Identificando características empreendedoras: caso de uma empresa no ramo...

Por Suelen Batista | 09/09/2016 | Adm

Kelryn Dos Santos (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) 

igorekelrynsantos@hotmail.com

Leozenir Mendes Betim (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) leo.mendes@faculdadespontagrossa.com.br

Gabriella de Menezes Baldão (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) igorekelrynsantos@hotmail.com

Suelen Ap de O Batista (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) 

suelen-batista94@hotmail.com

Skarlet Bueno Chem (Faculdades Ponta Grossa-FacPG)

igorekelrynsantos@hotmail.com

Leozenir Mendes Betim (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) leo.mendes@faculdadespontagrossa.com.br

Gabriella de Menezes Baldão (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) igorekelrynsantos@hotmail.com

Suelen Ap de O Batista (Faculdades Ponta Grossa-FacPG) 

suelen-batista94@hotmail.com

Skarlet Bueno Chem (Faculdades Ponta Grossa-FacPG)

skarletbuenochem@hotmail.com

Identificando características empreendedoras: caso de uma empresa no ramo de prestação de serviços na cidade de Ponta Grossa/PR.

Resumo

No mundo atual o tema empreendedorismo vem sendo muito discutido. Com o aumento elevado de desemprego muitas pessoas sem alternativa começam a criar novos negócios, assim transformando seus sonhos em realidade. Neste contexto, o objetivo deste artigo é identificar as características empreendedoras presentes na gestão de uma empresa prestadora de serviços da cidade de Ponta Grossa - PR. A metodologia adotada classifica a pesquisa como estudo de caso, bibliográfica e participativa, sendo a mesma classificada de acordo com sua natureza como exploratória. Utilizou uma entrevista estruturada com 37 questões adaptadas por Dolabela (1999), aplicada no mês de outubro de 2015 ao gestor da empresa Beta. Determinamos que o gestor em questão é capaz de gerenciar com a energia de motivar seus colaboradores definindo sua visão, concentrando-a e mostrando a direção como uma referência, atingindo assim suas metas. O resultado obtido foi satisfatório, apontando a existência de um perfil empreendedor com características, que vão de encontro com os resultados da pesquisa, e mostram um gerenciamento baseado no novo paradigma de líder, sendo os três princípios: explorar, alinhar e dar autonomia. Conclui-se que a ideia de poder confrontar um estudo de caso com a realidade encontrada foi de grande importância, permitindo identificar um empreendedor nato e justificar tais características apoiada nos estudos bibliográficos.

1 INTRODUÇÃO

No mundo atual o tema empreendedorismo vem sendo muito discutido. Com aumento elevado de desemprego muitas pessoas sem alternativa começam a criar novos negócios, assim transformando seus sonhos em realidade, porém não basta ter algo inovador, tem que haver um planejamento inicial. Diante desse contexto, o plano de negócio, surge como um “documento preparado pelo empreendedor no qual são descritos todos os elementos externos e internos relevantes para o início de um novo empreendimento. ” (SHEPHERD; PETER; HISRICH,2014, p. 155).

Baseando-se nessas informações apresentadas, verifica-se que o empreendedorismo é o fator essencial na empresa independente do ramo. A procura por inovação e criatividade vem sendo a chave para o colaborador crescer e desenvolver-se profissionalmente ou o gestor produzir ideias que aumentem a competitividade e evolução de sua empresa, porem deve-se conhecer a fundo o produto, a missão, a visão do futuro, os funcionários, e a chave do sucesso é manter a satisfação do cliente, afinal o mesmo colabora para o crescimento da empresa.

Compreende-se que atualmente no ramo de prestação de serviço, e a importância do tema empreendedorismo discutido tem relevância já que a competitividade do mercado exige muito de um gestor, principalmente nos dias atuais. Normalmente busca-se rotular uma personalidade como modelo e fixar características que sejam incorporadas, porém, as vezes surgem várias maneiras de expressar o mesmo intuito, mas representados inversamente.

O líder do futuro, ou do próximo milênio, será alguém capaz de desenvolver uma cultura ou um sistema de valor baseado em princípios. (HESSELBEIN; GOLDSMITH; BECKHARD, 1996, p.159)

Neste contexto, o objetivo deste artigo é identificar as características empreendedoras, presentes na gestão de uma empresa prestadora de serviços na cidade de Ponta Grossa/PR.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nos últimos tempos o cenário econômico vem sendo inspirado nos países desenvolvidos, que buscam equilibrar a renda em troca de uma qualidade de vida melhor. Outro fato seria incluir a matéria de empreendedorismo no currículo escolar, aumentando o desenvolvimento e gerando um setor econômico mais alto. (PESSOA; SOARES NETO; NASCIMENTO 2009).

Schumpeter (1949, apud DORNELAS 2014, p.28). Afirma que “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. ”

Nesse contexto Dornelas (2014) ressalta que

Nos últimos anos, após várias tentativas de estabilização da economia e da imposição advinda do fenômeno da globalização, muitas grandes empresas brasileiras tiveram de procurar alternativas para aumentar a competitividade, reduzir os custos e manter-se no mercado.

