Indentidade Brasileira e mundo globalizado.

Por Luciana Saraiva Pinheiro | 07/04/2011 | Filosofia

Identidade Brasileira e mundo globalizado.

A identidade Brasileira é marcada pelo inicio da história brasileira, com o apossamento realizado por Cabral, demarcando assim a construção da identidade de um país que se chamaria Brasil, que segundo Roberto Damatta com "B" maiúsculo, designando um povo, uma nação, um conjunto de valores para a vida de cada um, destacando que nesse enorme pedaço de terra tropical já se encontravam nativos. Daí então a identidade do povo passa há se desenvolver no processo em que os povos sofrem desterritorialização, tanto os que já faziam parte do território: Índios; como os que passam a fazer: Europeus, árabes, escravos vindos da África, orientais e tantos outros; Constatando assim a existência de reterritorializaçao dessas pessoas no Estado Brasileiro, com o encontro das diversas culturas pré-existentes. Sérgio Buarque de Holanda escreveu, que a tentativa de implantação da cultura Européia e dos outros continentes enfatiza a origem da sociedade brasileira, formando nos brasileiros as instituições, o convívio e as idéias . Na transição do feudalismo para o capitalismo, o Brasil tem seu importante momento na construção de sua identidade, na sua colonização inicial, construindo o que é hoje suas regiões, as quais apresentam marcas gerais , como por exemplo o norte é mais indígena; o sul mais europeu; o sudeste uma mistura de orientais, italianos, árabes; o nordeste uma mescla de índios, africanos e europeus destacando os da Península Ibérica. Até mesmo falando de fatos históricos mais recentes pode-se citar a grande transferência de mão-de-obra que houve do nordeste e norte do país para o , no governo de Juscelino Kubitscheck para a construção de Brasília. Tal miscigenação faz do Brasil, um país continental além do tamanho, onde as pessoas se misturam e produzem cultura, podendo afirmar que a identidade do povo Brasileiro é complexa, marcada por várias raças e etnias, essencial para que possuam sentimento de pertencer a essa nação, para assim segundo Dalmo de Abreu Dallari haver uma melhor organização e funcionamento do Estado, e tudo isso contribui para a visão que os outros países têm do Brasil. Tendo em vista a dificuldade que a nossa sociedade tem de construir uma identidade dentro dos parâmetros de desigualdade, na qual o país se encontra, produzindo os chamados pré-conceitos por outros povos. Mas a identidade Brasileira é forte, não se enfraquece com o que vem de fora, ao contrário se reinventa. Hoje em dia com a globalização, sofremos um impacto significativo na construção da identidade. São influências que assim como as do período colonial, vem de outros países, mas com uma diferença básica, elas não chegam apenas com as pessoas, chegam também pelos meios de comunicação de massa. Vivemos hoje em uma verdadeira aldeia global, onde as distâncias que outrora impediam a comunicação, a troca de experiências, já não são empecilhos para que a interação (quem sabe um dia poderemos dizer integração) dos povos aconteça. Podemos considerar que, pela nossa forma de colonização, a grande extensão territorial, a diversidade de etnias que por um motivo ou outro vieram a se instalar nessas terras, fizeram com que o Brasil construísse sua identidade numa espécie de globalização primitiva e hoje, com o advento das facilidades do mundo moderno, nosso país se afirma como Nação eminentemente multiétnica, sendo baluarte e referência para o mundo quanto à aceitação e tolerância das diversidades étnicas, claro que com algumas divergências, já que existe por ventura uma exarcebação de cultura, com a dominação cultural, onde fazemos algo porque o outro faz e às vezes não conseguindo distinguir se é bom ou ruim para a sociedade. Num mundo globalizado como o nosso, onde as pessoas vivem em função do capital, com a cultura não é diferente, ela está totalmente ligada à contribuição que a globalização tem no mundo, tornando-se uma cultura mundializada, fazendo do Brasil um país com um povo de identidade ainda mais forte, que ultrapassa o futebol, o carnaval, religião, comida... e a base de tudo isso é necessariamente o povo. Somos peculiares porque somos ao mesmo tempo racionais e emotivos, serenos e eufóricos, populares e eruditos, enfim, reunimos em nosso jeito de ser vários aspectos porque assim fomos fecundados (em nossa colonização), gerados (até a independência) e nos desenvolvemos (desde a independência até os dias atuais, inclusive com as novas mídias que permitem a globalização cultural entre os países). Nossa diversidade nos permite provar das diversas culturas com a naturalidade que nos é própria. Na culinária, somos capazes de ir das comidas orientais, passando pelas asiáticas e chegando às africanas; Na música, somos reconhecidamente ecléticos, indo do samba ao blues. E isso vale para outras formas de manifestações culturais, tais como a moda, artes, esportes. Então como se ouvia falar o historiador Sérgio Buarque de Holanda: - E viva o povo Brasileiro!





Bibliografia:

HOLANDA, Sérgio Buarque de; Raízes do Brasil, pág- 11, 26º ed. São Paulo, 1995.
DAMATTA, Roberto; O que faz o Brasil, Brasil?, pág- 31, 1º ed. Rio de Janeiro, 1984.
DALLARI, Dalmo de Abreu; Elementos de teoria geral do Estado, pág- 133, 26ºed. São Paulo, 2007.
KOSHIBA, Luiz e PEREIRA, Denise Manzi Frayze; História do Brasil, 5º ed. São Paulo, 1987.