IMPACTO MONETÁRIO DO CICLO FINANCEIRO NAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ

Por JOÃO GOGOLA NETO | 16/08/2018 | Adm

1. INTRODUÇÃO.

Na última década (2008 – 2017), as cooperativas agropecuárias do estado do Paraná tiveram impacto de crescimento da necessidade de capital de giro da ordem de 224,6%. Este crescimento está diretamente atrelado a necessidade das cooperativas “bancarem” sua atividade operacional, principalmente aos quesitos relacionados ao volume da carteira de recebíveis e de estoques. O volume que representou a NCDG (necessidade de capital de giro) das cooperativas agropecuárias em dezembro de 2017 foi de R$ 11,6 bilhões e representava 23,75% do total de ativos destas. Considerando que no mesmo período houve uma tendência de redução do volume de crédito no mercado, bem como um crescimento das taxas de juros praticadas (principalmente nos últimos dois anos), torna-se imperioso analisar com maior afinco o ciclo financeiro/operacional das cooperativas, a fim de mensurar qual o impacto financeiro monetário deste no sistema cooperativo agropecuário do Paraná.

2. CONCEITOS DOS INDICADORES

Para conhecer e analisar a evolução da atividade operacional das cooperativas são utilizados os indicadores de atividade. Estes indicadores demonstram as rotações sofridas pelo capital e por valores empregados na produção, indicando quantas vezes foram empregados e recuperados. Os índices de atividade medem a velocidade com que as várias contas são convertidas em vendas ou caixa – entradas ou saídas (Gitman, 2004). Os principais indicadores de atividade são: prazo médio de recebimento, prazo médio de pagamento, prazo médio de estocagem, giro do estoque e giro do ativo (Cruz, Andrich, & Mugnaini, 2011).

2.1. PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTOS

O prazo médio de recebimento demonstra quantos dias ou meses, em média, a cooperativa leva para receber suas vendas (produtos ou serviços). Este indicador tem por objetivo dar um parâmetro médio de quanto tempo em média a cooperativa demora para receber suas vendas diárias (Padoveze, 2010). Para calcular esse índice (Matarazzo, 2008) utiliza-se, a seguinte fórmula, já adaptada a contabilidade de cooperativas...

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