IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por Viviane Lamônica Borges da Silva | 22/12/2016 | Educação

RESUMO

O lúdico na aprendizagem é de fundamental importância para o bom desempenho da criança, entende-se que se utilizar a metodologia lúdica, do tipo jogos, histórias, dramatização e manifestações artísticas atraia e motive a criança a participar. Esta participação espontânea faz com que a criança se torne uma pesquisadora, momento em que os professores encontram a oportunidade de colocarem ao seu alcance o objeto de ensino.

INTRODUÇÃO

A ludicidade é uma das atividades mais significativa da infância, ela permite a diversão, a aprendizagem e o desenvolvimento de capacidades. A atividade lúdica permite a exploração livre do mundo físico e social que rodeia a vida cotidiana dos pequenos e aos poucos eles vão construindo os seus conhecimentos sobre diferentes parcelas da realidade.
É no brincar que as crianças aprendem melhor, a se socializarem com mais facilidade, o espírito de grupo, a tomar decisões, a se divertirem, a desenvolverem suas capacidades, percebem melhor o mundo dos adultos e aos poucos vão construindo sua identidade e sua autonomia, e o brinquedo sendo um suporte do jogo vai auxiliar em despertar a curiosidade, exercitar a inteligência, permitir a invenção, a imaginação e a descoberta da criança.

SOBRE SER PROFESSOR

Ser professor é dar oportunidade para que a criança demonstre seus sentimentos através das atividades lúdicas, cabendo neste momento uma maior atenção para perceber como a criança esta agindo. Sabemos que é através dessas atividades que as crianças vão desenvolver sua criatividade, raciocinar, descobrir novas formas de brincar, persistir e aprender a ganhar e perder. É esta prática pedagógica que permite ao professor avaliar os outros saberes, filtrando e incorporando-os à sua prática, ajudando a estabelecer um plano para que consiga alcançar os objetivos principais que são o desenvolvimento e a aprendizagem. De acordo com Lorensini, Moreira & Souza (2013, p. 06) o trabalho pedagógico envolve:
Pensar, organizar e planejar o trabalho didático se constitui em uma atividade complexa pelo fato de ter vários aspectos que precisam ser considerados no momento de definir o plano de trabalho pode destacar entre esses aspectos, a necessidade de pensar que o planejamento e o plano se constituem em momentos de decisões.
Decisões estas que devem ser revistas, rediscutidas, reelaboradas ao longo de todo o período em que o trabalho pedagógico se efetiva.
É função do professor, contribuir para que a criança possa ser mais criativa, reflexiva, lançando desafios para que elas demonstrem suas capacidades ser estimuladas com alegria e prazer a explorar todos os espaços de forma lúdica, pois isso desenvolverá na criança sua criatividade para o mundo da fantasia e da aventura. Como diz Andrade (2011, p. 69) a criança precisa usufruir gradativamente de uma independência do agir, experimentar situações de escolhas e tomadas de decisões e participar, segundo suas possibilidades do estabelecimento de regras e sanções. Isso fará com que a criança aprenda a trabalhar com as perdas e ganhos. Mas para tanto a prática pedagógica do docente deve estar voltada para o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno, sendo que estes vão se constituído e construindo no decorrer do processo de cognição do indivíduo.
O professor precisa brincar com as ideias e recriar mundos para ajudar na construção do conhecimento das crianças, pois ela precisa ser o autor de sua historia, estar inserido no contexto, interagindo de maneira eficaz buscando inovações. Para que isso aconteça como diz Andrade (2011, p.71) o que se deseja é desmontar a lógica binária, desconstruir a lógica dos sistemas tradicionais da Educação Infantil. Com isso faremos com que as crianças superem o medo dos adultos.
Portanto, o trabalho do professor no contexto escolar consiste em sistematizar as ações didático-pedagógicas, as metodologias, a dinamização do tempo e do espaço, o conhecimento e a avaliação. Cabe ao mesmo propiciar situações desafiadoras para que seus alunos tenham possibilidade de desenvolver suas capacidades e tenham a oportunidade de aprender de forma mais efetiva e marcante para toda sua vida. Para isso é importante que o educador esteja sempre atualizando sua proposta curricular para atender os interesses e necessidades dos alunos e de toda a comunidade escolar, compreendendo a realidade histórico-social.
A sala de aula deve ser um espaço que estimule a curiosidade e a imaginação da criança, mas, também um lugar onde a criança tenha possibilidade de apropriar-se dele e o transformar com suas ações, porque ele apresenta-se um espaço livre onde as crianças junto com o professor podem estar desenvolvendo atividades diversas, como: Brincadeiras, teatros, histórias e outros. Conforme Moreira &Andrade (2010) o ambiente ideal deve oferecer estímulos à curiosidade e a imaginação da criança, onde ela possa imprimir sua marca. Este ambiente deve possibilitar que as crianças, junto com o professor possam transformá-lo de forma espontânea para construir seus significados e do mundo. Quanto mais as crianças tiverem possibilidade de transformar o ambiente, maior será seu desenvolvimento.
Sabemos que as crianças precisam ser estimuladas para despertar sua aprendizagem, então cabe ao professor da infância fazer uma auto-reflexão sobre como esta trabalhando a ludicidade em seu ambiente escolar. Este ambiente da educação infantil deve ser um lugar onde o lúdico precisa estar presente em todos os momentos. Como diz Andrade (2009, p.15) podemos pensar que o lúdico sobrevive no adulto enquanto ele brinca com as palavras e com a reinvenção de novos sentidos da realidade.
Portanto cabe a nos professores da infância reencantar as vidas para que o lúdico esteja sempre presente, por isso precisamos trilhar num caminho inovador dos nossos pensares e fazeres, pois, acredita-se que assim se contribuirá para que as crianças desenvolvam com mais intensidade a ludicidade em suas vidas. Ficam eminentes os desafios, tanto no que diz respeito à formação do professor, ao seu aperfeiçoamento, a transformação e adequação das práticas pedagógicas. O saber docente de acordo com Tardif (2002, p. 36) é:
Entretanto a relação dos docentes com os saberes não se reduz a uma função de transmissão dos conhecimentos constituídos. Sua prática integra diferentes saberes, com os quais o corpo docente mantem diferentes relações. Pode-se definir o saber docente como um saber plural, formando pelo amálgama, mais ou menos coerente de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais.
O saber docente é, por conseguinte, um processo de construção do sujeito historicamente situado, implicando escolhas de valores e compromissos éticos, analisando e compreendendo os contextos sociais, culturais, históricos e organizacionais. Para isso o docente deve estar em constante reflexão sobre sua prática, podendo redimensioná-la, (res) significá-la, uma vez que seu trabalho envolve a utilização de técnicas, métodos e estratégias que contribuem para o aluno construir seu conhecimento.
Afinal ser professor é organizar suas ações a partir da articulação açãoreflexão-ação.

