Impactos da Globalização Capitalista nas Reformas Educacionais da América Latina

Por ELIZETE PEREIRA DA SILVAZEI | 13/06/2011 | Crônicas

Impactos da Globalização Capitalista nas Reformas Educacionais da América Latina.

? Moacir Gadotti ? Educador UNICAMP
Por:, Elizete Pereira da Silva Zei,

"Educação: direito de todos e dever do Estado." Na realidade, a educação só acontece com a construção de valores e quando há qualidade no ensino com professores em constante preparação, construído cientificamente através das Academias nas áreas específicas a ponto de trocar informações com os alunos com objetivo de formar cidadãos críticos dotados de cultura.
Todavia, o Estado financia a educação com intuito de levar o ensino a todos, sem a preocupação das resultantes. Por exemplo: o livro didático, é igual em todos os estados e municípios, atropelando a cultura e os costumes de cada povo.
O Estado iguala todas as pessoas com um modelo Padrão das Elites fugindo do real e preocupando apenas com o ideal. Família, religião, e cultura ideal. Desrespeitando as culturas regionais.
Para o Estado o que importa é a informação imposta, pronta e acabada. Ficando nesta visão, fácil a troca de "Educadores por Computadores", um mundo digitalizado e controlado pela elite sem que a grande maioria da população tenha o direito de criticar, de se opor com as idéias já impostas pela minoria favorecida que se julga ideal.
O Governo hoje, está apenas se preocupando com a quantidade de alunos e com o tempo de permanência deste na escola, independente de o mesmo estar adquirindo conhecimento ou não.Só de estar presente na instituição já e o suficiente. Um dos mecanismos que o governo Federal colocou é a bolsa-família, onde se paga um valor irrisório, para que as famílias mantenham os filhos na escola. O importante e o cobrado é a freqüência, e apenas isso, a nota, já é outra questão, e portanto não questionada e nem cobrada pelos governantes.
As escolas não estão preparadas para trabalhar esse aluno, que vem da rua com outros conceitos e habilidades, e que desde pequenos, trabalham e trazem dinheiro para casa, os valores desses alunos são diferentes, o interesse pelo ensino regular é inexistente.
As famílias destes alunos não estão acostumadas a provocar esses alunos para estudar, fazer dever de casa, pesquisar. E nem ler livros.
Entre alunos normais, que estão acostumados com o regime escolar, e os pais tem mais estudos, a preocupação já é outra.
Muitos alunos e pais não estão preocupados com o ensino-aprendizagem, e sim com a nota, sem levar em conta o mercado de trabalho em que esses alunos terão que enfrentar futuramente.
A "síndrome da desistência" do profissional de educação é real e está acontecendo com muita freqüência, e são causadas pelo mau salário, desvalorização do profissional e falta de reconhecimento da sociedade, e ainda a jornada de trabalho de 8 a 12 horas diária, na tentativa de aumentar a renda familiar.
Há ainda a questão de salas de aulas super lotadas, e alunos que só vão para a escola para não ter falta e perder o incentivo do programa social do Governo o Bolsa-Família. E o pior é que a Educação destas crianças fica a cargo exclusivo da Escola, pois os pais estão ocupados com os trabalhos e afazeres e não tem tempo de educar seus próprios filhos, dificultando e muito o trabalho dos profissionais da Educação.
As políticas neoliberais têm visões radicais relacionadas à educação. Quando se fala que "o Estado deve abandonar a idéia de igualdade (socialização) para assumir a equidade (atenção para com as diferenças)" elas desmistificam a obrigação que o mesmo deve ter com a educação. O aluno jamais deve ser tratado como cliente, como consumidor, logo porque é um agente com experiências anteriores, pronto também para interagir e complementar o processo educativo. Os professores, por sua vez, não podem e nem devem ser meros transmissores de conhecimento. "Trocados a qualquer momento por uma máquina". E suas experiências e conhecimentos?
A educação não pode ser um mercado, não deve ser um prestador de serviços, o Estado não pode ser somente um financiador e o aluno um cliente. É a formação global, de Estado, professor, aluno e família. Para a formação de cidadãos conscientes e seus valores quer seja civis, mas acima de tudo humanitários.
O mundo globalizado com certeza mexeu no eixo do nosso mundinho, revirando as coisas que estavam em inércia.
È verdade que a escola pública não consegue absorver as mudanças que ocorrem a anos luz da educação.
As conseqüências são em si desastrosas. Quando o autor fala dos 21% de alunos de escolas públicas nas universidades. Constata a dificuldade que os alunos tem em conseguir entrar em uma universidade pública. E que tem cursos que a concorrência é gigantesca. Pesquisas recentes dizem que apenas 6% dos alunos concluem o ensino superior e destes 1,5% está nas escolas públicas.
Há ainda um perfil diferente de cada instituição, as Universidades de Goiás, por exemplo, 60% dos alunos são das escolas públicas e que aderiram as quotas para negros.
O bem da verdade, é que o mercado "capitalista" busca o melhor profissional, "o melhor vendedor, o melhor gestor", que nem sempre veio da escola pública e nem sempre atua na área de sua formação acadêmica. Mas que aprendeu com as diversidades do mundo pós-moderno, e é capaz de atuar com qualidade no mundo massacrante e globalizado.
O mercado de trabalho hoje visa a qualidade, Os 5Ss. E é uma cobrança fiel no mercado de trabalho, a empresa que não alcança o Selo de qualidade está fora do mercado de trabalho.
Há ainda poucas vagas oferecidas nas UNIVERSIDADES públicas, por isso poucos alunos da escola pública.
O Governo através das políticas públicas, vêm tentando melhorar o índice de alunos graduados, o ENEN por exemplo é um incentivo para os alunos seguirem com seus sonhos universitários nas Instituições Particulares.
A educação é sem dúvida muito importante, pois tem a função de formar pessoas críticas com autonomia sem perder os valores.
As bases educacionais é que precisam ser revistas urgentemente. Os profissionais da educação precisam ser valorizados e reconhecidos. O político só é bom porque teve uma boa formação acadêmica. E não deveria se esquecer que é mérito de um bom educador.
A Educação a Distância é apenas uma ferramenta na tentativa de levar o conhecimento a todas as classes, tendo em conta o tempo o espaço e o valor. Com certeza é valido mas não nos esqueçamos que a experiência e o contado com um professor é de suma importância .
Aprendemos muito mais quando à interação entre aluno e professor. Olho no olho, discussão verbal e gestual, tudo é aprendizado.
Marketing é fundamental, tanto que as universidades privadas estão cheias. Mas observemos que o mercado de trabalho não absorve toda essa mão de obra disponível.
Sobram empregos e faltam pessoas qualificadas em certas áreas e no reverso sobra mão de obra e faltam empregos. Por isso não basta se formar, mas em que se formar.
A qualidade é o aperfeiçoamento que todos desejamos.
Defendemos uma educação pública ou privada, mas que tenha qualidade com significância para o aluno. Que ele no final do ano olhe para traz e veja que aquele ano, aquele professor, aquele governo fez a diferença.
Que o Estado está preocupado com sua formação e que quer a sua opinião.