Para Muniz (2008 apud OLIVEIRA FILHO et al; 2013, p. 2) "A primeira citação do termo empreendedorismo foi feita em 1734 pelo escritor e economista Contillon quando buscava diferenciar o empreendedor, pessoa que assumia os riscos, do capitalismo, aquele que fornecia capital. ”

Concordando também com Dornelas (2014) podemos dizer que o empreendedorismo pode ser definido como o envolvimento de pessoas e processos que transformam as ideias em oportunidades, conduzindo uma criação de sucesso quando bem implementadas.

Oliveira Filho et al (2013 p.2) afirma que “ Todos os dias novos empreendimentos surgem [...], porém o que fará a diferença efetivamente no sucesso ou fracasso da empresa será a gestão eficaz ou não do empreendimento em questão”.

"O empreendedor do próprio negócio é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados". (DORNELAS, 2014, p. 28)

Relembrando os princípios de Henry Fayol no século XX, Dornelas (2014) afirma que o "administrador concentra se no ato de planejar, organizar, dirigir e controlar assim diferenciando se do empreendedor."

As características mais relevantes para o empreendedorismo são: a crença no controle dos eventos, tolerância, ser independente, identificar oportunidades. Ser líder é saber comunicar-se e interagir com o meio social, ter honestidade, confiança, inteligência, interessar-se nos outros e trabalhar em equipe. (ARMOND; NASSIF, 2009).

Segundo Souza (2004, p.4), “desenvolver o perfil empreendedor é capacitar [...] para que crie, conduza e implemente o processo criativo de elaborar novos planos de vida, [...] com isso, responsável pelo seu próprio desenvolvimento e o de sua organização. ”

Arnold e Nassif (2009) cita que a liderança como elemento de perfil comportamental do empreendedor e a sua relação com o processo de mudança organizacional é inteligente e estimula pesquisa nesse campo. [...] O empreendedor não é alguém que é de determinada maneira, mas se comporta de determinada maneira.

Baseado em Oliveira Filho et al (2013) "é fundamental para o empreendedor ter postura desde o início do negócio até a sua gestão por um todo". 

A primeira função do líder, portanto, é ser um modelo da liderança baseada em princípios. (HESSELBEIN; GOLDSMITH; BECKHARD, 1996, p.161)

“Mas talentos sem idéias é como uma semente sem água. ” (DORNELAS 2014, p.31)

Deixa-se claro que um empreendedor com talento deve ter percepção, direção, dedicação e muito esforço para fazer acontecer. Onde tem um talento existe a possibilidade de crescimento. (DORNELAS 2014)

Drucker (1996), afirma que “estes lideres voltados para o aprendizado não resistirão a mudanças; eles a abraçarão. ”

Em função disso, afirma-se que as novas características empreendedoras devem estar voltadas para o futuro. 

  1. METODOLOGIA

O artigo foi desenvolvido apoiando-se em uma entrevista estruturada, composta por 37 questões abertas adaptada por Dolabela (1999) e aplicada no mês de outubro de 2015 na empresa Beta na cidade de Ponta Grossa - PR, onde o entrevistado respondeu efetivamente, oportunizando também a participação efetiva dos funcionários. “Por conseguinte, o conhecimento cientifico não é dogmático. Ao contrário, é aberto precisamente porque reconhece ser falível. ” (GALLIANO,1986, p.30).

A pesquisa foi classificada como exploratória onde Gil (2007) aponta que “Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito a constituir hipótese”. No contexto qualitativo Creswell (2010) relata que “as estratégias de investigação escolhidas em um projeto qualitativo têm uma enorme influência sobre os procedimentos que, mesmo nas estratégias, são nada uniformes. ”

Em relação à área técnica é classificada como bibliográfica. “ A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. ” (GIL, 1946. p.45).

E por fim a pesquisa enquadra se como estudo de caso e participativa. De acordo com Gil (1946) o estudo de caso ajuda a “explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos” e ainda justifica que “a pesquisa participante [...] caracteriza se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas”.

  1. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Caracterização e origem da empresa

A empresa Beta instalou-se em Ponta Grossa em 1990, possuindo apenas dois sócios, sendo que o entrevistado trabalha por sistema de franquia e não possui ensino superior e experiências anteriores no ramo. Vale ressaltar que provem de uma cidade do interior em busca do sucesso profissional. O entrevistado afirma que a maior motivação foi: A expectativa de mudar de vida.

Trecho relatado pelo entrevistado:

“Nós viemos para cá acreditando apenas em mudar de vida nós não tínhamos nada concreto só o sonho e a nossa forca de vontade. ”

“Eu acreditava no meu instinto de fazer algo diferente”

Para uma boa gestão no meio empreendedor o mercado nos exige um perfil diferenciado. Estarmos empregados e progredir é fruto de pessoas competentes e eficazes, e não se fazem de lamentos e auto piedade comum no funcionalismo público; mas a criatividade, a inovação é capaz de formar novos paradigmas e motivar os profissionais a serem parte da empresa e não coadjuvantes. (SCHENATTO; LEZANA, 2001).

O entrevistado trabalhava com agricultura, juntamente com sua família e deixou essa atividade para traz, acreditando e apostando no seu instinto empreendedor. A partir dessa reflexão podemos afirmar que existe um caso de empreendedorismo nato e também de necessidade. Em 2007 Dornelas justifica que o empreendedor nato começa do nada e criam grandes impérios e que suas referências maiores são sempre a figura paterna ou um exemplo especifico como Bill Gates e Silvio Santos. Já no quesito por necessidade o empreendedor cria o próprio negócio por que não tem alternativa.

[...]

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