Mas para que isso ocorra o professor precisa compreender que é necessário estar sempre analisando e refletindo sobre a teoria e sua prática, para que as dificuldades encontradas no dia a dia sejam subsidiadas pela teoria ajudando a formular alternativas viáveis a transformação. No entanto, a tarefa do pedagogo requer dele a habilidade de planejar, desenvolver, executar e avaliar, tendo sempre como prática a reflexão crítica da realidade vivenciada, tudo isso leva a uma prática transformadora, onde o pedagogo deixa de ser o objeto de transformação passando a ser o sujeito na transformação social por meio de sua prática educativa.
A verdadeira formação só se efetiva quando o professor se organiza e se compromete com os objetivos educacionais, pois professor é agente de transformação social, sendo sujeito crítico e ativo na sociedade, por isso a importância do processo formativo relacionar a teoria e a prática.

A IMPORTANCIA DO LÚDICO

Na cultura educacional ainda existe receio, manifestação de evitação e até mesmo medo do brincar, pois o brincar seria a retomada do desejo pela liberdade e provavelmente por isso representa ameaça à ordem instituída e que pode colocar em dúvida a competência técnica de muitos professores perante seus colegas e coordenadores. Tudo isso porque somos regidos pela hegemonia do racional em detrimento do emocional. Neste contexto podemos observar a desvalorização da brincadeira, onde para garantir a ordem ela foi transformada em brincadeira de arrumação e aí observamos um cenário de confronto entre alunos e professores, onde as atividades com brincadeira e brinquedos se tornam desprazerozas e obrigatórias. Como cita Andrade (2011, p. 17):

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