Inadimplência em maio segundo a Serasa
Por Alexsandro Rebello Bonatto | 25/06/2009 | AdmA inadimplência das empresas brasileiras cresceu 27% no acumulado de janeiro a maio de 2009, na comparação com o mesmo período de 2008, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Jurídica, divulgado nesta quarta-feira. O levantamento aponta que, apesar de elevada, a inadimplência das pessoas jurídicas vem perdendo fôlego. Nos três primeiros meses de 2009, a inadimplência das empresas cresceu 33,1%, no acumulado até abril, 28,3%, e considerando maio, registrou nova queda, quando comparada aos mesmos períodos de 2008.
A inadimplência dos consumidores cresceu 10,3% no acumulado de janeiro a maio de 2009, na comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Física. No entanto, apesar da elevação, a inadimplência dos consumidores apresenta perda de fôlego, tendo em vista que de janeiro a abril deste ano, a alta verificada foi de 10,8%, na relação com os quatro primeiros meses de 2008.
A desaceleração também é observada na relação de maio de 2009 sobre maio de 2008, quando a inadimplência dos consumidores cresceu 8,4%. Em abril de 2009, o avanço foi de 8,9% frente a abril do ano anterior.
Análise da Serasa
Em nota, os técnicos da Serasa Experian apontaram que, mesmo com a perda de ritmo, "o aumento na inadimplência de pessoa jurídica, de 27%, verificado no acumulado de janeiro a maio de 2009, é alto e mostra que as empresas ainda enfrentam muitas dificuldades: a recessão nos países desenvolvidos, que prejudica as exportações; a queda nos preços das commodities, com efeitos no agronegócio, e a ruptura dos fluxos financeiros, impactando no financiamento da atividade e dos investimentos empresariais.
Segundo os técnicos da Serasa Experian, as perdas de ritmo devem-se à recuperação econômica verificada neste 2º trimestre, com o aumento do consumo, da liquidez, do crédito e da melhor expectativa do consumidor em relação à economia e à sua própria situação. Para o 2º semestre, a perspectiva dos analistas é de uma inadimplência estabilizada ou em queda, vinculada ao desempenho da atividade econômica e, principalmente, do emprego.
Os profissionais apontam a recessão nos países desenvolvidos, que prejudica as exportações; a queda nos preços das commodities, com efeitos no agronegócio, e a ruptura dos fluxos financeiros, impactando no financiamento da atividade e dos investimentos empresariais, como principais causadores da inadimplência.
Os analistas concluem, contudo, que a melhora da atividade econômica em maio, com a redução dos juros, a volta gradual do crédito e a ampliação do consumo, deve contribuir para a reversão do quadro atual da inadimplência das empresas no segundo semestre.
Na variação de maio de 2009 ante abril último, por sua vez, a inadimplência dos consumidores avançou 1,8%. De acordo com os técnicos, o aumento é decorrente das compras do Dia das Mães e dos gastos nos feriados prolongados de abril. Os especialistas ressaltam, ainda, que apesar do quinto mês do ano ter registrado o mesmo número de dias úteis (20) de abril, este último contou com dois feriados prolongados, sendo um com ponte em dia útil o que, na prática, reduz o total do mês para 19.
Ranking do calote
De janeiro a maio de 2009, o ranking de representatividade da inadimplência das pessoas físicas foi liderado pelas dívidas com os bancos, com 43,7% de participação no indicador. No mesmo período do ano anterior, tal percentual foi de 43,2%
Na segunda colocação do ranking, com expressivo aumento, estão as dívidas com cartões de crédito e financeiras. De janeiro a maio de 2009, tais pendências representaram 36,9% da inadimplência dos consumidores, ao passo que nos cinco primeiros meses de 2008, esta representatividade foi de 31,7%.
Em seguida estão os cheques devolvidos, que de janeiro a maio deste ano tiveram uma participação de 17,5% no indicador, abaixo dos 22,8% registrados em igual período de 2008.
Fecham o ranking os títulos protestados, com 1,9% de representatividade nos cinco primeiros meses de 2009. De janeiro a maio de 2008, essa representação foi de 2,3%.
Valor médio das dívidas
De janeiro a maio de 2009, o valor médio das dívidas com cartões de crédito e financeiras foi de R$ 373,12, o que representou uma diminuição de 12,3%, ante o mesmo acumulado de 2008.
Quanto às dívidas com os bancos, nos cinco primeiros meses deste ano o valor médio registrado foi de R$ 1.344,04, com queda de 2,8%, na comparação com os cinco primeiros meses de 2008.
Os títulos protestados, por sua vez, somaram de janeiro a maio deste ano um valor médio de R$ 1.066,79, resultando em 15% de elevação, quando comparado com igual período de 2008.
Por fim, os cheques devolvidos registraram, nos cinco primeiros meses de 2009, um valor médio de R$ 855,83, o que resultou em 33,3% de crescimento, na relação com o mesmo acumulado do ano anterior.
Metodologia
O Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Física, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras e cartões de crédito e financeiras.
A Serasa Experian facilita mais de 4 milhões de negócios por dia, para cerca de 400 mil clientes diretos ou indiretos. Em 2007, a Serasa - criada em 1968 -, uniu-se à Experian Company, líder mundial no mercado de informações, trazendo para o Brasil a experiência de mercados mais maduros. Hoje a nova marca Serasa Experian ampliou a oferta ao mercado brasileiro com modernas e inovadoras ferramentas para apoiar seus clientes em todas as etapas, desde a prospecção até a cobrança.
Bibliografia
Jornal do Brasil de 25 de junho de 2009
Jornal O Estado de S. Paulo de 25 de junho de 2009
Jornal O Globo de 25 de junho de 2009
Site ultimosegundo.ig.com.br em 24 de junho de 2009
Site www.acrefi.com.br em 24 de junho de 2009
Site G1 em 24 de junho de 2009