INCLUSÃO ESCOLAR
Por Natalice Beltrão Bacelar | 21/04/2013 | EducaçãoINCLUSÃO ESCOLAR
Natalice Beltrão Bacelar
Durante muito tempo as pessoas com necessidades especiais sofriam preconceitos devido suas limitações físicas, onde foram deixadas as margens da sociedade, impossibilitadas de terem acesso há vários espaços públicos, ou seja, eram excluídas do convívio social, e assim, dentre tantos lugares que foram restringidos de adentrar, a escola pública durante muito tempo não deixou de ser um desses espaços onde a pessoa com Paralisia Cerebral não tinha acesso ou qualquer outra pessoa com necessidades especiais também sofreram com isso, logo, quando estes tiveram oportunidades de adentrar a escola regular, foram suprimidos alguns espaços dentro da própria escola, onde estes teriam apenas a Sala Especial, sendo que de qualquer forma continuaram excluídos do convívio com outras pessoas e hoje com as novas leis que foram surgindo, esse cenário começa a mudar, porém as escolas ainda estão muito atreladas ao modelo de educação homogênea ou de integração, ou seja, esse tipo de educação faz com que não sejam trabalhadas as reais potencialidades da pessoa que tem paralisia cerebral, não permitindo o acesso a uma educação de qualidade por meio de um currículo flexível que respeite as características de cada aluno e onde seja visto que cada criança aprende de forma diferente e requer metodologias diferenciadas que priorize que todos participem ativamente do processo escolar.
Assim, muito se discute a respeito de inclusão a pessoa com necessidades educacionais especiais, debates que vem se expandindo ao longo dos tempos, tendo em vista as necessidades que a sociedade vem sentindo de que a inclusão é o caminho para uma sociedade mais fraterna, o que possibilita e oportuniza o acesso e condições a pessoa com necessidades especiais a uma vida mais ativa na sociedade.
Para Locatelli e Vagula (2009, p.26) para que não ocorra que a pessoa com necessidades especiais não sejam excluídas do ambiente escolar este deve estar de acordo com o modelo de educação inclusiva, pois “na inclusão buscam-se adaptações do ambiente físico e adequação dos procedimentos educativos com o propósito de atender a diversidade do aluno”, ou seja, a inclusão visa um novo olhar, voltada para uma sociedade solidaria e a escola é um veículo fundamental para promover cidadania, sendo responsável por formar pessoas mais críticas e conhecedoras de seus direitos, a escola deve adaptar seu Projeto Político Pedagógico e sua estrutura física, o que possibilitará ao aluno um ambiente de maior desenvolvimento e autonomia. Na integração, o aluno deveria se adaptar a escola, onde o objetivo da escola era tornar esse aluno o mais próximo da normalidade, ou seja, o aluno não tinha suas características próprias respeitadas, sendo que poderia ficar atrelado apenas ao atendimento educacional especializado ou adentrar em sala regular sendo apenas por uma exigência legal (PRIETO, 2006). Assim, a integração se opõe a inclusão em termos de benefícios que pode trazer ao aluno e toda a sociedade, pois, suas especificidades devem ser respeitadas e a escola que deve encontrar maneiras adequadas para trabalhar as habilidades do educando sem que isso seja reflexo de suas necessidades, logo Locatelli e Vagula Apud Aranha (2000) ressaltam que “a ideia de inclusão se fundamenta em uma filosofia que possa reconhecer e aceitar a diversidade na vida em sociedade [...] acesso a todas as oportunidades, independente das peculiaridades de cada indivíduo ou grupo social” a ideia de inclusão escolar é que ninguém seja deixado de fora, independentemente de qualquer coisa, seja ela por uma deficiência ou por religião ou classe social.
De acordo com Sassaki (1999, p. 42) a inclusão:
[...] repousa-se em princípios até então considerados incomuns, tais como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação [...] a diversidade humana e as diferenças individuais, todas as pessoas devem ser aceitas e valorizadas pelo que cada uma possui para construir o bem comum, aprender e ensinar, estudar e trabalhar, cumprir deveres, usufruírem direitos e ser feliz.
Portanto, é necessário que a diversidade, a individualidade de cada pessoa seja respeitada, a solidariedade, o trabalho em equipe torna as situações mais prazerosas e menos desafiadoras. E a convivência em sociedade será bem melhor. A partir de discussões sobre inclusão das pessoas com necessidades especiais em escola regular, a legislação ampara não apenas a matrícula mais também proporciona um ambiente adequado e um currículo flexível, dessa forma Mantoan (2006, p.15), coloca que é desafiador para as escolas o processo de inclusão, pois cabem as escolas:
(...) encontrar soluções que respondam à questão do acesso e permanência dos alunos nas suas instituições educacionais. Algumas escolas públicas e particulares, já adotaram ações nesse sentido, ao proporem mudanças na sua organização pedagógica, de modo a reconhecer e valorizar as diferenças, sem discriminar os alunos nem segregá-los.
Segundo Prieto (2006, p.36) os alunos com necessidades educacionais especiais “podem ter acesso à escola, ou nela permanecer, apenas para atender a uma exigência legal, sem que isso signifique reconhecimento de sua igualdade de direitos”. Assim tornam-se primordial a relação entre professor, aluno, família e comunidade escolar para que todos tenham corresponsabilidade na busca de uma escola que atenda as especificidades de seus educandos.
REFERENCIAS:
LOCATELLI, Adriana Cristina Dias. VAGULA, Edilaine. Fundamentos da Educação Especial. São Paulo, Pearson Education do Brasil, 2009.
MANTOAN, Maria Tereza Eglér, PRIETO, Rosângela Gavioli, (org) ARANTES, Valéria Amorim. Inclusão Escolar. Pontos e contrapontos. São Paulo. Summus. 2006.
SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Uma Sociedade Para Todos. 3ª edição. Rio de Janeiro: WVA, 1999