INDISCIPLINA NA ESCOLA

Por damaris janaina teixeira braz | 13/12/2016 | Educação

Resumo

O presente artigo abordara à relação professor-aluno na sala de aula, dando ênfase a indisciplina, com base em  pesquisa bibliográfica, o artigo discutira as perspectivas da educação no que tange a disciplina comportamental e como pode ser desconfortável para pais e professores a falta de disciplina nos alunos, utilizando autores como  Yves De La Taille e Julio Groppa e  intensificando as abordagens Sócio-interacionista, humanista,  ainda analisando o uso da Moral e da Ética no ambiente escolar, mais especificamente em sala de aula. Questiona-se uso de violência e do autoritarismo como forma de conter alunos, e questionando como as relações de poder podem interferir na construção da aprendizagem do aluno.

INTRODUÇÃO

O presente artigo busca discutir a questão da relação professor-aluno amparado por uma pesquisa bibliográfica, na qual transferiremos o olhar para o Aluno quanto Sujeito e sua subjetividade, uma vez que ele é o centro nessa relação, e o professor é o mediador, sendo assim, cabe a Ele mediar conflitos. E estando ciente que não há uma “receita pronta” apenas iremos nos amparar nas teorias e teses de profissionais da área da Educação ou Psicologia com seus vastos, conceitos e variadas teses para a construção deste artigo. 

Um dos grandes desafios dos profissionais da área da educação é manter a ordem dentro da sala de aula, pois ainda há a forte crença de que sala de aula organizada é apta para lecionar e ensinar, é o modelo tradicional, carteiras enfileiradas é a sala que na qual o professor fala e o aluno apenas ouve e o silêncio reina em seu interior. Porém será que as conversas, os conflitos os questionamentos estão realmente ligados à indisciplina, e o aluno é o único culpado quando a situação já está fora de controle?  

Segundo Yves de La Taille “toda moral pede disciplina, mas toda disciplina não é moral”. Hoje pedir para que os alunos formem filas, permaneçam quatro horas sentadas na mesma desconfortável cadeira, será que é exigir disciplina para o aluno, e ainda exigir que os mesmos mantenham-se calados sem questionar, ou até mesmo impedir que conversem entre si, é impor moralidade? E isso também não implica em uma forma de violência?

Há casos que vemos conflitos diretos entre o professor e o aluno, conflitos que acabam sem resolução, e ambos os lados (professor-aluno) tem suas justificativas. Quando o professor procura explicar a indisciplina, supõe que em muitos casos o problema apenas está no ambiente familiar do aluno, quanto às questões da boa educação que trazemos de casa, ou deveria ser assim, notamos que o papel se inverteu, hoje o aluno passa mais tempo no ambiente escolar, logo o papel de Educação moral transferiu-se para a escola, mas será que esses alunos ditos “alunos-problemas” não são casos a serem  olhados de um ângulo diferente, mais cuidadoso?

Em seu artigo “Indisciplina e a escola atual” – AQUINO (1998:)  fala sobre os geradores do “fracasso atual na escola”, explica que existe uma máxima no meio pedagógico  é de que o aluno não aprende porque não quer ou apresenta algum tipo de distúrbio, e esses distúrbios psico/pedagógicos levam as famílias a encaminhar a criança para um profissional que ira medicá-la, então se resolveu o “tenebroso” problema da Indisciplina na escola e a relação do professor com o aluno antes problema passa a nem existir mais. Entretanto não seria a “Indisciplina” também sintoma de má adequação das aulas, das metodologias de ensino, além da falta de compreensão do aluno “enquanto sujeito ativo”.

1 – A Questão da Ética e da Moral na indisciplina escolar

Em outras épocas o que se valorizava em uma escola era a capacidade de o professor manter a ordem e o silêncio na sala de aula a disciplina era vista pelos corredores dos colégios e manter a ordem no ambiente escolar constava como primordial, em muitos casos a disciplina era mais importante até do que o aspecto cognitivo. Porém isso mudou e a questão da falta de disciplina atualmente é vista como um dos grandes desafios do cotidiano escolar. Ocorreram mudanças na atualidade sendo que algumas delas chegam a deixar pais e profissionais da educação preocupados, o comportamento do aluno está comprometido com vários fatores, um desses fatores é a falta de limites em alguns casos não presentes na dinâmica familiar e acaba refletindo na sala de aula causando assim a tão preocupante indisciplina na escola.

