Incentivo Ao Uso Racional De Drogas

Por Ricardo Dionisio | 19/06/2007 | Sociedade

Recentemente alguns Blogs, especialmente o do Reinaldo Azevedo, tocaram em um ponto pouco discutido, quase um tabu: Os programas de incentivo ao consumo moderado de determinadas drogas, muitos sustentados com dinheiro público, que com a justificativa de diminuir os excessos pelos drogados ensinam uma "forma racional" de se drogar.

A polêmica é grande. Existem duas grandes críticas aos programas de uso controlado:

i) Distribuição de seringas e cartilhas e folhetos descrevendo como utilizar as seringas e outros apetrechos, que  a grande maioria dos usuários de drogas já conhece e que, portanto, acabam ensinando a quem ainda não sabe, muito mais do que coibindo o uso aos drogados experientes.

ii) A não inclusão de mensagens que indiquem que o uso dessas substâncias é prejudicial à saúde. Quando surge alguma mensagem assim é quase escondida, não tendo qualquer destaque.

Durante algumas ocasiões em minha vida, não por opção, tive contato com viciados de várias formas de drogas.

Embora não tenha sentido curiosidade de experimentar, uma coisa ficou clara para mim, realmente existe um fator que iguala todos os drogados de todas as drogas, lícitas ou ilícitas: ninguém é inocente.

Praticamente todos (exceto as crianças) sabem muito bem que aquilo faz mal.

Eu, por exemplo, fumo. Aliás posso parar quando quiser, mas não quero.

Mas tanto eu, quanto quem não consegue parar, sabemos muito bem que aquela fumaça é prejudicial.

Um usuário de drogas mais fortes,  para dar barato, para ficar malhado (hormônios) ou para outros fins (as anfetaminas dos motoristas, o famoso prego) sabem que o baque é muito mais forte, mas não podem, ou não querem parar.

Aí está a grande diferença.

Pode-se supor fumantes e bebedores sociais, que não são viciados, não causam danos a terceiros e não ficam chapados (no caso do tabaco é impossível ficar alterado).

Qual o motivo de alguém prejudicar a própria saúde com as drogas ilegais a não ser que seja viciado e não consegue parar.

Porque sofre incentivos sociais.

Conheço uma pessoa que apenas bebe nas festas de fim de ano.

Se não fossem os incentivos sociais ela não beberia.

Vi alguns parentes beberem vinho e cerveja por anos que nunca ficaram alterados ou mesmo sonolentos. Foram educados assim e não vi qualquer conseqüência maléfica.

Será que seria aceito um conselho para o uso moderado de hormônios para os fisiculturistas? Por que não? Seu uso não é considerado como rebeldia social.

Um uso moderado de cola de sapateiro?

Um uso moderado para quem é viciado em xarope contra a tosse?

Ópio?

Crack?

Não?

Qual o motivo de se cultuar o ecstasy, o álcool, a maconha e o LSD?

Será que é porque foi criado uma cultura para o jovem revoltado?

Por quê não mostram que essas drogas não são apenas "balas" numa festa, existe um outro lado.

O tráfico sustenta o crime e criminosos.

Não sei se a divulgação dessa cultura de se drogar é intencional ou não. Mas atualmente muitos estão entrando nesta onda.

O simples fato de ser proibido já vai atrair a juventude - fraca e precisando se auto-afirmar - não precisamos de bandas, músicos, políticos e "educadores" que se fingem de "jovens revoltados".

Embora o álcool tenha, gradativamente, deixado de ser incentivado, a maconha e o ecstasy parecem estar na moda.

Não sou eu que vai dizer a alguém como deve conduzir sua vida. Se quer se drogar, estragar seu corpo e espírito, que se drogue.

Mas que não seja incentivado esse comportamento.

É o que deve ser solicitado às autoridades.

Links para o uso racional:

http://www.aids.gov.br/final/prevencao/drogas.htm

http://www.reduc.org.br/pages.php?recid=18

http://www.psicofarmacousp.psc.br/index.htm

Para o Blog do Reinaldo Azevedo:

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/