Igualdade de Gênero: (des)construção do machismo e dissipação da violência contra à mulher

Por Jéssica Yule Lisboa Barbosa | 07/09/2017 | Sociedade

Jéssica Yule Lisboa BARBOSA UESPI)
Robson Carlos da SILVA (UESPI)
Esther Maria de Sá CASTELO BRANCO (UESPI)

RESUMO

O presente estudo foi motivado pelo interesse em identificar as ações que evitem as disseminações de papéis estereotipados que legitimam ou exacerbam a violência contra à mulher. Este estudo tem como objetivo analisar as Relações de Gênero existentes entre casais que vivenciam a violência contra a mulher, através de estudos e observações das atividades desenvolvidas pelo Laboratório Maria da Penha. O referido laboratório trata-se de uma iniciativa articulada do Ministério Público do Piauí, da Secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e da Universidade Estadual do Piauí, o qual teve como finalidade selecionar acadêmicos de universidades para conhecer as dependências do MP/PI e a rede de assistência às mulheres que sofrem violência doméstica e familiar, assim como, analisar, estudar e disseminar a Lei Maria da Penha. Esta pesquisa justifica-se pelo acentuado número de casos de violência contra mulher no Piauí, consequência da cultura machista e patriarcal, na qual a mulher ainda é tratada como propriedade do homem. Acerca disso, é válido salientar que a mulher ao longo da história sempre foi tratada como objeto, isso pode ser observado na representação que comumente se faz do homem pré-histórico, quando ele a puxava pelos cabelos considerando que se tratava de uma caça, a qual poderia usar à vontade. O problema de pesquisa versa sobre Como a cultura da Igualdade de Gênero pode, efetivamente, contribuir para a (des)construção de uma sociedade machista e, consequentemente, dissipar a violência contra à mulher? Dessa forma, procuramos investigar as causas da violência contra a mulher; identificar meios que desconstruam a sociedade machista e entender se a naturalização da violência contra mulher influência no crescimento da violência entre casais. Esta pesquisa é de cunho documental, visto que foram analisados e estudados os processos no NUPEVID – Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar, assim como, o banco de dados iPenha, o qual trata do mapa de agressão à mulher no Piauí. Os principais teóricos que orientaram o trabalho foram Barbieri (1992), Scott (1990), Matos (2008), Silveira (2014); estudou-se a Lei 11.340/2006 e a Convenção de Belém do Pará (1994). Partindo da concepção de que a subordinação da mulher é uma questão de poder, concluímos que no contexto de violência doméstica e familiar o sexo feminino possui uma consciência de “dominadas”, a qual é justificada pelos valores e costumes que colocam mulheres e homens em posições hierárquicas diferentes.

Palavras-Chave: Gênero. Violência. Machismo. 

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