INFLUÊNCIA DA GLOBALIZAÇÃO: NO HÁBITO ALIMENTAR E NA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

Por Luciene Vasconcelos | 13/06/2017 | Saúde

1. INTRODUÇÃO

O reflexo da globalização no hábito alimentar da população brasileira és o foco principal deste artigo que procurou abordar vários aspectos que influenciou a mudança do perfil alimentar dos brasileiros.

A alimentação está presente na vida do homem e exerce influências marcantes na sobrevivência, no desempenho da vida e na conservação da espécie humana. (PINHEIRO, 2003). Alimento é um dos requerimentos básicos para a existência de um povo, e a aquisição desta comida desempenha um papel importante na formação de qualquer cultura (LEONARDO, 2006).

Segundo Cascudo ( 2004), o homem começara sua alimentação pelos frutos e raízes sob a imitação animal. Depois passara a carne crua, moluscos in natura e, depois aprendera a assar e a  cozinhar.

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A cultura alimentar no Brasil é algo bem peculiar, sendo que nosso hábito alimentar é formado a partir de três povos distintos: herança alimentar dos índios, dos africanos e dos portugueses (LEONARDO, 2006).  Na cultura alimentar brasileira, a alimentação é mais voltada para o prazer de comer do que para o valor nutritivo do alimento (LEONARDO, 2006).

A quebra de um hábito dar-se-á mediante uma evolução nas informações transmitidas para que as pessoas façam uma tomada de decisão (LEONARDO, 2006 ). Desde a metade do século passado,o mundo sofre uma série de transformações entre as quais, as mais perceptíveis foram os fenômenos de urbanização e da globalização (BLEIL, 1998).

O fenômeno da globalização e industrialização atua como fator determinante na modificação dos hábitos alimentares, gerando transformações no estilo de vida de, praticamente, toda a população mundial (PINHEIRO, 2003). Segundo Mezomo (2002), a alimentação de hoje é profundamente diferente dos nossos antepassados, que viviam em contato com a natureza, alimentando-se de tudo que ela lhes oferecia: animais abatidos (carne), frutas, gramíneas,folhas, raízes etc.

Os aspectos ligados pela urbanização no Brasil, quais sejam, a grande velocidade deste processo, bem como a procura pelas grandes cidades, propiciaram mudanças profundas na alimentação de grande parte da população brasileira ( BLEIL, 1998).

De acordo com Garcia (2003) a globalização atinge a indústria de alimentos, o setor agropecuário, a distribuição de alimentos em redes de mercados de grande superfície e em cadeias de lanchonetes e restaurantes. Tem-se percebido a tendência de os brasileiros adotarem novos hábitos, criados pela indústria alimentar e marcados pelo consumo excessivo de produtos artificiais, em detrimento de produtos regionais com tradição cultural (BLEIL, 1998).

Na sociedade urbana as facilidades de transporte, o trabalho mecanizado e o sedentarismo alteraram a qualidade de vida da população brasileira. Problemas de saúde passaram a ser relacionados com a falta ou excesso de alguns nutrientes ( GARCIA, 2003) .

Leonardo (2006) afirma que não há na cultura brasileira muito espaço para as frutas e hortaliças, visto que o nosso prazer alimentar está centrado na mistura de massas, gorduras, doces e carnes.   

A evolução do consumo alimentar no Brasil pode ser observado nas pesquisas do ENDEF, Pesquisa de Orçamentos Familiares 1987/1998 e Pesquisa de Orçamentos Familiares 1995/1996 (BLEIL, 1998).

Com essa preocupação em relação à saúde da população brasileira em decorrência do novo estilo alimentar, faz-se necessário que as autoridades implante medidas a fim de conscientizar a população para o problema.   

Metodologia

Este trabalho é uma revisão bibliográfica e teve como fontes de pesquisas: internet, livros, artigos científicos, jornais e periódicos. As pesquisas em livros , as buscas foram feitas na biblioteca da UNIJORGE e em outras instituições acadêmicas.

Justificativa

Diante da mudança alimentar e do estilo de vida da população brasileira ocasionados pela  globalização, faz-se necessário, com este trabalho, conscientizar a todos os brasileiros da importância de se adotar uma alimentação mais saudável com a inclusão de fibras, frutas e hortaliças , para promoção de boa saúde e um estilo de vida promissor.

Objetivo Geral                                                        

Este trabalho tem como objetivo verificar a influência da globalização no comportamento alimentar do brasileiro e a conseqüência para a saúde. 

