação.

Trabalhar de forma interdisciplinar é ter objetivos em comum, a escola tem um grande e comum objetivo que é promover a aprendizagem significativa de seus alunos estar atento a maneira de como se aprende nessa era tecnológica é um processo mais do que preciso, os educadores precisam se infiltrar nessa mudança e acompanhar essa revolução tecnológica. O papel do professor torna-se fundamental, vivemos na era da informação, e essa informação necessita ser melhor aproveitada para que se possa produzir conhecimento com ela. O professor é quem direciona a aprendizagem e o recurso utilizado possui extrema relevância, utilizar um recurso apropriado é a chave de um projeto bem sucedido. O educador tem que estar consciente da realidade educacional que enfrenta, e partindo desse ponto dá-se a escolha da atividade informatizada.

Segundo Mercado (1999), as complexidades específicas devem ter o objetivo de um conhecer mais global, necessita resultar na interdisciplinaridade. O conhecimento  específico faz parte da totalidade e é com essa perspectiva que o profissional formado em Informática Educativa deve trabalhar. Dessa maneira, sair do ponto de partida que é o específico e resultar na totalidade.

A autonomia tão almejada no desenvolvimento do educando e de suas potencialidades precisa ser exercitada, a mesma não nasce de uma hora para outra já que faz parte do processo de desenvolvimento, é com o exercício da autonomia que o indivíduo torna-se capaz de ser um sujeito crítico-reflexivo:

Ser autônomo é ser cidadão, participar ativa e efetivamente do meio social em que vive. Não somente opinar, mas também tornar decisões construir ideias, trabalhar pontos de vista, sentir-se útil na construção da sociedade em que vive. Não somente opinar, mas também tomar decisões, construir ideias, trabalhar pontos de vista, sentir-se útil na construção da sociedade em que vivemos. Reconhecer em sua participação uma necessidade, não uma obrigação, uma atitude se cidadania, capaz de contribui na melhoria da qualidade de vida de todos. (Canan, p.100).

Conforme o que já foi citado, a construção dos processos cognitivos deve contemplar a totalidade. Dentro dessa perspectiva, um projeto interdisciplinar pode melhor contribuir quando as ferramentas computacionais são utilizadas de forma adequada.

Informática na Educação não é o sinônimo de tecnologia dentro da escola, a mesma torna possível o significativo e o prazeroso para alcançar as finalidades pedagógicas. É inegável, o princípio motivacional do uso do computador, esse recurso estimulante requer um profissional que irá definir uma trajetória a ser percorrida. O alcance da autonomia é uma prática diária, a escola deve facilitar esse alcance e a interatividade dos recursos computacionais possibilita a  informação  que sozinhas não produz conhecimento, esse faz parte de uma construção.

Muito se fala em inclusão digital, mas para  incluir é preciso muito mais do que possibilitar o recurso, mas trabalhar com os mesmos para o alcance dos objetivos almejados, essa interação faz com que o sujeito deseje aprender, torna-o capaz de buscar conhecimento e  a inclusão digital proporciona aos educandos, uma nova visão de mundo. Consequentemente, promover aos educandos condições mais igualitárias de desenvolvimento cognitivo e construção dos saberes.

3.Análise Reflexiva

A realização desse artigo possibilitou vincular minha prática pedagógica com o contexto social na qual estamos inseridos, é preciso ressaltar que os novos recursos de aprendizagem são novos estímulos para uma prática de busca do saber mais significativo para o educando.

Todos os profissionais comprometidos com a aprendizagem desempenham papéis fundamentais na formação do educando, e a escola deve estar aberta aos processos de inovação. De uma forma mais direcionada, a escola necessita utilizar da tecnologia informatizada a favor do Ensino e da Aprendizagem. Os envolvidos nesse processo, sendo os educadores ou os educandos tendem a ganhar a maior vantagem pedagógica que é a aprendizagem significativa.

A visão diferenciada do Ensino é uma exigência da atualidade. A concepção do ato de educar requer novas formas de pensar, e acima de tudo de profundas reflexões no que se relaciona a ação da prática pedagógica. A parceria dos profissionais, focados a objetivos únicos, induz a um trabalho de qualidade. Dessa maneira se deu a relevância desse trabalho que buscou evidenciar as principais influências do profissional da tecnologia informatizada com o trabalho do professor das séries iniciais no ensino fundamental.

 O educador que estabelece os objetivos pedagógicos deve definir a forma de abordagem do recurso informatizado, esse por sua vez pode ser utilizado para promover novas formas de pensar e construir saberes, quando utilizados com o intuito de desafiar o educando e contribuir para a construção do conhecimento. Dessa maneira, o recurso informatizado não serve apenas para recriar práticas pedagógicas rotineiras com o uso da informática. As formas variadas de alcançar os objetivos pedagógicos do Ensino Fundamental através da Informática Educativa estão relacionadas aos recursos de aprendizagem que são proporcionados pelo uso do computador e pelas diversas atividades que esse possibilita ao aluno: digitação, pesquisa, programação, dentre outras.

Através dessa visão, vale ressaltar a importância dos recursos informatizados que servem para que o aluno possa ir além na busca do conhecimento, ter um melhor desenvolvimento escolar e sucesso em sua aprendizagem, tornando assim, evidente a importância da utilização desses recursos no contexto educativo. E para que isso aconteça de fato, alguns aspectos foram ressaltados nesse trabalho, já que através dessa reflexão os profissionais da área da Educação podem compreender a importância do uso adequado das ferramentas computacionais. Dessa maneira, poderá ocorrer a parceria na prática pedagógica, resultando numa aprendizagem de qualidade para o educando. Com esse olhar pedagógico os profissionais da área da Educação, possuem objetivos pré-definidos e buscam concretizar os mesmos, através de uma prática pedagógica crítica e reflexiva.

A informática possui fundamental relevância na atualidade e a influência dessa tecnologia está presente em toda a sociedade, a escola como espaço social deve adequar-se a essa realidade, buscando um ensino com aspectos motivacionais para que os alunos possam melhor aprender. Através desse trabalho, tornou-se evidente que a tecnologia somente não é o caminho para uma Educação de qualidade, é preciso mais. Assim, um olhar pedagógico deve acompanhar a utilização da tecnologia.

4.Referências

BORTOLINI, Armando Luiz; SOUZA, Valdemarina. Mediação Tecnológica: construindo e inovando. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

CÔRTES, Helena Sporleder. Mídia e Educação – Reflexos e reflexões sobre a formação de professores. In SCHOLZE, Lia & MORAES, Salete Campos de. Caderno temático: multimeios e informática educativa. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, 2002. p13-18.

COSCARELLI, V. C. Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

MERCADO, L.P. Formação Continuada de Professores e novas tecnologias. Maceió: EDUFAL, 1999.

NOGUEROL, Artur. Aprender na Escola: técnicas de estudo e aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas, SP: NIED, 1999.