Homenagem ao Convento do Caraça.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 12/08/2013 | PoesiasHomenagem ao Convento do Caraça.
Caraça, Caraça.
Para mim esse convento.
É uma congregação.
Tão importante como é.
A ordem dos padres.
Lazaristas.
Devo tudo a esses padres.
Caraça.
Amo tudo que está dentro de ti.
A vossa história.
Seus rios.
Vales e montanhas.
O vosso minério.
Sua água amarelada pela natureza.
Tive muita sorte.
De também pertencer ao Caraça.
Particularmente considero.
A primeira maravilha do mundo.
Foi nessa terra encantadora.
Onde realizei parte.
Do meu noviciado.
Um seminarista aplicado e afável.
Do Caraça amo tudo.
Cada pedra.
As árvores.
Lagos e cachoeiras.
A riqueza do vosso solo.
A igreja.
O convento indescritível.
Noites inteiras rezando o terço.
As completas.
Estudei aí a história da Ordem.
A vida de São Vicente.
Recebi nessa terra.
A formação para ser humilde.
Como viver o voto de pobreza.
De como deveria ser a obediência.
Os procedimentos da castidade.
Caraça.
Não faz ideia.
De como te amo.
És o Santuário mais lindo do mundo.
Nossa Senhora Mãe dos homens.
Sei que é um exagero.
Até mesmo um desrespeito a São Vicente.
Seria eternamente padre.
Só para poder contemplar o Caraça.
Quando a luz do céu cai.
Sobre esse magnífico convento.
Ver os lobos ao entardecer.
Subirem a escada para comer.
Os resto de frangos.
Caraça do meu coração.
Estou preso ao vosso solo.
Foi um privilégio fazer parte.
Do meu noviciado.
Nesse convento encantador.
Aprendi belas lições.
Contemplando o seu esplendor.
Enquanto existir.
Jamais me esquecerei de ti.
Da sua hospitalidade.
Da generosidade dos vossos padres.
Da educação que recebi da vossa Ordem.
Um dia tive que partir.
Despedi-me de todos e de tudo.
Até mesmo das árvores.
Das pedras.
E das cascatas.
Despedi-me do Santuário.
De São Pio.
A imagem de um corpo embalsamado.
De quase dois mil anos.
Pedi a vossa proteção.
São Pio.
Tristemente beijei a cada Sampaia.
Antes de partir.
Senhoras que cuidavam dos seminaristas.
Dos passarinhos escondidos.
Entre as folhas das árvores.
Os meus olhos se encheram de lágrimas.
Mas se tivesse outra oportunidade.
Se as ideologias tivessem modificadas.
Se elas não existissem.
E mesmo a empiria aplicada.
A Biologia e a Física.
O Marxismo político.
Com certeza não teria deixado.
Essa bela terra sagrada.
Faria de ti, Caraça.
O meu túmulo abençoado.
Tamanho é o meu amor.
Pela exuberância da vossa face.
Despedi-me do padre Gomes.
Quase chorando.
Do padre Célio.
Beijando a face do vosso rosto.
Amor que sempre tive.
Ao padre Ildeu.
Ao padre Brenher.
E a tantos colegas.
Que hoje são padres.
Ao padre Agnaldo.
Inteligente e generoso.
Ao padre Edmir.
E Mauricio Paulinelli.
Tantos outros padres.
O padre Felix de Campina Verde.
A minha eterna gratidão.
Como será sempre a São Vicente.
Tendo fé ou não tendo fé.
Os Lazaristas fazem partem
Do oxigênio do meu sangue.
Sei que São Vicente compreenderá.
O motivo de ter deixado de ser religioso.
Mas em minha alma ainda reina.
Pela graça do Caraça.
E a santidade dos padres Lazaristas.
Que vivem as ideias de São Vicente.
Minha eterna gratidão.
Edjar Dias de Vasconcelos.