Objetivos Específicos

  • Verificar  a influência da globalização no comportamento alimentar do Brasil
  • Mostrar que a nova identidade alimentar interfere na saúde do brasileiro
  • Verificar que a globalização modificou o estilo de vida do brasileiro 

Resultados Esperados

  • Mostrar que o brasileiro está consumido mais produtos industrializados
  • Mostrar que o brasileiro deixou de comer alimentos tradicionais, como feijão e arroz, para aderir a alimentação da moda.
  • Verificar que a população brasileira aderem facilmente a outros hábitos alimentares de outros países
  • Demonstrar que a praticidade do mundo moderno com a chegada da globalização, interferiu na vida social e familiar dos brasileiros

2. DESENVOLVIMENTO 

2.1. Alimentação na pré- história 

Durante alguns milhões de anos, frutas, folhas ou grãos parecem ter fornecido ao homem pré-histórico o essencial das calorias de que necessitava (FLANDRIN E MONTANRI, 1998).

No período quaternário paleolítico superior , segundo Mezono (2002), o homem vivia em cavernas e dedicava-se à caça enquanto a mulher colhia frutas, nozes, raízes e cereais silvestres, para completar a ração alimentar.

No período paleolítico superior (40.000 – 10.000 a.C. ), desenvolveu-se uma caça especializada de manadas de renas, cavalos, bisões, auroques ou mamutes, dependendo das regiões  e dos recursos locais (FLANDRIN E MONTARI, 1998).

No período mesolítico 5000 a.C., os habitantes deixaram de alimentar-se, principalmente de carnes vermelhas, devido ao desaparecimento ou migração dos animais das tundras (MEZONO, 2002). A mesma autora  diz que, em decorrência do raio e das lavas dos vulcões, o homem já conhecia o fogo; não sabia, contudo, produzi-lo.   

2.2. Formação da cultura alimentar do Brasil

Segundo Leonardo (2006), a cultura alimentar brasileira traz em si um mix de diferentes culturas em sua formação, tais como a africana, a portuguesa, a européia e a indígena.

Nos primórdios da colonização contatos entre portugueses, grupos indígenas e, posteriormente, grupos africanos foram responsáveis pelo surgimento de condutas alimentares regionais e específicas dos ciclos econômicos que caracterizam o desenvolvimento e a ocupação inicial do território nacional (ALESSI, 200       

O principal alimento do nativo brasileiro era, sem dúvida, a mandioca, mas outras raízes eram também consumidas como a macaxeira, o cará e alguns tipos de batata ( OLIVEIRA, 1996). Segundo Leonardo (2006) os índios viviam exclusivamente da caça, pesca e das raízes colhidas. Os indígenas brasileiros conheciam o fogo, que usavam para assar e conservar as carnes e os peixes. Eles não usavam sal e o condimento essencial de suas comidas eram as pimentas. Não conheciam frituras e gostavam muito de bebidas feitas de raízes e frutas (OLIVEIRA, 2006).

A herança alimentar dos africanos são as comidas misturadas na mesma panela. Saiu-se do hábito de assar, para cozinhar os ingredientes (LEONARDO, 2006).  Os africanos comiam menos frutas e hortaliças do que o indígena brasileiro (OLIVEIRA, 1996). Segundo o mesmo autor, as africanas, desde a sua chegada, eram e continuaram as grandes quituteiras do Brasil. Nesta arte misturaram o leite de coco, o azeite-de-dendê, as pimentas nacionais e estrangeiras com os produtos indígenas e portugueses.

As maiores contribuições portuguesas para os hábitos alimentares brasileiros estão na área do paladar: eles valorizavam e estimularam o uso do sal e do açúcar na alimentação (OLIVEIRA, 1996).  Leonardo (2006) diz que a herança alimentar portuguesa trouxe os requintes da mesa e do manuseio de melhores pratos. O prato mais gloriosamente nacional no Brasil, a feijoada completa, é um modelo aculturado do cozido português com feijão e carne seca (OLIVEIRA, 1996).

2.3. Influência de outras etnias na alimentação brasileira

A partir do século XIX, a imigração maciça de outros grupos étnicos ao Brasil começou a influir nos hábitos alimentares de certas áreas e regiões (OLIVEIRA, 1996).

 Assim, na região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná), onde o consumo de carne verde e de churrasco já era habitual, verificou-se uma grande influência de hábitos alimentares europeus, especialmente de alemães e poloneses. Eles introduziram, na alimentação local, maior uso de carne de porco e de embutidos. Da mesma maneira, a imigração italiana para o estado de São Paulo, na segunda metade do século XIX, difundiu o uso de massas, sopas, polenta e de mais queijos na alimentação. (OLIVEIRA, 1996, p. 22 )  

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