IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DE AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR/ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por JESSICA PRISCILA VIEIRA CORTONEZI | 01/12/2016 | EducaçãoIMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DE AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR/ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Jéssica Priscila Vieira Cortonezi[1]
Leidjane Nicolau Mendes[2]
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo o estudo da importância da relação de afetividade entre professor e aluno, bem como sua influência no processo da construção do conhecimento da criança na primeira infância, fase em que a criança cria conceitos fundamentais para seu conhecimento, sendo a educação infantil. Esse artigo se baseará em pesquisa bibliográfica em que estudará a importância do comportamento afetivo para o processo de socialização e aprendizagem infantil, apontando para o papel do professor como fator principal para o desenvolvimento desse comportamento.
Palavras-chaves: Afetividade, relacionamento, aprendizagem, conhecimento;
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa visa refletir sobre a importância da relação de afetividade entre professores e os alunos, a contribuição dessa relação no processo de aprendizagem focando na educação infantil, destacando a necessidade de trazer para o ambiente escolar uma convivência agradável a fim de valorizar a criança como ser que necessita de apoio afetivo para o sua construção de conhecimento.
É perceptivel que as práticas de afeto intereferem diretamente na aprendizagem na educação infantil, influênciando também no aspecto emocional da criança e como consequência o comportamento das mesmas.
Em suma o objetivo deste artigo é discutir e analisar o papel da afetividade no trabalho do professor e no desenvolvimento infantil, baseado em teorias criadas por estudiosos como Paulo Freire e Henri Wallon, visando a transformação interna do aluno e como consequencia o sucesso do processo de ensino aprendizagem.
RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO
O presente estudo pretende realçar a influencia do relacionamento afetivo entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem, partindo do conhecimento de inumeros problemas na educação, entende-se que é indispensável a figura do professor para sustentar o desenvolvimento educacional. Defende-se a idéia que qualquer processo de transformação educacional, deverá como principal fundamento a valorização do professor e sua relação afetiva com os alunos.
O objetivo deste estudo se foca na importância de uma relação afetiva entre o professor e aluno na primeira infância, que corresponde à educação infantil, sendo um desafio que necessita de estímulos, cabendo ao professor a criação de diálogos a fim de trazer o aluno numa intimidade, proporcionando maior prazer em sala de aula, facilitando o processo de aprendizagem.
- INSERÇÃO DA CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR.
Em outro momento, tendo como base, teóricos que tratam desse assunto, são apresentadas sugestões reflexivas consideradas ideais para que, a relação professor e aluno, e o uso técnico especializado do dualismo razão e emoção, segue vivendo sobre o prisma do dualismo cognição e afetividade. Despontam como foco de análise novos paradigmas e a superação de rupturas clássicas que marcaram a trajetória educacional, as idéias expostas indicam um caminhar atual, ou por que não dizer, com sentido indissociado, uma racionalização apaixonada. Portanto, afetiva e com inserção qualitativa, a postura da docência num enfoque holístico com abertura para inovação, naturalmente compartilham das primícias de que cognição e afetividade são dimensões indissociáveis no funcionamento psíquico humano e a inserção positiva, Freire (1996) nos relata com sabedoria que:
[...] como professor [...] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e à própria prática educativa de que participo. Esta abertura ao querer bem não significa, na verdade, que, porque professor, me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual. Significa, de fato, que a afetividade não me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos, numa prática específica do ser humano. Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre “seriedade docente” e “afetividade”. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar (FREIRE, 1996, p.159).
As bibliografias consultadas para esta pesquisa indicam que o consenso se difere em relação ao termo utilizado para o ingresso da criança na instituição escolar. Comumente aparecem os termos: adaptação, acolhimento e inserção. Tais termos revelam concepções sobre as crianças e o modo de condução do trabalho dos profissionais em educação neste processo. Sendo assim, faz-se relevante a compreensão do que os mesmos indicam. Segundo Ferreira (1988) apud Moreira & Andrade (2010, p.25) “inserir significa colocar; introduzir, intercalar, incluir”. O termo inserção é utilizado para destacar a adaptação que se refere à integração da criança ao ambiente novo.
Segundo Almeida (1999), a inserção da criança no ambiente escolar marca o começo de uma nova etapa ciclo de vida, que exigirá uma série de adaptações, semelhante ao ocorrido no momento do nascimento no fim do ciclo fetal. Sendo assim, os primeiros dias na escola geram expectativas, ansiedade, insegurança, angústias, medos e dúvidas em pais, crianças, professores e funcionários. Neste momento é fundamental desenvolver um trabalho que facilite a transição do ambiente familiar ao escolar, pensando e planejando atividades que garantam uma inserção gradativa, envolvendo todos em um ambiente afetivo e acolhedor.
Este período inicial de ingresso da criança na Educação Infantil pode ser a sua primeira experiência de separação da família. O processo de inserção envolve todos os profissionais que atuam na instituição, agindo como mediadores na construção da segurança da criança em permanecer ali, pois estes podem auxiliar a professora recebendo, conversando com a criança e fazendo com que ela se sinta acolhida neste novo ambiente.
Conforme Vitória Rosseti-Ferreira, Amorim &Silva (2000):
“este processo de inserção da criança é um momento de encontros e isso exige que a atenção do professor esteja voltada para essa experiência, que vai ser vivenciada pela criança, familiares e o professor inspirando cuidados especiais, além da educação”.
O processo de inserção e adaptação na instituição escolar acontece a partir do momento em que a criança inicia seu convívio na instituição com as pessoas que não são da família. Esta exigência faz com que seja necessária a elaboração de um projeto pedagógico com ações específicas voltado para esta realidade. Parafraseando Vitória & Rossetti-Ferreira (1993), o professor junto com a instituição escolar deve ter um projeto pedagógico, de inserção e adaptação para que a criança se sinta acolhida desde o primeiro instante, a instituição deve investir na formação continuada dos educadores para lidar com as atitudes e comportamento tanto da criança como de seus familiares para contribuir com desenvolvimento da aprendizagem da criança.
Segundo Almeida (1999), este processo pode ser doloroso, complexo e propicio à insegurança, da criança que vai separar-se dos seus pais, e ainda não possui compreensão de que seus pais retornarão a instituição escolar para buscá-la. Nesse distanciamento a parte mais afetada é a criança, que passará a conviver com várias situações de afeto, como o medo, insegurança que vai sendo diminuída na medida em que ela começa a adquirir confiança nas pessoas que trabalham na instituição escolar, em especial o professor. As crianças criam apego ao educador isso provoca sentimentos ambíguo e contraditórios e para conquistar o novo tem que enfrentar o conflito do medo da separação e aceitar as mudanças para acolher a nova experiência como efeito de crescimento pedagógico.
Neste sentido, Rossini (2001, p. 15) afirma que:
As crianças devem ter oportunidade de desenvolver sua afetividade. É preciso dar-lhes condições para que seu emocional floresça, se expanda, ganhe espaço. A falta da afetividade leva à rejeição aos livros, à carência de motivação para aprendizagem, à ausência de vontade de crescer. Portanto uma das máximas é: Aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso e prazeroso.
As crianças se enfatizam num processo variável em postura lenta ou moderada, seguido de certa desconfiança ao novo ambiente. Neste período é muito comum o choro, até que se adaptam a novas regras, ao novo ambiente, ao novo mediador, e consiga criar laços sentimentais com o novo grupo social e condutor, quando esse ambiente propicia momentos favoráveis, com musicalidade, participação, atividades lúdicas o contexto passa a ser agradável e propenso ao desenvolvimento.
[...]