Impeachments?

Por Fabiana Cajazeira Figueiredo | 24/03/2016 | Sociedade

Impeachments?

                                Por Fabiana Figueiredo

 

Proveniente do latim, impeachment é o termo do momento no Brasil. De maneira popular, a palavra em uso, significa impedir a alta autoridade de continuar em exercício, por cometer alguma desordem, ir de encontro aos princípios básicos ao cargo que ocupa.

Pautados nessa definição, poderíamos, então, pensar que “impeachments” deveriam ocorrer, no Brasil, todos os dias, afinal, são tantas irregularidades, tantos jogos de interesses, tantos descasos, tanta falta de respeito entre as pessoas e somos todos políticos e autoridades em nosso país. Tudo isso, já seria motivo suficiente para que determinados cidadãos fossem impedidos de atuar, de estar à frente de qualquer que fosse o cargo, pois o mínimo que se pode esperar do exercício de uma função é a honestidade. Aliás, parece até que essa palavra desapareceu do dicionário e não se sabe mais o significado dela.

Na câmara, no Senado, no Palácio do Planalto, nos hospitais, nas escolas, no viaduto, na praça de lazer, tem sujeira para todo lado e o cidadão não se respeita, no momento em que alimenta a permanência de pessoas tão corruptas no poder. O cidadão não se respeita, no momento em que se apega ao partido A ou B, olhando apenas os seus interesses, sem se preocupar com o futuro da nação, sem se preocupar com os rumos do país, a partir de suas escolhas.

Esse tem sido o comportamento da maioria da população brasileira, são discursos carregados de interesses, ponto de vista individualizado, preocupação em apontar um culpado, a mídia fazendo o seu papel de mostrar, somente, o lado ruim, ofensas pormenorizadas, etc., mas não se percebe, de fato, a preocupação em recuperar o país, em elevar a imagem perante a própria nação e ao exterior.

É preciso que haja a compreensão que a corrupção, no Brasil, não é mérito, apenas, dos políticos. Todos os cidadãos, de uma forma ou de outra, corrompem/desviam alguma coisa ou alguém, ou seja, todos são passíveis de “impeachments”. E se esse é o caminho para termos um Brasil melhor, uma gestão melhor, pessoas melhores, sejamos, então, a favor de “impeachments”, mas que seja igual para todos os seus devedores.

                        04 de dezembro de 2015.

 

Secretária Executiva

Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

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