INDISCIPLINAS NAS SERIES INCIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Por Euzinete Alves da Silva | 01/02/2017 | Educação

INTRODUÇÃO

De um modo geral sempre ocorreram dificuldades em sala de aula devido a problemas de indisciplina, algo muito comum, e que todo docente enfrenta em sala de aula.

Uma das grandes causas de dificuldades citadas por muitos professores nas escolas vem ocorrendo devido à falta de disciplina nos alunos, pois uma tarefa que deveria ser dos pais acaba sendo transferida para escola, iniciando assim um conflito entre professor e aluno.

De uma forma tradicional, muito usada no passado, umas das características das aulas, eram crianças extremante comportadas, onde professores passavam conteúdos aos alunos transformando-os em meros receptores, pois os mesmos temiam represálias, uma vez que os castigos eram severos. Mas como obediência e bom comportamento significa aprendizagem, com o passar dos anos começou a se pensar em uma educação transformadora, onde esses alunos recebiam maior autonomia, tornando-se cidadãos críticos.

Hoje tem se tornado mais difícil ensinar, e um dos principais motivos é o comportamento do aluno, pois a realidade de hoje é completamente diferente da vivida no passado. O ambiente em que esse aluno está inserido influencia muito em seu comportamento, tanto dentro como fora da sala de aula.

Muitos professores possuem dificuldades em lidar com o problema, pois estão preparados para enfrentar de forma coerente essa problemática, muitos dos professores de hoje foram alunos em tempos em que ainda existia ditadura, ou mesmo depois de ter acabado, ainda se predominava certos costumes da mesma, onde a forma de lidar com os alunos era outra, mas em tempos diferentes com um avanço tecnológico cada vez maior, com a mídia presente na vida de tantas pessoas e em um país democrático, é certo de a que visão de algumas pessoas tende a mudar.

A formação dos professores hoje se encontra em grande mudança, o que era ensinado no passado, mudou completamente hoje, e essas divergências de ideias acabam entrando em choque com os novos profissionais, pois esses possuem uma visão diferente. Porém essa visão pode ser mudada através de cursos, formação continuada, pesquisa dos alunos inseridos no contexto escolar ou até mesmo uma vigilância do bom senso, pois não são fácil disciplinar alunos indisciplinados. O clima em sala de aula deve ser o mais satisfatório possível, devendo haver tolerância em todas as partes, principalmente entre aluno e professor, possibilitando um melhor convívio, facilitando a aprendizagem.

Lidar com alunos indisciplinados nos dias atuais, onde pais trabalham fora, não tendo tempo para os filhos, onde os mesmos ficam a cuidados de outras pessoas, onde existe grande influência da mídia, exige muito cuidado e atenção redobrada. É nessa perspectiva que os professores devem abordar essas problemáticas para trabalhar com esses conflitos de forma clara e eficiente, visando o bem estar físico e social do aluno.

Esse trabalho tem como objetivo compreender melhor as problemáticas da indisciplina e suas causas, possibilidades de mudança não somente por parte do aluno, mas também do professor, fazendo com que o mesmo busque a compreensão dessas desse tipo de comportamento na escola.

O trabalho foi de extrema importância para futura atuação docente, pois através dos dados construído, foi possível não somente constatar os motivos que leva um aluno ao extremo da indisciplina como também rever conceitos que antes eram aplicados de forma antiquada. Uma escola que possibilita uma melhor aprendizagem aos alunos, que consegue gerenciar conflitos em sala de aula, não são as melhores escolas em termos financeiros, ou a escola perfeita, mas é aquela que se diferencia por tratar de assuntos delicados sendo eles de qualquer natureza, nesse caso os relacionados à indisciplina com real interesse, tratando esse aluno indisciplinado com um ser humano, lidando com essas problemáticas de forma a se preocupar com o bem estar do mesmo.

A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR

Em uma sociedade cada vez mais caótica é muito comum que pais, alunos e até mesmo professores esperem que seja o papel da escola de educar e disciplinar. Pois a escola cabe o papel de mediadora entre sujeito e sociedade, mas por si só não é capaz de educar os alunos.

Os pais não tendo tempo mais para seus filhos, devido os tempos em que vivemos, onde pai e mãe tem que trabalhar, não sendo mais como a década de 1950, onde o modelo ideal de família era o pai trabalhar fora, a mãe ficar em casa educando os filhos.

Hoje em dia com os pais trabalhando fora e muitas vezes tendo que deixar seus filhos aos cuidados da babá, dos professores, onde a maior parte do tempo à criança fica aos cuidados de terceiros, a criança sente grande necessidade de ter por perto seus pais, sendo algo necessário, pois essa necessidade emocional da criança deve antes de tudo ser suprida por seus pais.

Sendo nessa transferência de responsabilidades é que a escola muitas vezes sem saber como agir com os alunos, não consegue fazer o acompanhamento do desempenho escolar deste, chegam a ficar num dilema muito grande entre compreender ou reprimir. Porém não basta apenas que o aluno se comporte por medo de castigo é preciso fazer com que esse ele tenha consciência, que saiba por que deve ter bom comportamento.

É muito comum que os alunos tenham uma visão dos professores como profissionais que apenas impõe regras, baseado no mandar e obedecer. Com isso o aluno sentindo-se pressionado não consegue desempenhar o seu papel em sala de aula, de tirar melhor aproveitamento de tudo que lhe foi ensinado.

Também sendo comum que o aluno obedeça por medo de punição, tanto do educador, quanto dos pais ao serem comunicados, gerando sentimento de revolta e vergonha.

Sendo assim o professor por vezes acaba transferindo apenas para o aluno a responsabilidade de aprender, ou seja, se o aluno não aprende não é culpa do 5  professor, é culpa de sua indisciplina, de seu comportamento e falta de interesse.

 Aquino (1998) diz que: “Ao eleger o aluno-problema como um empecilho ou obstáculo para o trabalho pedagógico, a categoria docente corre abertamente o risco de cometer um sério equívoco ético, que é o seguinte: não se pode atribuir à clientela escolar a responsabilidade pelas dificuldades e contratempos de nosso trabalho, nossos "acidentes de percurso". Seria o mesmo que o médico supor que o grande obstáculo da medicina atual são as novas doenças, ou o advogado admitir que as pessoas que a ele recorrem apresentam-se como um empecilho para o exercício "puro" de sua profissão”. O aluno precisa se identificar com aquele âmbito educacional, sentir-se bem, fazendo assim com que gere nessa criança a vontade de ali estar e não que se crie uma barreira dificultando o convívio

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