Porém será que os alunos são indisciplinados ou a nossa cultura mudou a ponto de termos modificações nas questões que vão da moral a ética, será que a escola é responsável por nos dar os primeiros contatos com valores, moral e ética? Em seu Livro “INDISCIPLINA Ética Moral e ação do professor DISCIPLINA” TAILLE. Yves de La, discute exatamente sobre isso, qual é a real função da escola, se é a de transmitir conhecimento ou a de formar cidadãos, ou ainda os dois temas são funções da escola  como fica a relação do professor com o aluno no caso da indisciplina?, fica comprometida a tal ponto de profissionais abandonarem a área da educação partindo para outros ramos achando que não são responsáveis por esses sujeitos (alunos) indisciplinados.

Yves de La Taille (2012) Define Ética e Mora da seguinte forma: Quando se sente vergonha de uma ação errada, ou incomodo com algo, exemplo: vergonha de ser pobre, sente-se vergonha de ser pobre porque se valoriza o dinheiro, porém a moral surge quando sente-se vergonha de sentir vergonha de ser pobre. Ou seja, hoje os filhos têm vergonha da roupa que possui do celular que não é da moda, até mesmo do carro dos pais. Portanto os valores mudaram não são mais comportamento correto perante o outro, as palavras da boa educação como Obrigada, desculpe, por favor, enfim na contemporaneidade os valores são o que se pode possuir.

Aja vista que o objetivo da escola é certamente o de transmitir o conhecimento também o de formar cidadãos, então a formação moral foi transferida aos professores e os conflitos que antes existiam em casa passam agora a dominar o ambiente escolar, pois o sujeito em formação (formação para a vida) sofre uma descarga de conhecimento mais uma de valores éticos e morais, pressupondo que sua base para a recepção de tantas informações pode estar defasada, uma vez que não tem o preparo do meio familiar e deve então buscar auxilio fora do sua zona de conforto, e em outros tempos esses conflitos eram com os pais, os professores eram apenas respeitados e ouvidos, só tinham a condição de formador para a vida acadêmica e empreendedora.

Mas afinal, é possível analisar a saúde moral de uma sociedade? É correto dizer que a culpa de tanta indisciplina e intolerância infanto-juvenil é decorrente de falhas ocasionadas no passado? Analisemos a escola, portanto dos anos de 1950 até 1980, temos então um quadro de um país mergulhando então numa Ditadura Militar, na qual a tolerância nas ruas por parte do governo era ZERO, e as escolas não eram diferentes, além de não ser para todos, vejamos, por exemplo, não é todo mundo que hoje no auge de seus 55 a 75 anos frequentou escola naquela época, e os que frequentaram muitos não passaram do então chamado primário, pois a famosa Admissão era para poucos, os poucos que podiam pagar, chegamos à conclusão que, uma sala de aula com 30, 40 alunos era surreal naquele momento, logo a indisciplina que era castigada, e altamente castigada, com toda forma de autoritarismo, possivelmente era bem controlada.  

Então qual é a parcela de culpa que temos mediante a uma liberdade conquistada e muito mal aproveitada? Podemos dizer ainda que devemos ser castigados por um passado de repreensão, e que a liberdade tem seu preço, esse preço é justo? O que fazer então para frear a falta de controle exacerbado de adolescentes que medem forças com seus responsáveis? Pensamos então em Immanuel Kant filosofo Alemão do século XVIII quando diz “age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua pessoa quanto na pessoa de qualquer outro, sempre como fim, e nunca simplesmente como meio...” Ou seja, a moral deve ser usada em beneficio coletivo não pena individual.

2 – A indisciplina e suas possíveis causas na sala de aula.

Um dos inimigos do educador é a indisciplina dos alunos, é um obstáculo para a educação à conduta desordenada dos alunos, tais termos definem as aulas como bagunça, desordem, tumulto, falta de limites, maus comportamentos desrespeito. Mas mudemos o foco da visão, e vamos olhar para os professores, qual a atitude que um aluno espera de um professor quando ele queixa-se de seu agressor (verbal ou físico) para o adulto responsável?  Que ele tome uma providencia correto!? Porém se esse adulto responsável o olha com desdém e o ignora qual a reação espera-se que o reclamante terá? É essa a perspectiva que falta a um profissional da educação? Mas lembremos de que educadores não são pais de seus alunos, contudo aquém  reportar-se então se na atualidade crianças de 0 a 16 anos ficam aproximadamente de 8h a 10h dentro do ambiente escolar, tem um breve contato com seus pais pela manhã e à noite.

[...]

Artigo completo: