IDENTIDADE DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E CRECHE

Por Elisangela Cristina Fabiano da Silva | 28/10/2016 | Educação

Elisangela Cristina Fabiano da Silva
Elivaine de Oliveira Guimarães Silva

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como finalidade abordar temas relevantes o que objetivou um enriquecimento aos conhecimentos das metodologias de ensino abordadas, proporcionando uma relação mais próxima com os planejamentos, desenvolvimentos, avaliações e as dificuldades relacionadas aos conhecimentos como cuidar, educar, ludicidade, processo avaliativo, teórico e metodológico das práticas educativas e interatividade com o ambiente profissional que agregam atribuições que complementam a identidade do educador e profissional de Licenciatura em Pedagogia. A docência faz do profissional e da profissão, instrumentos indispensáveis ao crescimento da humanidade, ambos precisam evoluir buscando o aperfeiçoamento contínuo, e conectados em tempos modernos e pleno avanço tecnológico, apresenta-se mais pretextos para aperfeiçoar-se, pois de acordo com Caron (2012) a docência nada mais é do que, “uma tarefa árdua que exige zelo, competência, carinho e disposição para o trabalho”. As questões abordadas contemplaram os componentes curriculares propostos pelo curso, proporcionando vivencias significativa na prática do cotidiano docente. O presente artigo apresenta os resultados dessas práticas, a fim de atender as exigências propostas que visam à formação docente, proporcionando vivências direta da realidade.

Professora Especialista - Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT 2-Professora Especialista - Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT

01-ORGANIZAÇÃO E PRÁTICAS EDUCATIVAS EM CRECHE

Compreende-se que a educação infantil no Brasil passou por várias implicações desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/1996, que reconheceu como direito da criança pequena o acesso à educação infantil em creches e pré-escolas. Essa lei colocou a criança no lugar de sujeito de direitos em vez de tratá-la, como ocorria nas leis anteriores a esta, como objeto de tutela. Nesta mesma direção, a LDB também pela primeira vez na história das legislações brasileiras proclamou a educação infantil como direito das crianças de 0 a 6 anos e dever do Estado. Ou seja, todas as famílias que optarem por partilhar com o Estado a educação e o cuidado de seus filhos deverão ser contemplado com vagas em creches e pré-escolas públicas. No artigo 6º garante os direitos sociais a educação, saúde, o trabalho, moradia, o lazer, segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e a infância. A Educação passa a ser um direito garantido a todas as crianças de 0 à 06 anos de idade e uma obrigação do Estado. Neste sentido o Estatuto da criança e Adolescente (ECA) nos serviu como base para a construção de uma forma de olhar a criança quando estabelece o princípio de que, uma criança com direito de ser criança, direito ao afeto, ao brincar, ao querer e não querer, ao direito de conhecer e de sonhar. Mas muitos avanços foram conquistados, como, por exemplo, as creches passarem a não ser apenas um lugar onde a criança se abriga na ausência dos pais, e passam a ser Centros de Educação com professores capacitados e auxiliares em fase de formação. Sabemos que ainda existem muitos profissionais despreparados para lidar com essas idades, mas o importante é que isso já passa a ser mudado com exigência da capacitação dos mesmos. Neste sentido segundo Piaget, o sujeito constrói seu próprio conhecimento, procedimento que se dá a partir da interação com os outros e com o mundo dos objetos e das ideias. Por isso, o currículo da creche deve apontar quais experiências de aprendizagem são fundamentais para o desenvolvimento da criança, levando-se em conta as principais conquistas deste período, como a marcha, a linguagem, a formação do pensamento simbólico e a sociabilidade. É este projeto pedagógico que vai orientar as ações e definir os parâmetros de desenvolvimento dos meninos e meninas. Sabe-se que as crianças recebem cuidado, atenção e têm espaço para explorar, brincar e se conhecer. Em sala, têm à disposição brinquedos e materiais que incentivam a expressão artística e estimulam a imaginação. No parque, podem se divertir pisando na areia. Mesmo sem saber ler, manuseia livros contemplando figuras e cores, cantam cantigas de roda e seguindo a coreografia. Esse é um dos retratos das crianças de até três anos atendidas nas creches de boa qualidade do nosso país. Essas atividades compõem os conteúdos desse nível da Educação Básica. O termo é recente nessa etapa do ensino, mas tem se difundido graças às descobertas sobre a evolução cognitiva e emocional dos bebês. Essas experiências fazem parte da rotina e precisam ser organizados em um currículo de forma a proporcionar o desenvolvimento de habilidades, como andar, e a aprendizagem de aspectos culturais. O conhecimento, nessa fase, pode ocorrer basicamente por meio da ação, da interação com os colegas e os adultos, da brincadeira, da imaginação e do faz de conta. Pode-se dizer que não se trata apenas de escolarizar as crianças incentivá-las em seu desenvolvimento. Observamos ainda que muitos pais deixam de contribuir com a educação de seus filhos e transferem essa responsabilidade para as escolas e seus respectivos professores, por isso muitas escolas desenvolvem projetos para a integração dos pais nos ensino e aprendizagem de seus filhos. O ensino atualmente favorece a criança a ir para o ensino fundamental bem mais preparada, muitas até já sabendo ler, ou conhecendo as letrinhas, desenvolvendo a coordenação motora, o aprender brincando, disciplina, alimentação adequada à idade com acompanhamento de nutricionista, desenvolvimento físico, música, histórias, contato com a natureza, e como citado iniciação a alfabetização. Ainda existem muitos desafios a serem alcançados cito como exemplo o número de Centro Educacional para esta idade, que não consegue atender a todas as crianças, mesmo sendo um direito delas, muitas vezes a sala está com um número elevado de crianças e apenas um profissional para atender a turma. Cabe ressaltar que é vital inteirar-se sobre a concepção de bebê e criança pequena. Existe um discurso mais difundido sobre a pré-escola: os meninos e as meninas são ativos, construtores de cultura, fazem escolhas e tomam decisões. Para a creche, é essencial definir os grandes marcos do desenvolvimento: sentar, engatinhar, andar, falar, desfraldar etc. Da mesma forma, a boa proposta pedagógica deve contemplar que esses sujeitos tenham possibilidades de interação e não sejam tratados como passivos, completamente dependentes dos adultos, sem outra necessidade além das básicas. Piaget (1896-1980) nos alertava sobre o período sensório-motor, Vygotsky (1896-1934), ao afirmar que o bebê é um sujeito social. Nenhum deles disse que os pequenos precisam aprender a contar ou a segurar o lápis. Dessa forma a proposta pedagógica para a creche deve ter espaço para a formação de valores, a constituição da criança como sujeito, as relações sociais e as questões de vínculo, segurança e afeto. Enquanto pedagogas, faz-se necessário estar consciente de que os bebês conhecem o mundo em todas as suas facetas: cheiros, gostos, formas, texturas, sons para depois organizar esse conhecimento. Gostar das crianças é essencial, mas não é suficiente. O profissional precisa estar preparado para cuidar e educar. Saber lidar com imprevistos, se relacionar bem com outras pessoas e ter ética. Não é aceitável tirar a mamadeira da boca de um bebê, colocá-lo no berço e se despedir só porque está na hora de ir embora, entretanto unir cuidados e conteúdos é oferecer ao mesmo tempo afeto e Educação desde os primeiros anos de vida. De acordo com o referencial, educar significa: “(...) propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.” (RCN/I, vol. I, 1998, p.23) Já o cuidar é definido como: “(...) parte integrante da educação, embora exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos que extrapolam a dimensão pedagógica, ou seja, cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas.” (RCN/I, vol.I, 1998, p.24) Observa-se que no contexto da creche que, apesar de existir um profissional específico para desenvolver as atividades pedagógicas educar e outro para as atividades de cuidados básicos cuidar, percebe-se que tanto a professora quanto a assistente educa e cuida das crianças pequenas ao mesmo tempo. Porém, essas práticas são desenvolvidas por profissionais que possuem distintas concepções, além das diferenças relacionadas à formação, de modo que, suas ações são permeadas por objetivos diferentes em relação ao desenvolvimento dessa criança. Ou seja, cada profissional educa e cuida do modo que acredita ser correto. Pode-se dizer que a versão final da LDB incorporou na forma de objetivo proclamado as discussões da área em torno da compreensão de que trazer essas instituições para a área da educação seria uma forma de avançar na busca de um trabalho com um caráter educativo-pedagógico adequado às especificidades das crianças de 0 a 6 anos, além de possibilitar que as profissionais que com elas trabalham viessem a ser professoras com direito a formação tanto inicial quanto em serviço e a valorização em termos de seleção, contratação, estatuto, piso salarial, benefícios, entre outros. De acordo com Saviani, as definições estabelecidas na LDB nº 9.394/96 com relação à educação infantil indicam que tanto do ponto de vista dos objetivos proclamados quanto dos objetivos reais, os apontam fins e alvos concretos das ações

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