Indisciplina, uma problemática cultural e seus reflexos no processo ensino aprendizagem

Por geanne cardoso da silva | 02/11/2011 | Educação

Há tempos a escola deixou a função de somente transmitir e acumular conteúdos, passando a ter a função de interagir o educando com o mundo, não somente com sua realidade cotidiana, mas mostrar lhe o mundo com uma múltipla visão, dando a ele a possibilidade de conhecer, vivenciar e transferir para suas ações reflexos desse aprendizado.

A falta de disciplina é um mal pior que a falta de cultura, pois essa pode ser remediada mais tarde, ao passo que não se pode abolir e estado selvagem e corrigir um defeito de disciplina (Kant, 1996 p.17). É um fator crítico que dificulta o processo ensino aprendizagem e mais além, o desenvolvimento humano. Pois a educação deve cuidar que o homem se torne prudente (kant, 1996 p. 27).

A indisciplina enraizada com uma cultura produzida pelos costume da falta de comprometimento, dos valor morais, respeito, enfim, uma prática permissiva que levou hoje a essa cultura de transferir para a escola a total responsabilidade sobre o aluno. Aluno este que não apresenta os princípios básico inerente á família – respeito. E essa problemática cultural, limita, dificulta, torna o conhecimento algo distante, abstrato, dificultando o desenvolver das mais simples atividades pedagógicas, impossibilitando o processo ensino aprendizagem de matemática, pela indisciplina de não saber ouvir, não obedecer regras, não saber conviver. E com isso, o professor gasta mais tempo e energia na árdua tarefa de ser ouvido, a de poder colocar em pratica o que deveria ser feito com muita naturalidade – ensinar

A indisciplina é um tema muito analisado, e há  definições de diversos autores, que de uma maneira geral, acabam por convergir para a ideia central do conceito, depreendendo-se como sendo uma violação das regras estipuladas. Delgado e Caeiro (2005, p. 16) apresentam a Indisciplina como “um problema da prática quotidiana onde cada caso é um caso específico e, assim sendo, torna-se difícil de definir modelos de atuação generalizáveis que evitem ou regulem eficazmente cada acontecimento”. Também temos a problemática de que a  cultura dos alunos que, em geral, tendem a ser resultante de uma classe dita dominada, na qual desvaloriza a cultura escolar e privilegia a cultura dos meios de comunicação de massa (Mendonça, 2009), leva a indisciplina.

 E a falta de disciplina é um mal pior que a falta de cultura, pois essa pode ser remediada mais tarde, ao passo que não se pode abolir e estado selvagem e corrigir um defeito de disciplina (Kant, 1996 p.17). É um fator crítico que dificulta o processo ensino aprendizagem e mais além, o desenvolvimento humano. Pois a educação deve cuidar que o homem se torne prudente (kant, 1996 p. 27). O desenvolvimento e a educação não podem ser vistos como ideias separadas, mas como uma única ideia que se desdobra em uma cadeia de ações que se complementam. De fato, se o homem deve ser o sujeito de sua educação igualmente deve ser o agente e o beneficiário do desenvolvimento.

Observamos que a resolução destes problemas de comportamento tem em consideração a dinâmica que os envolve, nomeadamente as dinâmicas relacionais e as relações pedagógicas. (Picado (2009). A causa para a indisciplina é apontada segundo duas perspectivas, designadamente por causas externas e internas à escola, segundo (Garcia, 1999, p.104). 

Quanto às causas externas ao estabelecimento de ensino perfilam, por exemplo: a influência exercida atualmente pelos meios de comunicação de massa, que colocam à disposição dos jovens situações pouco construtivas e até prejudiciais ao seu desenvolvimento enquanto Homens; a violência social que intimida certos alunos desencadeando o desenvolvimento de uma personalidade desfasada daquela que desenvolver-se-ia se integrasse um ambiente mais saudável; o ambiente familiar que muitas vezes não valoriza a escola por ser considerado inútil ao que necessitam para ter uma vida dita normal. No que toca às causas internas podem considerar-se: o ambiente escolar e as condições de ensino-aprendizagem que são proporcionadas aos alunos assumem extrema importância, uma vez que inseridos num ambiente desenvolvido por atritos e/ou insegurança, será meio caminho andado para desencadear a indisciplina; o tipo de relacionamentos entre colegas e mesmo entre professores e alunos também constitui-se um problema, pois quanto mais agradável forem os laços estabelecidos entre relacionamentos, menores serão as consequências de desagrados e assim não se suscitarem comportamentos desapropriados; no entanto, tudo depende do modo como se constitui cada alunos, quais as suas motivações e/ou personalidades, pois determinados comportamentos rudes e desajustados das regras, podem ser fruto de uma historia de vida, bem como da não adaptação aos objetivos pretendidos pela escola.

Os alargamentos da escolaridade obrigatória, a mudança para uma escola de massa, os elevados número de alunos por turma, são tudo exemplos de fatores de ordem social e política, que levam à indisciplina por parte dos alunos (Amado, 2001).

A cultura pensada como processo atua no cotidiano das pessoas, modificando-as produtivamente, potencializando os sujei­tos das ações, incidindo sobre a comunida­de (Cultura urbana e educação).

TIBA (1996) afirma que hoje há falência da autoridade, seja em casa, na escola ou na sala de aula. Na maioria das famílias dos alunos tidos como indisciplinados percebem-se o autoritarismo ou a permissividade. E essa cultura vai para dentro das escolas, como afirma FREITAS (2009) afirma que essa realidade averiguada em muitas famílias é resultado de um processo histórico do desenvolvimento da disciplina dentro dos grupos familiares, o qual se pode dividir em três etapas: a de nossos avós, a dos professores e pais, e a dos jovens. A primeira usava de autoridade massacrante na educação dos filhos, cultivando a obediência cega e o autoritarismo. A segunda queria dar aos filhos aquilo que não tiveram, abolindo o uso da autoridade. Segundo FREITAS (2009) "por confundí-la com autoritarismo caíram na permissividade". Essa geração talvez seja a mais comum hoje. Os pais e professores têm dado muita autonomia as crianças ainda não preparadas para discernir as conseqüências de seus atos.

Geanne cardoso -( cardoso.geanne@gmail.com)