Inexoráveis palavras.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 13/05/2013 | Poesias

Inexoráveis palavras.

 

Sinto o que devo dizer.

São palavras indecifráveis.

O silêncio da verdade heurística.

Não assuste com as epistemologias.

Apofânticas.

Quem ainda não percebeu o significado.

Da dor.

O sentido profundo da alegria.

A escuridão de um coração batente.

A dispensa do prazer indisposto.

De tudo que não poderia ser revelado.

Da etimologia elétheia.

Isso é o ente que se retrai e obriga-se no oculto.

 Quem sois vós.

Não quero nenhum fragmento do encanto.

Muito menos da destruição.

A vida deve ser um pouco mais suave.

Na asseidade do vosso propósito.

Quem imagina a trajetória do fim.

O rasto a distância do entendimento.

Hiperbólico. 

A aproximação do afeto que se cuida.

A fantasia indelével do medo.

 Não quero ser.

Um pouco da felicidade cheia de fiúza.

Não foi esse o mundo que alguém prometeu.

A intuição heteronímica.

A vida sempre representou diversos infinitos.

Hermenêuticos.

Mas a promessa de um tempo sem graça.

Sem sorriso.

Com um olhar distante e repressivo.

Tão confuso que pouco adianta representar as falhas.

 O ser ontológico preso à duração da angustia.

A ilustração dialética dos conteúdos difusos.

Tudo o que se oferece pedaços de uma imaginação sem significação.

Mecânica ao referencial da destinação dos sonhos.

Não foi esse o mundo desejado deveria saber com sapiência.

Não adianta tentar inventar outra história.

Quando o teatro propagou as mesmas personagens.

Antigas margens folclóricas.

Desculpe não posso medir as palavras.

Nem mesmo a direção dos sonhos.

Possivelmente Nietzschiano.

A subjetivação da simplicidade.  

Que mundo é esse não sei glorifica-lo.

Sinto muito as palavras estão exaurindo.

Sem nenhum niilismo filosófico.

Mesmo Sartre ficaria assustado.

O que tenho a dizer a fenomenologia.

Interpretativa.

Tudo vai acabar no silêncio e no desejo da imaginação.

 Aquele que levantar da cabeça poderá entender a indistinção do tempo.

Da semiótica do senso comum.

Que mundo é esse sobredeterminado.

Da volição cheia de voluntarismo.

Do conceito da anamnese política althusseriana.

Sabereis a anarquia do vosso arrependimento.

O axioma da base comportamental.

Quem são eles além dessa lúbrica Filosofia.

A indefinição cortejada pela ondulação de um fio.

A retratada magnitude do silêncio.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.